All These Years

• 02 •

Honestamente, hoje havia sido um dia realmente agitado. Saber que o Luca iria se mudar foi uma notícia que me pegou desprevenida.

Chegando em casa tomei um banho bem longo e fui tentar dormir um pouco. Obviamente uma tentativa terrivelmente falha. Não estava conseguindo pegar no sono de maneira nenhuma, até que quando eram 02:30 a.m, eu estava quase dormindo e meu celular toca, olho no visor com um pouco de dificuldade por conta do brilho, e leio "Luca 💞" revirei o olho, justo agora que eu estava quase dormindo??

• Call on •

- Luca que porra?! Eu estava quase dormindo, é bom que seja importante! São duas e meia da manhã!!

- Senhora, é de uma pizzaria mandaram te entregar um pizza, senhora gosta de pizza doce? - ele forçava a voz e ficava engraçado o que me fazia dar mais risadas ainda

- isso mesmo!

- uma de morango com chocolate saindo agora!

- como assim?

- só abre a janela...

• Call off •

Naquele momento um sorriso enorme apareceu no meu rosto, pulei da cama e corri abrir a janela, la estava ele segurando uma caixa de pizza da minha pizzaria favorita. Ele olhou pra mim e deu um sorriso. Ele usava uma calça jeans escura e um moletom preto.

"Seu pijama é adorável e aqui esta sua pizza senhora" olhei rapidamente para o meu corpo, estava com um pijama branco com bolinhas vermelhas, eu não estava esperando visitas as 02:30 da madrugada.

"Você é louco sabia?" foi a única coisa que passou pela minha cabeça. Ele era realmente MALUCO!

"Sim eu sei, agora vai ficar aí parada ou vai me ajudar a entrar?'' a janela era baixa então ele me deu a pizza e entrou facilmente, até que não foi tão mal assim morar no térreo!

"Está com medo do que? Meus pais estão viajando lembra? Você  poderia simplesmente tocada a campainha e entrado pela porta" ele passa a mão sobre os seus cabelos e sorri de uma forma irônica.

"E por acaso eu sou la homem de entrar pela porta, claro que não, sou de surpreender" ele deu uma piscadinha.

"Ok ne" rindo muito com tudo aquilo, comemos depois deitei apoiada na perna dele e perguntei "O que veio fazer aqui essa hora?"

"Vim te provar que o que eu te falei mais cedo era verdade. Você foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu não vou te deixar, mesmo estando longe, eu sempre darei um jeito de estar perto." Ele nunca tinha dito algo deste nível pra mim antes. Ele realmente não é do tipo que demonstra sentimentos, à imagem que ele transmite está mais para um egocêntrico durão que não liga muito para as pessoas ao seu redor. Menos quando estávamos só eu e ele, ele conseguia ser transparente, vulnerável... Quando éramos só nós, ouso dizer que ele se tornava uma outra pessoa, alguém do tipo protetor e carinhoso, alguém que tenho certeza que seus amigos nem imaginam que exista.

Estávamos juntos jogando travesseiros um no outro e rindo muito, eu ja estava muito cansada então levantei meus braços ao ar e disse quase que num grito

"Trégua!! Paz!!! Eu me rendo!" Ele me de uma olhada de vitorioso achando que tinha ganho a guerra, pena que ele estava errado. Quando ele ameaçou falar eu joguei uma das minhas almofadas na cara dele, o que o fez ficar boque aberto. "EU GANHEI EU GANHEI" saltitava cantarolando.

"Eu acho que não!" Ele pulou em cima de mim me fazendo cair sobre a cama, começou a fazer muitas cócegas.

"Para..che...ga... por.... favor" disse em meio os risos e ele parou, me olhou esperando que eu dissesse, droga! "ok você ganhou!" ele sorriu satisfeito e saiu de cima de mim.

Levantei e me sentei na beira da cama, não deu nem um minuto e ele jogou um  travesseiro na minha cara o que fez meus óculos voarem para longe "agora sim eu estou feliz!" e sorriu.

"BABACA!" gritei procurando meus óculos que haviam caído na cama. Eu realmente não enxergava nada sem eles. Ele pegou meus óculos que haviam caído ao chão, colocou em mim e disse sério me encarando

"Babaca que você ama não é mesmo?" aquelas palavras ecoaram na minha cabeça de forma surpreende, senti minha respiração falhar e meu estômago embrulhar tudo em questão de poucos segundos... Ok eu realmente o amava, mas ele não sabia, pelo menos não da forma que eu amava. Me mantive seria e o encarando.

"Você sempre foi convencido assim ou é só comigo? Quem te disse que eu te amo?" estava sendo completamente irônica mas tremia de medo da resposta, me levantei da cama e ele me puxou me fazendo sentar na mesma outra vez.

"Eu estou falando Babe!" deu uma piscada sacana e eu mantinha meus olhos nos dele "Vai me dizer que é mentira? Vai negar que me ama Lancaster?" o que era aquilo? como ele conseguia ter tanto poder sobre mim? ele sorria vitorioso do meu silencio.

"Não, eu não nego, pois sei que me ama também" ri ironica e me levantei com os braços cruzados e continuei o encarando, ele riu da minha falha tentativa de parecer intimidadora "O que? Vai me dizer que não me ama?"

"Amo" coloquei as mãos na cintura e forcei um pouco mais, e não ia sair por baixo.

"Ama? Ama o que? você ama o que?"

"Eu amo você" disse enquanto revirava os olhos o que me fez rir satisfeita.

"Muito bom, assim que eu gosto" sorri passando a mão no cabelo dele como se ele fosse um cachorrinho.

"Muito bom é? Vai ver o muito bom jaja" olhou com uma cara nitidamente safada o que me fez rir muito, provavelmente um pouco era de nervoso mas eu não podia deixar ele perceber isso.

"Olha o respeito garoto, eu sou ima moça de família" falei dando um leve tapa em seu peitoral.

"Nunca disse que não era" ele sorriu e piscou pra mim.

Ficamos um bom tempo conversando repondo o tempo jogado fora, colocando em ordem a nossa vida, até que ele olhou no relógio e já eram quase 6 da manhã, levantou, pegou seu moletom e o boné.

"Desculpa madame mas agora seu príncipe encantado tem que ir" ri e o levei até a porta, vamos abraçados e ficamos um bom tempo enrolando vendo o dia clarear (Sim ele passou a madrugada em casa conversando sobre assuntos aleatórios), olhei pra ele e disse

"Toma cuidado!" ele riu.

"Tudo bem mãe, mais alguma coisa?" Disse num tom ridiculamente irônico.

"Não troxa!" rimos e ele me deu um abraço forte e um beijo na bochecha, e sussurrou em meu ouvido.

"Eu amo você, ok?" sua voz estava suave e calma "Não esquece disso

"Eu te amo" ele deu um leve sorriso e foi embora, fiquei ali na porta parada até que ele desaparecesse completamente do meu campo de visão

La estava Ele, indo embora e me deixando toda confusa com tudo, uma hora ele era um príncipe e depois um ogro, era difícil entender o que eu estava sentindo naquele momento, como ele tinha todo aquele controle sobre mim?

Como ele podia fazer aquilo comigo???