Sortilégio

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Ali estava ela, a minha lady, minha pupila, minha amiga, minha deusa. A noite estava incrível, com um grande círculo prata e luminoso no céu, o vento soprava frio, a terra ainda úmida da chuva que caio no fim da tarde e as árvores pareciam vibrar com o que iria acontecer.

Vestida apenas com o véu da noite, seu corpo brilhava com o reflexo do luar na sua pele branca como o leite, mas ela não parecia se importar. Não se importava com a brisa congelante ou com minha presença desconcertante. Não, nada faria com que ela se desconcentrasse, pois ela era a lua no céu, a terra úmida, as árvores que balançavam ao prazer do vento. E sim ela era o vento!

Todos os elemento em perfeita harmonia. Dirige-se ao altar, pega seu punhal e fala: "Eu traço esse circulo. Esse é um lugar que não e um lugar. Esse é um tempo que não e um tempo. Que aqui toda a luz e toda sombra permaneçam em equilíbrio, porque é do escuro que veio todas as coisas, e é na luz que elas se perpetuam."
Vai em direção ao norte, sul , leste e oeste e faz uma reverência a cada um deles. Então dança, gira, rodopia com a própria sombra como se estivesse em transe. Todas as intenções jogadas ao fogo das salamandras dentro do útero da deusa.
Pega de novo o punhal, desfaz o círculo e deixa ir todas as intenções, orações, pedidos. Agora a minha lady está esgotada. Esgotada, mas ainda sim deslumbrante e encantadora como tem que ser. E acima de tudo confiante, pois sabe que o círculo foi aberto mas não foi quebrado.

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