Além do cadeado

Lar doce lar?!

As botas de Amélia se sujavam de lama a cada passo que dava,seu longo cabelo acastanhado que chegava até o fim de sua costa se embaraçava a cada sopro do vento,seus pelos da nuca se arrepiavam ao pensar que terá que dormir naquela casa assustadora,ela respirou fundo e entrou.

A casa cheirava a coisa velha,afinal lhe disseram que está casa pertencia a sua família por gerações.Por mais que a casa por for era apavorante e parecia que a qualquer momento iria desabar por dentro era bem aconchegante,
arrumado e a moradia por dentro parecia bem maior do que por fora,porém ela parecia solitária,de alguma forma faltava vida naquele lugar.Até que finalmente alguém falou.

   -Bom querida,agora irei te deixar aqui e não se preocupe com comida pois o empregado dessa casa irá lhe preparar sempre a sua  refeição,e qualquer coisa pode ligar,eu moro aqui perto,tchau.

- Espera,como assim vou morar sozinha?!aqui.nessa casa?

-Sim mas não se preocupe,você ficará bem.Mas.......seja o que for,nunca vá para o porão e nem pro sótão.

-porque?-perguntou Amélia intrigada.

-Bom.....eu não sei apenas sigo ordens do meu chefe que já foi amigo de sua mãe.

Depois dessa conversa Bonnie foi embora e Amélia ficará sozinha naquela casa,cansada foi para o seu quarto que era o maior da casa,botou uma roupa mais confortável e dormiu.

Em seu sonho ela estava do lado de um berço o sol entrava pela janela deixando o belo cômodo iluminado,tudo parecia calmo e perfeito até que uma mulher tirou um bebê do berço e entregou a um homen, o rosto deles não estavam nítido e Amélia não conseguia ver sua face apenas conseguiu enxergar o desespero de ambos.A bela moça de cabelos negros falou para o homem:
-por favor leve e cuide de minha filha você sabe que ela nunca estará segura aqui.

-eu sei mas eu e minha mulher não seremos capazes de cuidar dela.

-por favor leve-a embora,eu te peço como amigo e irmão.

-certo mas e a outra?também não será seguro para ela ficar aqui!

-eu sei,para manter as duas seguras teremos que separar-las.Eu.....odeio ter que fazer isso mas agora é o único jeito.

Ao sair da casa Amélia perceberá que o ar ficará pesado,as ruas foram engolidas pelas chamas ardentes,mesmo estando de dia a fumaça engolirá o sol impedindo que qualquer esperança renasça.
O homen levava o bebê para longe ,que chorava pela confusão, pessoas corriam desesperadas e gritos enchiam o ar.
Enquanto Amélia seguia o homen,ela ouviu um grito estridente e agudo que ficava cada vez mais e mais alto.

Nesse momento Amelia acordou suando frio,ela olhava em volta tentando entender aonde estava até que perceberá que estava em seu quarto.

     A garota passou a manhã inteira limpando,arrumando e organizando o seu quarto, quando finalmente despejou as roupas de sua mochila na cama ela percebeu algo que ela não tinha colocado, uma pequena folha de papel que havia algo escrito e então ela leu:

   Não siga os sussurros da noite que       a  Levara para lugares sagrados,
   Nunca vá para a floresta onde os    segredos deverão permanecer     guardados,
Jamais abra o cadeado que prende a escuridão e seus agrados.

O coração da garota não parava de bater,ela pensava o que aquilo poderia significar,porém o tamanho de seu medo era o mesmo tamanho de sua curiosidade.