Monomania

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Caroline andava pelas ruas da cidade. Tinha acabado de sair da cafeteria onde trabalhava. Pegou no bolso alguns trocados que ganhara dos clientes "pelo seu ótimo atendimento".

Ao invés de ir pelo caminho mais curto, como pessoas normais fazem, decidiu passar pela praça antes. Gostava de fazer isso quando estava ansiosa, e aquele era o dia perfeito. A garota cantaria no Música e Petiscos essa noite e, mesmo já tendo feito isso pelo menos cinquenta vezes, ainda sentia aquele frio na barriga, o mesmo da noite de estreia.

Era um fim de tarde e Carol sabia que o bar encheria naquela noite. Ninguém fica dentro de casa numa sexta-feira com uma temperatura agradável como aquela.

Abriu a porta do apartamento silencioso que morava e viu Luna, sua gata, deitada no sofá, como sempre fazia. Nada de novo na vida dela. A menina foi até a cozinha, abriu a gaveta de um dos armários brancos e pegou a pequena caixinha onde ela guardava os trocados que ganhava ou que acabavam sobrando no final do mês. Caroline sabia que sua situação financeira não era a melhor do mundo e, por isso, sempre guardava um pouquinho do dinheiro que tinha, caso precisasse um dia. Colocou o dinheiro dentro da caixinha e fechou a gaveta.

 Colocou o dinheiro dentro da caixinha e fechou a gaveta

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Lucas saiu da gravadora entediado. A voz de Gustavo o irritava profundamente e ele tinha que aguentar aquela "foca morta" cantando o dia inteiro. Gustavo, querendo ou não, era o maior cantor de Lucas. O empresário era incapaz de entender como as pessoas gostavam dele. Ou era porque o garotão era bonito, ou elas tinham uma espécie de Auto-Tune no ouvido.

Lucas só queria ir para casa e fazer absolutamente nada, mas é claro que um dia ruim pode piorar. João Pedro havia o convidado para ir ao Música e Petiscos naquela noite. Bem que Lucas queria recusar, mas não podia. Era João Pedro, amigo de infância, o cara que colocou Lucas no ramo como empresário. O moreno sentia-se, de alguma forma, grato.

O empresário entrou no apartamento e seu cachorro veio recebê-lo, fazendo festa. Lucas coçou a cabeça do companheiro e foi se arrumar.

       Caroline estava se olhando pela vigésima vez no espelho

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Caroline estava se olhando pela vigésima vez no espelho. Ela tinha certeza de que estava bem vestida, de que o cabelo estava arrumado e de que não tinha batom no dente; ela só precisava repetir as mesmas palavras para si mesma:

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