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Leiam escutando a música na mídia.
Colors - Amos Lee

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"Quando pequena eu sempre ouvia alguém falar sobre estar apaixonado. Era curioso como os olhos de alguém brilhava só de citar o nome da pessoa amada. Eu não acreditava muito em tudo aquilo. Perguntei a minha mãe como era estar apaixonada por alguém e ela me explicou como nós sentimos borboletas no estômago, as mãos soarem, sentimos em êxtase só de estar perto da tal pessoa. Ela falou muito mais, porém, era distinto para mim. Eu cresci vendo pessoas se apaixonarem ao meu lado e nunca acontecia comigo. Era frustrante.

Então ano passado eu entrei no ensino médio. Era incrível! Todos novos e com destinos brilhantes. Ainda tinha todo aquele negócio do amor na minha mente. Conheci você quando fui na biblioteca. Você estava tentando pegar um livro e não conseguia alcançar - uma cena adorável -, eu pensei em levantar e ir lhe ajudar, mas um garoto lhe ajudou primeiro. Desde aquele dia eu lhe observava ao longe, nunca tive coragem de falar com você.

As cores começaram uns meses depois. Não é uma doença, devo dizer, é apenas uma forma diferente que aderi para ver o mundo. Cores me mantinha estável e eu gostei. Eu contei a minha mãe e ela disse que tudo que eu observava era para definir em uma cor. Fiz isso e anotava tudo em um caderno. Você foi a primeira que defini em cores. Intensas. Vermelho é a principal.

Comecei com as notas quando percebi que aconteceu comigo o que tanto esperava. Eu estava apaixonada por você. Era confuso ainda, mas uma confusão boa. A explosão de felicidade de ver você e sorrir, mas triste por saber que não tinha coragem o suficiente para lhe dar um simples "oi". Ally me conhecia da aula de matemática e contei sobre o que sentia por você. Ela disse que me ajudaria se eu quisesse e eu aceitei.

Era tão lindo ver você sorrindo com todos os bilhetes, parecia que todas as cores explodiam diante dos meus olhos. Como Holi*

Você me deixava estável. Durante minha vida toda ela foi normal, até seis meses atrás, quando descobri estar com leucemia aguda. Eu pensei em desistir na segunda semana, mas seria fraca demais. Eu me tratei. Tanto por minha vida e minha família quanto por você. No final do quinto mês eu percebi que depois do diagnóstico tudo mudou. Eu não falava com a minha mãe direito, muito menos com a minha irmã.
Não falava com ninguém exceto Ally.
Ally sabia que estava doente e me dizia para me tratar e ficar com você. Ela dizia que você gostava dos bilhetes e isso me deixava bem. Quando lhe via sorrindo eu não me importava de ir ao hospital depois. Não me importava com todas as pessoas melancólicas que estavam lá. Era tudo para continuar viva e ver seu sorriso no outro dia.

Mas nem tudo é como queremos. Essa semana o doutor informou que não tinha mais chances. Era uma questão de tempo para morrer. Eu sei que vou morrer em alguns minutos pois minhas mãos estão soando e tremendo enquanto escrevo.

Eu não sei a cor do amor, mas sei que te amo o suficiente para fazer até as cores mais melancólicas as mais feliz. Para fazer flores de todas as possíveis cores. Para colocar tinta sobre as minhas cicatrizes e colorir cada uma para tornar mais alegres. Para lhe pintar com as mais lindas cores em uma tela fina e admirar a obra final. Para lhe dizer que nessa vida e na próxima que está por vir eu irei lhe amar até que todas as cores não tenham mais sentido e o mundo se torne sem cor.

Entre todos os lugares, cores, pincéis, tintas, lápis, aquarelas, objetos, pinturas, músicas, poemas, entre todo o mundo o que eu mais amo é você.

Você pode colorir o mundo apenas sorrindo.

Com todo amor e tintas do mundo,
Sua Camila."

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*Holi é uma festa conhecida mundialmente em que as pessoas jogam tinta para todo o lado.

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⏰ Última atualização: Jan 05, 2021 ⏰

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