2: A dança dos mortos

15 2 0
                                        

Ainda tinha muitas casas para serem visitadas, e a jovem de cabelos ruivos estava estressada, ela queria ir ao show e não ficar com seus irmãos atras de doces, isso era irritante demais.

Quando passaram em frente a ultima casa da rua algo bateu contra ela, algo gélido, algo que a fez estremecer e arrepiar novamente, assim como no banho, olhou para frente e nada viu, o que poderia ser?

— Só falta essa casa, pequenos — disse Justin tentando encorajar os dois irem pedir doce.

— Não, Jus, olha que feio— apontou para casa.

A casa realmente estava amedrontadora e todas as crianças que esperavam que alguém fosse e mostrasse que não tinha nada a temer, e Milena queria fazer isso, porém algo a impedia, algo a fazia recuar temerosa do que poderia ter lá dentro, mas de saco cheio e estressada ela bufou e disse irritadíssima:

— Eu vou la pedir os malditos doces!

Os pequenos todos vibraram, ela somente revirou os olhos e atravessou o gramado. Quando parou de frente a porta conseguiu escutar um cântico que parecia algum tipo de bruxaria e ficou embasbacada com a tamanha dedicação do morador, ele realmente queria matar alguém de medo.

Então ela bateu na porta e esperou alguém sair, mas nada.

Novamente e nada.

Irritada ela esmurra a porta e não demorou muito até que alguém abrisse a porta
à ela.

Uma senhora alta e esguia apareceu ali, seu rosto pálido e as veste pretas pareciam combinar de forma surreal e tenebrosa, seu olhar assassino parecia algo ensaiado de tão perfeito que estava e a voz fina e cortante que a fez arrepiar fechava bem com o visual.

— O que quer? – perguntou a senhora.

— Doces ou travessuras? – perguntou a jovem.

Viu a senhora olhar para trás e ver o amontoado de crianças que a esperavam, depois soltou uma gargalhada áspera que fazia com que o estômago de Milena revirasse.

— Espere um minuto – disse ela sorrindo.

Quando a senhora entrou parecia que o ar tivesse ficado mais leve, então a Milena virou para trás e chamou:

— Vem.

Seus dois irmãos mais novos vieram correndo atrás dela sorrindo, eles estavam gratos a sua irmã e salvadora.

Quando a senhora chegou ela disse com a voz arrastada, como se fosse um espírito:

— Travessura.

Então, como se a porta do inferno tivesse sido aberta, de dentro da casa da moça saiu diversos espíritos e ninguém que estava ali se arriscou a ficar, todos correram para salvar suas vidas.

Do quintal horripilante saiam mortos, os que estavam enforcados começaram a se mexer como se quisessem sair dali, preocupada e com medo Milena levou seus irmãos diretamente para casa, mas a cena que viu não poderia ter sido pior, seu pai morto no chão decapitado, e sua mãe chorando olhando o marido caído no chão.

Justin correu até a mãe, a ajudou a levantar e juntos correram de dentro daquela casa, mas o caos que se instalará ao lado de fora deixaria marca para o restante da vida de todos ali, quer dizer, os que sobreviverem dali.

Não tinha um caça-fantasmas na área, ninguém sabia o que fazer, todos corriam e alguns corpos caiam mortos e depois se levantavam para atacar, eles queriam algo, precisavam se algo, mas parecia que nada ali os agradasse.

Na mente de Justin vinha a ideia de fazer como nos filmes, mas aquilo ali era vida real e custou alguém perecer que não era um simples pesadelo. Nos filmes tudo acaba bem, toda familia unida, mas ali não. Ali não era filme, não era sonhos.

Era a mais pura e cruel realidade, a realidade de todos os dias.

O Halloween havia chegado e a dança havia apenas começado.

A dança dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora