O destino

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Em uma noite clara de outono, no final dos anos 70. Um jovem, esguio como um cano de espingarda,  pequeno e pálido, com cabelos loiros e grandes olhos de um azul cinzento, que poderia ser charmoso, se não fosse por sua feição um tanto estranha, seus olhos eram tortos como seus dentes encavalados, lábios e sobrancelhas finas, testa pequena e orelhas e nariz um tão grande quanto o outro. Seu nome, Harold Pitersom, um atendente de lanchonete. Ele estava passando em frente a um beco, sujo e escuro, no subúrbio de Londres, onde viu três homens, altos e robusto, assaltando uma moça. E ele falou sem nem pensar:

- Deixem a moça em paz!

Eles não deram a menor bola para o rapaz, então ele pegou uma pedra, pouco maior que sua mão, e a lançou, acertando a cabeça de um deles, que ficou meio tonto na hora, mas logo se recompôs. Eles a soltaram, e começaram a espancar o pobre rapaz, com socos, chutes e pontapés, enquanto a moça fugia, para bem longe. Poucos instantes depois, ele já estava inconsciente, mas isso não fez com que parassem. Até que então, um quinto homem misterioso apareceu, dizendo:

- Parece que esqueceram, quem é que manda por aqui! Agindo como, um bando de brutamontes amadores...

Eles olharam trêmulos para ele, e responderam:

- No-nos perdoe senhor, não sabíamos que tinha voltado a cidade!

- Então, a lealdade de vocês só vale quando estou por perto?.. Mas que decepção.

Os três cambalearam tentando ficar o
O mais longe do homem, o suor escorria de suas testas, e as pernas ocilavam de tão trêmulas. Estavam visivelmente apavorados, mas o medo não adiantara de nada agora. Então, o homem que foi chamado apenas de "senhor", sacou sua arma, e atirou três vezes, assim matando os três homens de uma só vez, sem qualquer sinal de arrependimento.

Olhando para Harold desmaiado no chão, pensava em voz alta

- O que tem de tão divertido em bater em alguém, se esse alguém nem sequer pode revidar?

E então, ele colocou Harold em seu carro, e o levou ao hospital mais próximo dali. Quando chegaram lá, ele disse que era um primo de Harold, e pagou os gastos do hospital.

Por que ele fez isso? Bem tenham paciência, vocês já já vão descobrir.

Quando ele acordou, depois de uns 4 dias e um bocado, ao ver um quarto todo branco, pensou primeiro que tivesse partido desse mundo, mas ao perceber como o seu corpo estava doído, mudou rapidamente de ideia. Porém ainda não sabia onde estava e nem por que estava lá, até que, um homem de pele clara, com olheiras que mais pareciam carvão  abaixo dos olhos, castanhos e caídos, que quase não apareciam por conta dos emaranhados cabelos negros, e usando um sobretudo caramelo por cima de vestes escuras. E ele fechou a porta atrás de si, ao entrar no quarto de Harold, que o questionou um tanto tímido:

- Quem é o senhor?

E o homem lhe respondeu sem nenhuma modéstia.

- Eu, sou só o cara que salvou a sua vida. Dinada, tá! E a propósito, agora o Harold Pitersom não existe mais...

- O que! Como assim eu não existo?

- Seu nome agora é Christoph Kelvin, eu que escolhi, gostou? - perguntou mais nem sequer deu tempo para que lhe respondesse e logo continuo a falar - E mais uma coisa...  vai trabalhar para mim de agora em diante... Legal, não é?

Mesmo sem compreender uma só palavra, que o homem de sobretudo havia dito, só questionou um assunto:

- Trabalhar? De que?

- Ah! Já ia me esquecendo, vai trabalhar como assistente de detetive. E a propósito, o meu nome é Pétter Fill, o detetive, mas pode me chamar só de Fill.

Detetive Pétter Fill: Um Caso Das CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora