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Mariana

Cheguei a escola e vi que Mira me esperava sentada no banco do costume.
Felizmente ela não me viu então eu fui para o campo de futebol exterior e sentei-me nas bancadas.

Estava concentrada na minha música e vi que alguém se sentou au meu lado e olhei para a pessoa dando de caras com a paixoneta da Mira, Afonso.

Tirei um dos phones do ouvido e olhei de novo para ele.

-O que estás aqui a fazer?- perguntei au rapaz que olhava atentamente para os seus ténis.

-Eu vim aqui para te pedir um favor.- ele disse talvez um pouco nervoso.

-Sim!?- esperei que ele começasse.

-Eu queria o número da rapariga que costuma estar sempre contigo, a Mira.- ele disse um pouco envergonhado.

Eu sorri fraco e olhei para as minhas pernas.

-Olha eu acho que devias ir falar pessoalmente com ela.- eu disse.

-Eu nao sei se tenho coragem.- ele disse olhando agora para mim.

-Como arranjaste coragem para vir aqui falar comigo, arranjas também para falar com ela.- eu encuragei o rapaz.

-Porque vieste para aqui? Porque não estás com ela?- ele perguntou curioso.

-Eu hoje que estar sozinha!- eu disse cabisbaixa.

-Nao quero ser metido mas já percebi que estás mal.- ele disse olhando para o relvado.- Sabes que as vezes falar com estranhos é mais fácil.

-É.- eu não queria falar sobre isto, mas por outro lado eu queria deitar tudo cá para fora.-Hoje é o dia do meu aniversário.

-Isso é bom, parabéns.- ele sorriu para mim mas logo o seu sorriso desapareceu quando viu que no meu rosto não havia uma ponta de alegria.

-Seria também o aniversário do meu irmao gémeo se ele também estivesse vivo.-eu disse.- Mas por minha culpa ele não chegou a nascer, ele tinha oncordao umbilical em volta do pescoço e quando os médicos me tiraram o cordão dele vinha agarrado também no meu pé o que fez com que apertasse ainda mais o seu pescoço e ele não sobreviveu. Todos os anos neste mesmo dia, o meus pais me culpavam pela morte do meu irmao é até au dia de hoje eu vivo com essa culpa dentro de mim.

Afonso olhava para mim, podia ver no seu rosto que ele estava triste com a história.

-Tu nao tens culpa de nada.- ele disse pegando na minha mão.- São coisas que acontecem não tens de viver com essa culpa, ninguém teve culpa muito menos tu que eras uma bebé indefesa e recém nascida.

You're Cold || André Silva ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora