Eu não sou egoísta

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O Sol nascente havia surgido mostrando timidamente seus raios que atingiam e iluminavam o quarto de um lindo garoto. Adrien praguejou por ter sido desperto tão cedo justamente em um dia de sábado, ou justamente, após um dia tão triste. Seu desejo era dormir até que a dor fosse embora junto com todos seus problemas.

Já que mais nada podia ser feito, decidiu visitar sua conselheira. Já passavam-se de 9 horas, esperaria até às 10 horas para que ela, talvez estivesse acordada.

- Plagg? - perguntou por seu Kwamii.

- Estou dormindo! Só me acorde se for Camembert - disse o pequeno que repousava sobre o travesseiro ao lado de Adrien.

- Vou te dar mais alguns minutos aí, temos algo pra fazer - disse o portador, se levantando e pegando uma toalha pronto para tomar uma ducha - Aliás, tem queijo em cima da mesa - completou.

Riu com a cena do kwamii, que se levantou tão rápido quanto um raio e deu um abraço no queijo, o devorando logo em seguida.

O toque da água na pele de Adrien o fazia lembrar do dia em que conheceu Marinette, e desde então o quanto ela se tornará tão especial para si, seja ele como um civil comum ou trajado de herói. Mas na escola, sempre que chegava perto da garota, ela gaguejava e ficava nervosa, transmitindo um sentimento estranho; então ele achava melhor simplesmente não se aproximar. Mas como Chat Noir era completamente diferente, sua personalidade o fazia se abrir e receber os melhores conselhos e carinhos da garota.

Marinette despertou ao perceber um movimento em seu quarto, ao abrir os olhos viu sua mãe abrindo a cortina, que deu passagem ao sol para atravessar a porta de vidro e iluminar todo o ambiente. Lentamente a garota se pôs sentada na cama e disse:

- Bom dia mãe!

- Bom dia filha, como vai? - disse a mulher animada. Marinette ainda se sentia mal pela noite anterior, mas isso não era algo a ser comentado.

- Estou me sentindo bem. - respondeu ela sonolenta eu tentando parecer animada.

- Que bom, - iniciou Sabine - veja aqui eu trouxe seu café: tem croissants e o achocolatado do modo que você gosta - disse ela aprontando para bandeja em cima da escrivaninha - Agora escute, seu pai e eu teremos que fazer uma entrega em uma cidade vizinha. Creio que não vai demorar tanto mas, precisaremos ficar um tempo fora.

- Tudo bem mãe, sem problemas. - disse a garota tentando acalmá-la.

- Que ótimo, sei que posso confiar em você - disse a mãe abraçando a filha - Ouça, se tiver fome pode pegar o que quiser na padaria e não deixe de me ligar se precisar de alguma coisa. Tchau filha - assim, a chinesa depositou um um beijo no alto da cabeça da garota e desceu as escadas.

A mestiça sentou-se na escrivaninha e comeu seu café. Logo indo para um banho rápido, tentando despertar de uma vez.

No banho, ela também pensava sobre o que tinha ouvido outra noite. Realmente esperava que Chat compreendesse seus sentimentos,  afinal não é fácil desapegar de alguém que se gosta há tanto tempo. Ainda mais para se entregar à um amor arriscado.

Assim que já estava trocada, ouviu uma batida na janela e não era necessário o mínimo esforço para saber quem era, vê-lo era tão comum quanto ver sua amiga Alya ou os Akumas diários.

Marinette abriu o vidro, e, em questão de segundos viu o gato negro abraçá-la com uma força desconhecida. Em seguida sentiu o seu ombro encharcar-se.

- Chat Noir, o que houve? - ela perguntava tentando entender essa confusão.

- EU NÃO SOU EGOÍSTA, SOU? EU NÃO SOU COMO ELE! EU SOU BOM, EU REALMENTE MEREÇO! - o gato gritou levantando o rosto e a garota se assustou ainda mais ao ver a sua face desesperada e inundada em lágrimas. Ela não estava entendendo o porquê dele dizer aquelas coisas sem sentido.

Eu preciso dela(s)Onde histórias criam vida. Descubra agora