Capitulo 1

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Deitada na sua cama,  Célia começa a pensar em tudo que fez,  e está  fazendo da sua vida.  Quando foi que entrou nessa enrascada ?
Se seus pais descobrem o que anda fazendo,  ai sim ficaria sem sua mesada,  e cumpriram a ameaça de manda lá para um internato. Não queria nem pensar,  mas não foi tão longe assim ainda da tempo de se arrepender, mas é isso que quero? ( Pensa ela) , a muito tempo ninguém me entende, me trata como uma pessoa normal,  não se aproxima de mim pelo dinheiro dos meus pais,  porque é isso mesmo não tenho 1 centavo, e ele me entende,  ai Lucio,  queria você aqui comigo.
Nesse momento ouso minha mãe  me chamando com seus gritos histérica como sempre aff.
- Célia não vou chamar mais,  desce logo ou vou te buscar.
- Já vou mãe..  ( levanto revirando os olhos)
- Você não  anda comendo direito,  olha essas roupas minha filha,  ta parecendo mendiga,  desde quando  ficou desleixada desse jeito,  nos te damos de tudo do bom e do melhor
- Chega mãe caramba,estou em casa não tô,  não  é isso que queria?  Pra que ? Pra ficar me enchendo ? Fala serio. Deveria estar mas preocupada com seu marido,  falando nisso cadê o papai?  Ele sim nunca ta em casa,  nem de noite nem de dia.
- Célia você sabe muito bem que seu pai trabalha muito pra manter essa casa e seus luxos.
- Mãe  nunca pedi luxo , nunca pedi que me dessem nada pra que serve tudo isso? Quer saber to sem fome, vou dar uma volta.
(Levanto da mesa e vou em direção  a porta)
- Célia volta aqui , você não comeu de novo. Meu Deus que eu Faço com essa menina.
- Não se preocupe, como qualquer coisa por ai(tudo por um pouco de paz).
Começo a descer a rua do bairro nobre onde moramos,  olho para meu pulso,  são exatamente 17:40 da tarde, a imagem do Sol se pondo é muito bonita, mas pra onde vou?  De repente me vem a imagem do Lucio na minha mente, será? Mas se minha mãe descobrir que estou saindo com o menino mais pobre do bairro? Que por sinal não é uma das pessoas mais corretas da face da terra,  mas me sinto bem com ele, perto dele. Decidida chego no final da rua e viro a direita,  mas antes dou uma olhada pra trás vai que minha mãe ta me seguindo.
Começo andar mais rápido que de costume, pego uma ruazinha estreita com um monte de casinhas pequenas e humildes,  não me importo com as pessoas me olhando quando passo, afinal o que me interessa esta quase no fim da rua,  chego em um portão de madeira mal conservado e chamo.
- Lucio!  Lucio!.  Uma senhora gorda sai na porta e me olha dos pés a cabeça antes de perguntar o que quero.
- O que quer minha filha? (Diz a mulher muito simpática)
- Senhora,posso falar com o Lucio?
- Ele não esta deu uma saída, ( diz e vejo em seus olhos que não quer que eu saiba mais,  mesmo assim insisto )
- A Sra sabe onde foi?  Onde posso encontra lo?
- Minha filha porque não volta outra hora?  Digo que veio procura lo. (Me diz sem jeito).
- Ta bem obrigada. ( viro as costas e dou uns 10 passos mas me sento na calçada decidida a espera lo).
Se passa uns cinco minutos ouço um chamado.
- Você esta sentada ai menina é perigoso.
Quando olho pra saber de onde vem é a mesma Sra que estava no portão com um saco de lixo nas mãos.
- Desculpe Sra. Não se preocupe estou bem( falo)
- Mas você não pode ficar ai sentada quer entrar?
- Não quero incomodar (digo e lhe dou um sorriso, gostei dela)
- Magina (diz sacudindo a mão)  depois se acontecer algo meu filho não vai me perdoar,  vamos entre,  só  não repare é casa de pobre.
( O que ela entende por pobre? penso acompanhando ela portão a dentro) .
Quando entro,vejo que é uma casa humilde,  com moveis antigos, porem tudo muito bem limpo e organizado, me sinto meio sem jeito. Ela parece não  notar,  ou finge.
- Aceita uma agua?  ( pergunta me)
- Sim obrigada ( não sei se a sigo ou se fico plantada onde estou, ela resolve meu problema e me chama)
- Vem aqui na cozinha , estou preparando a janta, (tão  cedo penso eu),  parecendo ler meus pensamentos , ela me serve a agua e diz.
- O Lucio esta pra chegar e chega morrendo de fome.
- Posso voltar outra hora digo e lhe entrego o copo.
- Você não é daqui do bairro né?  Pergunta me.
- Porque?  (Respondo lhe com outra pergunta sera que esta tão  na cara assim)
- Porque se você fosse daqui não ficaria sentada lá fora a essas horas.
( ufa!! ela não sabe quem sou ainda bem)
- Bom acho que vou indo,  ta ficando tarde né( digo)
- Agora que esta aqui dentro pode esperar.
( O que ira pensar se me ver aqui?  Ai! acho que vou dar no pé  afinal ele nunca me deixou ver onde mora.)
- Depois eu volto Sra...( vou saindo)
- Eu falo que veio procura lo , como é seu nome? 
(Se eu falar vai saber quem sou, ou talvez não, afinal não tem só uma Maria no mudo,  mas não quero que ele saiba)
-Não precisa dizer nada,  eu procuro ele depois obrigada pela agua ( digo e saio quase correndo)
( E agora estou sozinha de novo, Lucio me disse para não procurar mais aqueles meninos,  mas sinto um vazio uma vontade de sumir, coloco a mão  no bolso e toco no dinheiro que esta lá,  como meio em transe me vejo procurando os meninos de rua que nem mesmo sei o nome.

SOZINHA NO MUNDOOnde histórias criam vida. Descubra agora