Nos últimos dias eu venho deixando um de meus grandes amores de lado: a maquiagem. É claro que continuo tendo uma grande paixão com essa arte, mas para o dia a dia, deixei de lado coisas como o rímel, que eu utilizava todo o santo dia. Me contento apenas a um pozinho bem leve, discreto. Questiono-me por horas a fio, por que só agora consegui largar o hábito. Minha resposta mais recorrente é que, finalmente, consegui me sentir à vontade comigo mesma, com minha carinha de sono, olhos inchados, olheiras diárias... vejo essa mudança como uma melhora, pois nada melhor que se sentir bem do jeito que se é.
Enfim, o que quero trazer aqui?
Todos os dias somos pressionadas a sermos bonitas. Impecáveis. Luto com uma constante autocrítica dizendo-me que preciso ser mais magra, mais bonita, mais arrumada, mais refinada, sendo que no meu âmbito, não quero nada disso! Quero poder comer o que gosto, ficar feliz, sair com as roupas que eu quiser sem me sentir mal por ter engordado uns quilinhos, por estar com o cabelo meio bagunçado ou um humor não muito favorável. Nada disso quer dizer que eu vá sair com roupas furadas ou xingar todos aqueles que cruzam meu caminho. Pode ser que você nem tenha pensado que eu disse algo nesse sentido, mas muitos interpretam as vontades a cima como um desleixo. Não, não, não!
Quero poder ser eu mesma, e eu mesma não sou uma barbiezinha. Porque EU, Roberta, sempre agi diferente, e é assim que quero ser feliz. Admiro aquelas que conseguem estar sempre bonitas, mas essa vida não é pra mim (risos). Então eu digo: sejamos confiantes com o que somos, melhorando aquilo que nós achamos que precisa melhorar, absorvendo apenas críticas construtivas, e não padrões de quinhentos anos atrás! Vamos remodelar essa sociedade, para que todos possam ter alegrias nas pequenas coisas, e não viverem
lutando para serem iguais aos outros.
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Crônicas de uma meia-idade na adolescência
Non-FictionNada melhor do que um desabafo para desconstruir padrões. Crônicas, de uma pessoa no mínimo esforçada.