Bucky sentou-se ao lado de Steve na mesa do refeitório barulhento, largando sua bandeja de comida com descaso. Ninguém olhou-o, em partes por já estarem acostumados com o jeito do garoto, mas também por estarem completamente envolvidos na gincana estúpida da escola.
Os olhos de Steve estavam vidrados em Natasha, pois os dois discutiam fervorosamente as estratégias que usariam para os desafios. Não era surpresa só os dois estarem tão envolvidos. Geralmente Natasha não ligava pra essas coisas, mas como precisava de nota, não tinha muita opção.
Clint apenas olhava-os tentando entender alguma coisa, enquanto Tony e Thor folhavam revistas e ouviam música, provavelmente agradecidos por não entenderem nada.
Bucky olhou para Steve. Para sua pele branca, para os cabelos loiros. Para o nariz fino e torto por conta da grande quantidade de vezes que tinha sido quebrado e as sardas quase invisíveis.
Desviou o olhar. Engraçado como encarar seu melhor amigo tinha se tornado tão difícil.
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A coisa era, todo mundo sabia do que Bucky sentia por Steve. Ninguém tentava dar nome para o sentimento, até porque os dois eram amigos demais e ninguém queria se envolver, mesmo que isso significasse que Bucky ficaria eternamente orbitando Steve, dolorosamente sendo queimado. Ninguém se envolvia mas todos sabiam que era alguma coisa.
Aquilo parecia muito com uma dança, afinal. As brigas que os dois tinham por Steve não se cuidar, as tardes que passavam no parque de diversão onde o loiro sempre acabava vomitando, os olhares indecifráveis que às vezes Steve lançava a Bucky.
Para Bucky, aquela dança bastou por um tempo. Ele sempre se gabou por ser um bom dançarino. Mas dançar muito cansa, e logo Bucky começou a tropeçar nos seus próprios pés.
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Não foi Bucky que beijou Steve na primeira vez.
Foi Steve, com seus cabelos loiros bagunçados e o olhar de raiva. Eles estavam tendo uma de suas típicas discussões sobre razões para que Steve não se meta em brigas e geralmente o loiro não se importava, mas aquele dia ele estava rebatendo tudo que Bucky dizia de uma maneira tão intensa que o moreno nem sabia o que pensar.
Por isso, quando Steve o beijou, sua reação foi ficar estático. Ele não retribuiu. Ele não tocou nas maçãs do seu rosto ou enterrou sua mão nos cabelos claros.
E isso o deixou com raiva de si mesmo, pois pelo olhar perdido que Steve lançou logo após de finalizar o beijo - se é que pode ser chamado assim -, Bucky teve a certeza que aquilo não aconteceria de novo.
Ele só pode olhar o garoto se afastar, sem reação.
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Steve começou a agir estranho.
Bucky não sabia por que aquilo afetou-o tanto, pois o que seria estranho de verdade seria se eles continuassem normal.
Mas no fim, esse era o maior problema de se apaixonar pelo seu melhor amigo. Bucky sentia falta dos filmes e de pegar o metrô sem pagar e de andar pela cidade sem rumo algum.
Steve também não sentava mais do seu lado, ficando agora entre Peggy e Tony. Bucky sentia os olhares preocupados de Natasha, mas preferia ignorar.
Bucky passou a encarar o garoto ainda mais.
Steve nunca retribuía.
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Eles não conversaram sobre isso.
Eles não conversaram porque quando Steve passou por Bucky no corredor vazio na metade do terceiro período, o moreno apenas agarrou seu braço.
Steve olhou-o confuso. Mas ele não precisava entender. Bucky não era a droga de um livro que Steve tramava teorias mirabolantes para fazer sentido.
Bucky ignorou sua confusão. Usou o peso do seu corpo e prendeu Steve contra si no armário. E o beijou.
E beijou.
E Steve correspondeu.
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Os dois estavam no quarto de Bucky. Era um domingo entediante, e nenhum deles estava animado com a ideia de ter aula no dia seguinte.
Steve, sentado no chão, usava apenas uma camiseta velha de Bucky e calças largas enquanto olhava distraidamente os álbuns de bandas que não conhecia.
Bucky estava na cama, olhando o garoto. Olhando a forma que a luz batia nele, no seu pescoço cheio de marcas, na parte da clavícula que ficava exposta porque a camisa era larga demais.
Steve olhou-o de volta e sorriu. Deixou os CDs no chão e deitou-se ao seu lado.
"Eu nunca acreditei em Deus, mas acho que encontrei um pedaço do paraíso em você," Bucky soltou, passando a ponta dos seus dedos pela bochecha do garoto.
Steve riu.
"Uau, isso foi incrivelmente brega." Bucky apertou a bochecha do loiro, fazendo ele rir um pouco mais.
"Namora comigo," Steve sussurrou por fim.
O beijo de Bucky foi a melhor resposta que poderia ter dado.
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boys like u ↔ stucky ✔
Fanfiction"Eu nunca acreditei em Deus, mas acho que encontrei um pedaço do paraíso em você." Ou aquela em que Bucky e Steve são adolescentes que não sabem lidar com suas próprias emoções. [ua]