CAPÍTULO VII - EX-NAMORADOS

177 22 9
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O vulto que agarrou Cold era um cara. O cabelo castanho com undercut e as tatuagens alternativas eram características marcantes de Hans, o garçom do Café Retrô. E agora eu me lembrava de onde o reconhecia. Ele estava em todas as fotografias do porta-retratos do corredor. Era ele quem estava com a cara riscada em algumas delas e, em outras, agarrado com um dos gêmeos amigavelmente.

No momento em que Cold foi segurado, Shannon deslizou seu corpo pela parede até o chão e eu corri até ele, segurando-o pelos ombros antes que batesse a cabeça. Os olhos que antes se encontravam prestes a se fecharem de dor se arregalaram e ele sustentou, por longos segundos, a testa franzida e a imprecisão nebulosa no olhar que parecia demonstrar um misto de confusão e surpresa. Parecia perplexo com a minha atitude e a surpresa deu lugar à negação assim que ele tentou — falhando miseravelmente — me empurrar com um dos braços. Percebi que as últimas forças que ele tinha estava usando para se esquivar de mim.

— O que eu disse para vocês dois na semana passada? — Hans gritou na cara de Cold, e ele revirou os olhos. — Olá, Dawn! — Sorriu e voltou a fuzilar Cold com o olhar. — Olha essa merda! O que você espera que eu faça?

— Ele começou com isso! — Cold resmungou.

— Foda-se vocês — murmurou Shannon ao meu lado, passando a mão pelo nariz e limpando um pouco de sangue.

— Com que frequência isso ocorre? — indaguei assustada.

— Tecnicamente, eles estariam dois dias atrasados se mantivessem o ritmo.

— Você acha que eu deveria chamar uma ambulância? — perguntei a Hans, que naquele momento, se assegurava de que Cold não era mais uma ameaça.

— Não mesmo — respondeu Hans. — Eu estudo enfermagem, se lembra? Sou eu que geralmente cuido desses dois.

Hans empurrou Cold no chão e ele ficou lá, e então, foi até Shannon e estendeu a mão com uma cara nada amigável.

— Vamos logo, idiota. — Aparentemente, Hans não ia com a cara de Shannon. Bem, quem ia? Shannon fez um rouco barulho com a garganta e foi cambaleando até o banheiro guiado pelo cara mais baixo. Eu os segui, deixando Cold para trás. — Hoje eu fiquei surpreso. Geralmente é o Cold que fica todo arrebentado.

— Qual é o motivo de tudo isso?

— Parece que os dois começam a discutir por qualquer coisa e tentam resolver na porrada, mas no fundo, Shannon tem inveja de Cold por ele ser mais popular e afins. Ele sempre traz mais garotas e recebe mais atenção, mas Shannon não é a pessoa mais solitária do mundo.

— Eu não tenho inveja daquele idiota! — Shannon grunhiu, Hans revidou com um tapa repreensivo na cabeça dele.

— É claro que não — disse com sarcasmo. Ele pegou a maleta de primeiros socorros e colocou em cima da bancada. Agarrou o cabelo longo e loiro de Shannon, fazendo o rapaz contorcer a face e soltar um rouco gemido, e o empurrou até o gêmeo tropeçar na banheira e cair sentado. Fiquei levemente surpresa pela forma que ele era tratado como um animal, mas imaginei que era isso que ele merecia a maior parte do tempo. — À propósito, Dawn, eu me esqueci de falar uma coisa com você mais cedo.

As Desventuras do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora