Vadias Loucas Não Vão Para o Céu

Gorda demais para isso.

Ela estava no fundo do poço..não, pior, ela tinha cavado o poço e dado um novo sentido para a expressão "fundo do poço". Tinha 25 anos e depois de morar 7 anos fora de casa tivera que volta.

O quarto ainda estava lá, nas agora seu guarda roupa tinha virado um depósito de lençóis, toalhas e cobertas que a mãe nunca usava. A cama também era diferente, nova, dura.

Tinha juntado quase todas as coisas do antigo apartamento e colocado no porta malas do carro utilotário que tinha alugado, esquecera um monte de coisas e ainda assim não tinha ideia se um dia iria busca-las.
As paredea do quarto eram completamente lisas em um tom terrivel de amarelo que a faziam paracer ainda mais pálida.

Suspirou profundamento e olhou para Madame Rosimary, sua yorkshire de nove meses de idade. Se soubesse que teria que se mudar de volta a casa dos pais não teria adotado a nova compamheira. Ou talvez teria, pensou olhando a cadelinha com carinho.

Resistiu o máximo que sua poupança de recém formada suportou, seis meses, mas a economia do país está em crise e arrumar um novo emprego foi mais difícil do que ela poderia imaginar. Ao final voltara para casa com uma dívida de 150 reais e nem um centavo na conta.

Também tinha engordado dez quilos de ficar em casa sem fazer nada por seis meses, comendo cereal de chocolate com muito açúcar e assistindo todas as séries da tv que havia deixado para depois em seus anos de universidade e depois quando começou a trabalhar.

Agora tinha enjoado da tv e começara a reler todos os clássicos e a ver todos os filmes vencedores do Oscar que ela nunca tinha tempo para ver.

Em resumo, era uma verdadeira fracaçada. E agora estava dez quilos mais gorda do que nunca.

Como se isso não fosse suficiente, tinha que aguentar as criticas da mãe o dia inteiro e nem ao menos poderia replicar, por que isso seria "arrogante demais da sua parte".

Não tinha nenhum amigo na cidade e passava as noites assistindo novela com os pais. Os fins de semana eram piores, quando ela saia pra jantar com os pais e os amigos deles que sempre peeguntavam se ela tinha um emprego à vista, ou um namorado.

A resposta era sempre não para as duas perguntas.