Se estreitando pelas ruas de Nova Iorque, Harry desejava ter um casaco mais grosso para proteger seu corpo magro do clima frio. Com a ponta do nariz avermelhada, os dentes se colidindo um contra o outro e a respiração descompensada, o menino caminha sem rumo pela cidade.
Ele não tem amigos, não tem um lugar para fugir de sua realidade, a única escapatória é um parque que fica alguns quilômetros de sua residência. Tal parque dono de uma aparência macabra digna de filme de terror, fazendo total contraste com o estado emocional do garoto de cachos, destruído e totalmente esquecido. Harry já não sabe mais o significado da palavra "amor" desde que seu pai se suicidou para não ter que aguentar a mulher alcoólatra, o menino lembra exatamente do choque que foi chegar em casa e encontrar o genitor com a garganta cortada e ter que aguentar a mãe despejando palavras de ódio na sua direção, o culpando pelo suicídio do mais velho. Desde esse dia, a vida do cacheado se tornou o verdadeiro inferno na terra, todo dia de manhã tinha que levar a mãe para o quarto, pois a mesma havia adormecido no sofá enquanto virava alguma garrafa de whisky, ou simplesmente lidar com xingamentos homofóbicos e carregados de ódio, o culpando por toda sua vida miserável. Sim, Harry é homossexual assumido e até hoje se arrepende de ter caído na pegadinha de Ethan e seus amigos, o típico grupo de populares que toda escola tem. Por culpa da brincadeira sem graça, o garoto até hoje sofre as consequências por ser o único homossexual assumido do colégio.
Harry finalmente chega na praça, se deparando com a iluminação precária do local. Alguns postes de luz ainda funcionam, mesmo que a iluminação falhe em alguns momentos. O rangido do balanço sendo empurrado pelo vento é o único som presente no lugar, a estrutura do objeto parece tão frágil que Harry chega pensar que caso ele sente, a corrente vai se romper e ele irá de encontro ao chão, mas isso não o impede de fazer.
Com um gemido, o balanço sustenta o peso do cacheado e então levemente Harry começa se movimentar no brinquedo, pegando certo impulso. Logo Harry está brincando, buscando ir cada vez mais alto, não se importando se a corrente irá quebrar a qualquer momento, ele quer apenas sentir o vento colidindo contra o seu rosto e a sensação de liberdade tomando conta de si. Os cachos cor de chocolate fazem uma dança triste no ar enquanto o corpo do menino está em um constante vai e volta. Harry sentia-se em uma bolha de ar invisível, entrando em um estado de paz interior que já não encontrava à tempos, mas, como o destino parece sacanear com o de olhos verdes, sua bolha foi destruída assim que um latido cortou o barulho do balanço, fazendo Harry parar com os movimentos e descer do brinquedo, procurando o causador do ruído.
E tão rápido quanto a batida das asas de um beija-flor, Harry sentiu seu corpo sendo empurrado contra o chão e lambidas cheias de saliva na sua bochecha.
— Rex! Você tem que parar de pular nas pessoas assim. — Uma voz soou distante, autoritária, mas não como se a pessoa estivesse realmente zangada. — Me desculpe pelo modo inconveniente do meu cachorro, ele é grandão mas ainda é filhote. — A pessoa dizia enquanto retirava o labrador de cima do corpo de Harry. — Você está bem? Machucou a cabeça? — O homem questionava enquanto tirava alguns vestígios de terra do rosto do cacheado. Harry parecia totalmente absorto e perdido, o homem se perguntava se o baque havia sido tão forte para causar tal efeito.
— Sim, só um pouco zonzo, sim? — Harry respondeu distante, tentando focar o olhar no desconhecido e quando conseguiu obter sucesso no seu objetivo, Harry sentiu suas bochechas ficarem quentes, pois o homem a sua frente é dono de uma beleza questionável de tão perfeita. Os detalhes do rosto parecem ter sido esculpido milimetricamente, para não haver uma imperfeição. Olhos azuis com alguns detalhes em verde, os lábios finos e avermelhados e o nariz arrebitado com a ponta levemente arredondada. O cabelo castanho em um topete desfeito, com alguns fios caindo sobre a testa soada. Uma regata branca caindo sobre seu corpo, expondo o peitoral com algumas tatuagens e os bíceps definidos.
— Eu duvidava que perfeição existia até esse homem aparecer. — Harry pensou alto e o homem distorceu o rosto em uma careta confusa.
— O que disse?
— Nada, eu, eu já estou de saída e...— O menino começou falar de forma atrapalhada que o desconhecido foi obrigado pousar um dedo sobre o lábio de Harry.
— Ei, ei, calma, já está tarde, quer que eu lhe leve para casa como pedido de desculpas?
— O que? — Harry perguntou mais confuso e viu um sorriso brincalhão se desenhar no lábio do mais velho.
— Sua casa...— O de olhos azuis deixou a frase no ar para que o garoto completasse, olhando para o mais novo com expectativa.
— Harry?
— Então, Harry, me chamo, Tomlinson, Louis Tomlinson, quer ajuda para levantar? — O até então desconhecido, ofereceu a mão para Harry levantar e o menino pegou a palma do mais velho sem hesitar.
Louis ergueu o corpo magro de Harry do chão sem dificuldades e sorriu assim que o menino ficou em pé. O de cachos retribuiu envergonhado, enquanto se encolhia dentro do casaco e pensava o quão encantador o sorriso de Louis é. Harry, pela primeira vez na vida, desejou ter um amigo para que o puxasse do precipício que é sua vida, e com amigo, ele quer dizer Louis Tomlinson.
-x-
Oi? Tudo bem? Espero que sim 😸. Bom, aqui mais um projeto de fanfiction e eu realmente espero que dê certo! Agora duas informações básicas:
— Harry terá 18 anos e Louis 26.
— Não será considerado pedofilia pois Harry já é de maior.
Okay bebês, se chegaram até aqui, obrigado! Comentem/votem, por favor? Até o próximo capítulo.
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Sweet Child O' Mine • lwt+hes
Fanfiction2 mundos. 2 pessoas totalmente diferentes. Harry Styles vive em uma constante dúvida entre se matar ou se jogar no próprio precipício que é sua vida desde que seu pai cometeu o suicídio, mas um por acaso faz com que Harry conheça Louis Tomlinson, um...