Capítulo 1

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Prólogo:

Acordei com o barulho de um trovão, me mexi um pouco e pude vê-lo parado em frente à janela, mais um trovão e o clarão iluminou o rosto dele, parecia pensativo, e pareceu contagioso, nesse momento comecei a pensar no que aconteceu nos últimos dias, como minha vida tinha mudado e como eu mesma tinha mudado de opinião sobre tudo, como aquele homem tinha me mudado em poucos dias... Ele pareceu notar que eu tinha acordado e se virou pra mim, e então sorriu e, meu coração, acelerou, será que estou apaixonada?

Capítulo 1:

_ Tem certeza que quer fazer isso filha? – Pergunta meu pai – Podemos mandar alguém fazer isso por você e eles ficarão agradecidos de qualquer forma! – Meu pai sempre foi assim, parecia ter medo de que eu ficasse a mais de 2 metros dele:

_ Papai! Eu vou ficar bem, e além do mais não tenho medo de pobreza! Você disse que estava orgulhoso de mim por fazer essa doação, então por que não deixa eu mesma fazer isso? – Perguntei pegando a mão dele, meu pai é viúvo, e desde que minha mãe morreu, há dez anos, ele se apegou muito a mim, me ver longe dele parece ser a maior tortura do mundo e eu sequer posso culpa-lo por isso, mamãe morreu de câncer de mama, uma doença infeliz e horrorosa, foi lento, e eu ainda me lembro de como ela ficava cada vez mais fraca na medida em que o tratamento ia progredindo, também me lembro da ultima vez em que a vimos com vida, meu pai estava acabado com tudo isso e, nesse caso, parece que o tempo não serviu pra sarar as feridas, ele sempre me conta como ela foi a única e a ultima mulher que ele amou, sempre me diz que eu não preciso me preocupar, pois nunca terei uma madrasta, e ele não faz ideia do quanto isso me magoa, pode parecer insensível da minha parte, mais eu sei que nem sempre vou poder estar com ele, e por mais que eu me mantenha presente, um dia vou ter que viver minha vida e ele vai se tornar um velho triste e solitário, se ele soubesse o quanto eu queria que ele arrumasse uma companheira...

_ Bom querida, se você prefere assim, eu vou com você e...

_ Pai! – O interrompi – O senhor vai ficar bem aqui, sei que parece ter vinte anos mais o senhor não tem mais idade de montar a cavalo, ainda mais em uma distancia tão grande! O senhor vai ficar bem aqui! Curtindo o resto das nossa férias na fazenda! Volto ainda hoje, não precisa se preocupar está bem?

_ Está bem filha, está bem, mais por favor, não faça nada que eu não faria ok? – Me perguntou ele, pude ver os olhos dele marejarem:

_ Papai, eu vou a um vilarejo pertinho daqui, eu volto, não estou indo a outro país está bem? – Ele assentiu e eu o abracei – Chris, você vai comigo? – Perguntei, Chris é meu irmão mais velho, ele mora aqui na fazenda, prefere o campo a cidade grande, como ele mesmo diz:

_ Bora! Lilian cuide bem do meu pai hein? – Disse ele, terminando de calçar as botas:

_ Pode deixar querido, ele estará bem comigo! – Respondeu Lily, é a esposa do meu irmão, um doce de garota:

_ Tchau paizinho! Daqui a pouco estou de volta! – Falei dando um beijo na bochecha dele – Vem Chris! – E sai puxando ele pela mão, pegamos nossos cavalos que já estavam prontos e então nos dirigimos a Nashville, um vilarejo a uns três quilômetros da fazenda da minha família, há uns dois dias eu e Lily fomos comprar algumas coisas para o almoço no mercadinho de lá e eu fiquei chocada com a pobreza do vilarejo, eu estou tão acostumada com as cidades grandes que aquilo foi um choque pra mim, acabei decidindo fazer uma doação, perguntei a Lily, que morava lá antes de se casar com Chris, se eles ficariam ofendidos, e ela disse que se sentiriam honrados, sendo assim falei com o xerife do lugar e ele me disse pra aparecer lá com o dinheiro hoje, fico feliz em poder ajudar, sempre tive mais do que preciso, o que custa doar uma parte? Meu pai ficou especialmente orgulhoso de mim e, ao receber a noticia, Chris quase me esmagou em um abraço fortíssimo, disse que também estava orgulhoso, bom fico feliz com isso, sempre gostei de orgulhar as pessoas a minha volta, afinal, quem não gosta?

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