Estava sentado no balcão a quinze minutos, durante a tarde não havia muito movimento no café, um casal sentado no fundo, um senhora observando as flores do balcão e alguns estudantes na entrada. Todos devidamente servidos e conversando,a chuva forte batia no toldo do lado de fora e pessoas corriam pelas ruas, algumas chamam por caronas, desesperadas, outras andavam normalmente. Se eu pudesse, correria até o meio da avenida, parada como em todos os dias de chuva, e ficaria lá, parado e de braços abertos para a aguá cair sobre mim e bater em meu rosto; mas eu não podia, tinha meu compromisso com a loja e Cody viria me buscar depois do fim do expediente.
Eu e Cody nos conhecemos desde que eu nasci, ele é dois anos mais velho e minha mãe sempre foi muita amiga da dele; não eramos muito amigos até a mãe dele morrer e ele ir morar em casa. Desde então nunca mais nos separamos, a mais ou menos um ano nós ficamos, depois de dois meses juntos ele encontrou uma garota, Bianka, e eles se encaixaram perfeitamente. As vezes eu tenho inveja dos dois então eles me mandam números de amigos deles e Chris foi o mesmo. Chris e Bianka se conheceram depois que Wesley amigo da Bianka, e Caitlyn, amiga do Chris, começaram a namorar.
E aqui estava eu, levando, novamente, meus pensamentos até Christian. Minha mãe diria que isso é paixão mas talvez paixão seja uma palavra muito forte pra descrever; ou talvez, muito fraca. Acabei me perdendo em pensamentos enquanto mexia em meu cappuccino formando desenhos na espuma e nem percebi que o meu menino vinha correndo pela rua com os livros por dentro do moletom, o moletom preso dentro da calça jeans e o capuz cobrindo metade de seu rosto. Ele entrou fazendo um barulho alto ao que caiu no chão e todos os seus livros se espalharam pelo chão, sua cabeça acertou meus pés que balançavam e eu desci do balção para ajuda-lo. Peguei seus livros e não pude deixar a oportunidade, de tocar sua mão, escapar então o fiz e quando o olhei, ele estava alternando o olhar para mim e para sua mão e aquele sorriso que eu tanto amava estava presente em seu rosto, seus olhos verdes brilharam ao que encontraram os meus castanhos.
-Você está bem? -ele assentiu com a cabeça e continuou pegando os livros, levantou-se do chão, e ao que pude ver seu moletom rosa com estampa das princesas, uma risada escapou e senti seu olhar de julgamento sobre mim. Ele seguiu até a mesa de todos os dias e eu voltei para trás do balcão, pois sabia que ele me chamaria para pedir, continuei tomando meu cappuccino.
-Moço? -ele me olhou e eu fui até ele com o meu copo ainda em mãos, ele me olhou, concentrado em decifrar o cheiro.- Eu quero um desse. O que é?
-Cappuccino.
-Sim, eu quero um desse.
-Mais alguma coisa?
-Se você puder chamar Mike.
-Eu sou Mike, o que você precisa?
-Queria conhecer você, só isso. -ele me analisava de cima a baixo e nesse momento eu agradeci pela roupa larga que eu vestia.- Não que eu ache que você vá me responder, mas você sabe quem é M?
-Desculpe, não sei. Quer dizer, eu sei mas não posso dizer, eu nem ao menos sei quem é você e se ele não disse o nome é por que não quer que descubram.
-Sou Christian. Christian Akridge, mas me chame de Chris.
Eu queria dizer que já sabia, queria dizer que já o conhecia e que só estava aqui hoje por ele, por que eu sabia que não aguentaria passar mais nem um segundo que fosse sem ver o seu rosto. Queria dizer que eu queria todos os mimos que ele disse que queria poder me dar quando eu estava no hospital, queria o beijar, naquele momento mesmo. Mas eu apenas sorri.
-Prazer.
-Me disseram que você e Mason tinham a mesma altura. -ele riu.
-Babacas.
-Não fale assim. M. é um cara legal.
-Eu preciso ir fazer seu café.
-Certo, vou te esperar aqui. - fui até a cozinha e comecei a preparar seu café e coloquei uma fornada de cookies para assar. A aguá ainda não fervia e os cookies não estavam nem perto de estarem prontos então apenas me sentei ao lado do fogão com tudo já pronto para não precisar levantar, coloquei meus fones e selecionei o modo aleatório em meu ipod. Meu loirinho entrou na cozinha alegando que precisava de uma toalha e eu o direcionei até o banheiro.
-Não tem nenhuma toalha do Ben 10 aqui.
-Na mochila vermelha, no chão.
-Encontrei. -apoiei-me sobre o batente e o olhei, reprovando seu ato de desbloquear a tela do meu celular e mexer em algum botão que eu não consegui ver.
-Se divertindo com as minhas notificações?
-Ah me desculpe. -ele se virou e enrolou a toalha em si.
-Seu café.
-Pronto? -assenti e voltei para a cozinha, coloquei seu café em um copo e tirei os cookies do forno.
-Você fez os cookies?
-Sim, eu sempre faço e Mason decora com glace e confeitos.
-Onde ele ta?
-Não era pra abrir hoje mas eu decidi que eu queria vir pra cá, ocupar a cabeça.
-Claro. -ele pegou seu café e levou até a boca, observei cada ato seu, tenho certeza que meus olhos brilhavam pois esse era um momento que eu não queria esquecer nunca, era a cena mais linda que eu já tive o prazer de observar.- Você sabe me dizer quando M volta?
-Segunda mesmo.
-Esse final de semana vocês vão fechar?
-Sim, o gerente foi viajar, eu, Mason e Mad vamos fazer uma festa com alguns amigos. Ninguém pra abrir esse final de semana. -seus olhos verdes fitavam minha boca enquanto eu falava, um clima de tensão se instalou pela cozinha e ele colocou seu café sobre o balcão.
Antes que eu pudesse perceber, nossos lábios estavam juntos em um beijo calmo, o ritmo foi acelerando e ele, em um impulso, se posicionou em meu colo com as pernas rodeando sua cintura. Minha mão pairava em suas coxas, segurando forte para que ele não ciasse e para saciar minha vontade de te-lo pra mim. Separamos o beijo e ele colou sua testa na minha, não sendo a coisa mais inteligente por conta da oleosidade que exalava da minha, suas mãos foram até meu rosto e ele acariciou minhas bochechas e com a outra mão afastou meus cabelos enrolados de minha testa.
-Me desculpe, Mike. -seus lábios estavam vermelhos e inchados, sua respiração ofegante e eu podia sentir sua ereção roçar em minha barriga. Ele se desprendeu de mim, me dando um selinho rápido e saiu correndo com seu cappuccino em mãos; continuei apoiado no balcão tentando entender o que tinha acabado de acontecer, não era simples raciocinar que eu havia beijado meu garoto.
[N/A] Falei que ia recompensar vocês pelos capítulos pequenos de texting e fiz esse com 1.1K de palavras.
Eu ia postar hoje? Não ia. Vou ter que arrumar mais capitulo pra amanhã? Vou. Mas como eu amo a Laura e falei que ia postar por ela eu to aqui (ESSA CASA É DE UMA BARBARA SÓ)
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Sigo todo mundo de volta.
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TRULY
Teen Fiction"Você me ama quanto?" "Verdadeiramente." "Isso não é uma escala!?" "Mas eu me sinto assim."