Capítulo 1

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ATENÇÃO! Eu sou apenas um fã postando as historias da Pink nesse site.


O dia havia começado há algumas horas em Hogwarts, e naquele momento, os alunos começavam a deixar seus dormitórios. Aos poucos, a sala comunal da Grifinória ia perdendo o silêncio e a tranquilidade da noite, sendo preenchida por conversas e risos. Mais dois alunos chegaram à sala, e pareciam estar numa pequena divergência de opiniões.


- Não. Rony, isso não faz sentido! – Harry comentou, e parecia não ter sido a primeira vez.

- Mas Harry... Por favor! Só dessa vez... – Rony sentou no sofá com o amigo. Esperariam Hermione para seguir até o Salão Principal.

- Rony... Eu já ouvi esse seu "Só dessa vez" infinitas vezes – o moreno resmungou.

- Mas agora é a última – Harry lançou um olhar descrente para o ruivo.

- Não, Rony! Toda a vez que você inventa algo e eu ajudo, sempre acabo me dando mal – Harry lembrou.

- Não seja exagerado! – o ruivo protestou.

- Cite uma única vez que eu não tenha saído, no mínimo, com bomba de bosta na cabeça, que eu te ajudo – Rony colocou a mão no queixo e começou a pensar. Era verdade que geralmente as ideias que ele tinha não eram muito bem sucedidas, mas deveria haver alguma... Que não tenha sido um desastre!

- Não seja tão pessimista...

- Rony!

- Ok, ok... Nenhuma das minhas ideias foi bem sucedida, e você sempre se dá mal – o ruivo admitiu e Harry balançou a cabeça, como se concordasse. Da última vez que ajudara o amigo, ele ficou um mês em detenção, fora os machucados.

- Por isso, por favor, não insist...

- Dessa vez é diferente – o ruivo sequer deixou Harry terminar a sentença – Não corremos o risco de ficarmos em detenção... Sequer tem risco de nos machucarmos!

- Talvez, mas com a nossa sorte... Quem garante?

- Por favor, Harry!

- Bom dia – Hermione havia acabado de chegar – O que o Rony quer dessa vez?

- Ele quer que... Ai! – Rony deu um chute na canela de Harry.

- Nada não, Mione – Rony interrompeu, enquanto Harry soltava palavrões mentalmente pela ação do amigo.

- Sei... Nada... – Hermione fez aquela expressão "Até parece que eu acredito em você, Rony" – Vamos logo tomar o café da manhã...

- Por que você me chutou? – perguntou Harry.

- Será que não ficou óbvio? A Hermione não precisa saber – Rony sussurrou para o amigo. Hermione caminhava mais a frente com um enorme livro nas mãos.

- Não sei se você percebeu isso, mas nem concordei com sua ideia e já estou MACHUCADO! – Harry gritou aquela última palavra, fazendo Hermione virar-se.

- O que há com vocês? – ela indagou no meio do corredor.

- Nada não, Mione – Rony sorriu embaraçado.

- Está bem. Se não querem falar... – Hermione voltou a andar, mas parou quase que na mesma hora, fazendo os dois amigos esbarrarem-se nela – Só espero que não seja mais uma daquelas ideias malucas do Rony, porque estão cansados de saber que nunca dão certo!

- EI! – Rony protestou irritado, por que sempre fadavam as ideias dele ao fracasso? Harry riu, pelo visto não era o único que pensava aquilo.

- Ah... Sem falar que geralmente alguém sempre sai machucado – a amiga revirou os olhos.

- Só porque o Harry caiu alguns metros daquela vez, não significa que sempre alguém se machuca! – Rony protestou, e Harry fez uma careta enquanto passava as mãos nas costas... Realmente havia doido...

- Claro... E daquela vez que o Harry quebrou a perna? Ou quando você e Harry tiveram que ficar uma semana na enfermaria por estarem desacordados... Ou talvez aquela vez em que...

- Está bem, eu já entendi! Minhas ideias não dão certo, geralm... – ao ver o olhar de Harry e Hermione, ele conserta – Nunca.

- Que bom que sabe disso – Hermione comentou.

- O que não significa que dessa vez não vá dá certo! – Rony disse, mas Hermione apenas balançou a cabeça negativamente...

Entraram no salão principal, e não tocaram mais naquele assunto, embora Harry tivesse certeza de que ainda não havia morrido. Como previra, fora só separar-se de Hermione, e seguir com Rony para uma aula na qual a amiga não estava, que Rony voltou a insistir. Harry lembrou, então, porque sempre acabava concordando com os planos de Rony: aceitação por irritabilidade. No final do dia, não aguentava mais ouvir as palavras "Por favor" ou "Dessa vez vai ser diferente".

- Está bem, Rony! – Harry rendeu-se finalmente. Estavam no dormitório masculino.

- Ah, Harry... Amigão! Sabia que faria isso por mim – o moreno lançou um olhar nada amigável a Rony.

- Mas essa é a última vez – frisou bem a palavra "última", embora tivesse quase certeza de que definitivamente, aquela não era a última vez.

- É claro – Rony sorriu contente, enquanto corria para pegar pena e pergaminho – Aqui está.

- E o que eu faço com pergaminho e pena? – questionou Harry sem entender.

- Escreve, ué... – Rony sorriu.

- Escrever? Você quer que eu escreva?

- Sim, Harry... Por isso eu disse que dessa fez meu plano não tinha como dar errado – o ruivo falou – Eu queria convidar a Lilá para a festa de Halloween, mas você sabe como eu fico nervoso... Então, eu queria pedir a ela por carta! Não é uma ideia genial?

- Calma, Harry... Não amaldiçoe seu melhor amigo – Harry disse respirando fundo – VOCÊ ENCHEU O SACO HOJE POR CAUSA DE UMA MALDITA CARTA?!

- EI... Calma aí, cara – Rony deu um passo para trás – Desse jeito a Lilá vai nos ouvir – e gargalhou sozinho – É uma piada... A Lilá... Nos ouvir...

- Rony, eu definitivamente não vou participar disto! – Harry devolveu o pergaminho e a pena, não compartilhando com a gargalhada do amigo.

- Mas você disse que ia... O que custa escrever uma carta?

- O caso é que não serão suas palavras, e sim minhas... Inclusive minha letra!

- Eu iria passar a limpo... Por favor, Harry. Eu sou um desastre com essas coisas – o amigo pediu.

- Rony...

- Por favor! Só dessa vez – Harry olhou para Rony e viu que viria mais uma sessão de "Por favor". Revirou os olhos e jogou-se na cama cansado.

- Ok, Rony. Só dessa vez – o moreno disse; Rony sequer esperou Harry levantar, jogou o pergaminho e a pena em cima do amigo – Ei... Aonde você vai?

- Até a cozinha... Ficar tentando te convencer na hora do jantar não deixou que eu comesse muito – o ruivo sorriu.

- E não vai ajudar na carta? Nem um pouquinho? – Harry perguntou, incrédulo.

- Não... Eu confio em você! – Rony sorriu – Basta dizer que eu gostaria de levá-la para o baile de Halloween.

- Mas Rony... – ele não teve tempo para falar mais nada, porque o amigo já tinha ido. Harry deu um suspiro cansado enquanto ajeitava-se na cama.

Mirou o pergaminho em branco a sua frente... Se o próprio Rony fosse escrever o convite, realmente não seria má ideia. Poderia ser uma solução até para ele mesmo que era muito tímido. Harry lembrou que ainda não tinha par para o baile que seria a duas semanas, e caso não se apressasse, poderia acabar sem companhia.

Balançou a cabeça para afastar tais pensamentos, resolvendo se concentrar na carta. Tinha que admitir que escrever era mais fácil que perguntar pessoalmente... Talvez, seria uma boa idéia mandar um convite para Gina. Deu um pequeno sorriso, há alguns dias não parava de pensar na irmã do melhor amigo. Imagens de Rony correndo pela escola tentando amaldiçoá-lo afastou aqueles pensamentos tão inocentes com a pequena Weasley. Era melhor não pensar em Gina daquela maneira. Voltou sua atenção para o pergaminho e sem muita demora, o convite já estava pronto.

"Há alguns dias, não consigo parar de pensar em você. Não sei como isso aconteceu, mas meus sentimentos por você parecem ter mudado, e... Você me faria muito feliz se aceitasse ir comigo ao baile de Halloween. Eu gostaria de estar olhando em seus olhos agora, mas sou tímido demais... Estarei esperando sua resposta.
Com carinho".

Pronto. Disse a si mesmo. Agora bastava Rony passar a limpo, lembrando-se de colocar o nome de Lilá e sua assinatura. Até que não ficara tão ruim, e certamente era bem menos agonizante que ficar esperando a resposta olhando para a garota. Não podia negar que seus pensamentos estavam em Gina naquele momento; desejou poder entregar aquela carta a ela. Será que Rony ficaria muito bravo se Harry a convidasse? Olhou ao seu redor e notou o dormitório vazio, apesar de já ser tarde. Resolveu descer, provavelmente encontraria Rony no meio do caminho e já lhe entregava a carta.

A sala comunal estava vazia e silenciosa. Harry pensou em ir até a cozinha também, mas se Filch o pegasse levaria detenção na certa. Sentou num dos sofás, decidido a esperar pelo amigo. Encontrou um livro ao seu lado, e o folheou displicentemente. Um barulho vindo das escadas o assustou e o fez dar um salto. Com o pedaço de papel nas mãos e sem a menor vontade de contar o que aquilo significava, enfiou o papel dentro do livro. Respirou aliviado quando viu apenas a figura de Hermione, a descer as escadas.

- Harry? – a amiga o encarou surpresa – O que faz aqui?

- Hum... Nada! Só esperando o Rony! – ele sorriu sem graça. De repente, a sala parecia ter ficado muito quente, mesmo a lareira não estando acesa.

- Não me diga que concordou com mais um dos planos do Rony? – Hermione lançou um olhar desconfiada, e Harry desviou-o.

- Eu?! Plano? Ah, não...

- Harry, Harry... Você sempre acaba participando dos planos de Rony – ela se aproximou com um sorriso nos lábios – Você é um ótimo amigo, mas não deve concordar com os absurdos dele.

- Ah, Mione. Dessa vez, até que não é tão absurdo.

- Então, está mesmo ajudando-o? – Harry deu um tapa na própria testa.

- Não era para você ficar sabendo disso! – Hermione sorriu ainda mais.

- Eu sabia... Sabia que ia concordar!

- Mas é sério... Dessa vez o plano pode dar certo – Harry falou.

- E ninguém vai sair machucado? Tem certeza? – perguntou, descrente.

- Eu acredito que não – ele a encarou – Não tem como.

- Se você está dizendo... – ela deu de ombros e se aproximou do sofá. Harry lançou um olhar desesperado para o livro e torceu para que Hermione não o pegasse. Entretanto, a sorte não estava a seu favor. A morena pegou o livro e sentou ao lado dele, colocando o objeto sobre as pernas.

- Sim. Eu realmente acho que esse plano do Rony pode dar certo – Harry começou a suar. Se Hermione abrisse o livro e encontrasse o pergaminho, descobriria tudo e Rony deixou bem claro que não queria que a amiga soubesse...

- Isso iria entrar para a história... – ambos sorriram – Harry, você está bem? – perguntou notando o desconforto do amigo.

- Ah, sim! Estou bem sim, claro – ela não parecia convencida.

- Olha... Está ficando tarde, é melhor irmos dormir.

- É! Ótima ideia! Vamos dormir – ele levantou velozmente, a assustando. Hermione o olhou desconfiada, enquanto o amigo sorria nervosamente. Harry, definitivamente, estava escondendo alguma coisa, pensou.

- Você tem certeza que... Está tudo bem? – questionou preocupada.

- Sim! Está tudo bem sim, Mione – a garota levantou, ainda com o livro em mãos.

- Se você diz... Vou dormir, então – Hermione sorriu e se aproximou dele, beijando-lhe a face – Boa noite!

- Boa noite! – Harry respondeu e já estava esperando que ela deixasse o livro no sofá, quando Hermione começou a se afastar com o livro em mãos.

- Ei... Você... Vai levar o livro? – perguntou apontando para o livro, tentando soar o mais normal possível.

- Sim, claro, Harry! – ela sorriu sem entender – Esse livro é meu.

- É seu... Claro... – e sorriu desesperando-se internamente. "É DELA! OH MEU MERLIM, O LIVRO É DELA!", gritou em pensamento.

- Até amanhã, Harry – e seguiu para as escadas. Quando Hermione sumiu de vista, ele jogou-se no sofá.

- Eu devo ser o garoto mais azarado de Hogwarts mesmo – falou sozinho – Tanta garota, Merlim... Tanta garota... O livro tinha que ser logo de Hermione!?

Enquanto começava a pensar no que Hermione diria quando lesse aquele papel, seu descontrole o fez começar a puxar os cabelos, num gesto completamente desesperado. "Eu mato o Rony, eu mato o Rony!", aquilo virou um pensamento permanente; se não tivesse concordado em ajudá-lo, àquela hora sua mente estaria povoada apenas com pensamentos pecaminosos com a irmã de seu melhor amigo; certamente, bem melhor que pensamentos assassinos.

O retrato da mulher gorda se mexeu, indicando que alguém acabara de entrar. Harry ia avançar em Rony e começar a esmurrá-lo, mas a cena a sua frente o paralisou. Rony entrou aos beijos com Lilá, numa cena que lembrava aquelas novelas brasileiras que Harry já havia assistido por TV a cabo, na qual a pessoa parecia que ia devorar a outra. Piscou varias vezes, ainda incrédulo. Então, seus desejos assassinos o despertaram.

- Rony! – o casal se separou na mesma hora.

- Harry, amigão... Olha só quem eu encontrei pelo caminho – e Lilá sorriu, ainda pendurada no pescoço do ruivo.

- Como assim "Olha só quem eu encontrei pelo caminho"? O que aconteceu com a parte de ficar nervoso na frente dela? – perguntou irado.

- Bem... Veja só, acho que superei isso – Rony disse contente – Pense pelo lado bom, não terá mais que...

- Conte até dez, Harry... Conte até dez! – Harry respirava fundo repetidas vezes – Matar seu melhor amigo não seria bom para seu futuro...

- Harry? – Rony o chamou, tanto ele quanto Lilá não estavam entendendo nada.

- Precisamos conversar – e sem dar chance do ruivo protestar, Harry o puxou pela camisa e o arrastou até os dormitórios.

- EI! O que pensa que está fazendo?

- O que penso que estou fazendo? Eu vou dizer o que penso que estou fazendo: EU FIZ A MALDITA CARTA QUE VOCÊ ME PEDIU!

- E? Não estou entendendo por que está tão nervoso... Nem vai precisar usar mais – Rony disse como se fosse a coisa mais óbvia.

- Por que eu estou nervoso? Por quê? – Harry encarou Rony – Talvez porque Hermione tenha pegado o livro no qual eu havia escondido a carta...

- A Mione? Por que você deu a carta a ela?

- Eu não dei a carta a ela, eu escondi a carta no livro que era dela – Harry explicou.

- Ah... Então não tem problema... Ainda mais se for um daqueles livros bem grossos... Ela não vai achar o papel nunca – o ruivo disse.

- E se achar, Rony? – questionou – Ela vai descobri o plano.

- E daí?

- Como e daí? Você não disse que não queria que ela descobrisse?

- Não queria antes que a Lilá recebesse a carta, você sabe... A Mione acharia que nunca daria certo. Mas, agora que já me acertei com a Lilá não tem problema – Harry sentiu aquela vontade de bater com a cabeça na parede repetidas vezes – O que foi?

- Eu vou dormir – disse seguindo para sua cama. Precisava tirar Rony do seu campo de visão antes que o estrangulasse. Fechou os olhos e tentou dormir, mas a raiva não permitia. Aos poucos, ouviu os outros garotos entrando no quarto. Começou a imaginar o que diria Hermione se lesse aquela carta. Será que acharia piegas? Será que o acharia um idiota? Se ela lesse, pelo menos poderia perguntar qual a opinião dela em relação a Gina... Talvez Hermione tivesse alguma ideia de como seria a reação da ruiva se recebesse aquela carta. Acabou pegando no sono...

  Continua...

Grande beijo!! Pink_Potter : )

Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora