Prólogo

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- Ganhamos!
Foi a primeira coisa que meu pai disse quando chegou em casa.
- Ganhamos o que meu amor? - Perguntou minha mãe enquanto fazia suas coisas.
- Ganhamos na mega sena, cerca de meio bilhão de reais.
- Ai meu Deus! - Eu e minha mãe vibramos juntas.
Não estávamos acreditando no que ele estava nos dizendo, quero dizer é difícil de acreditar que ganhamos na loteria, ainda mais para uma família que sempre levou a vida simples. Tínhamos que comemorar a noite inteira.

1 MÊS DEPOIS

Meu pai já havia acertado tudo com o banco, então ele resolveu comprar uma casa no Rio de Janeiro, já que tínhamos uma casa no interior de São Paulo vimos aquela oportunidade para mudarmos completamente de vida.
Quando chegamos na casa que iríamos morar eu não acreditei. Não era uma casa simples como a outra que tivemos, ela era enorme. Com uma aparência que me deixou sem palavras para descrevê-la.
- Gostou? - Meu pai perguntou ao reparar que eu estava paralisada em frente à casa.
- Eu amei!
Sem mais delongas nós entramos na casa, ela já estava decorada então não tínhamos muito o que fazer após as mudanças. Na entrada havia duas colunas brancas que sustentavam o andar de cima, o piso em porcelanato e as escadas em mármore escuro, janelas que desciam do teto e cortinas com blackout tampando a luz do sol que queimava naquele horário. Eu estava ansiosa para ver um cômodo em específico. O meu quarto.
Ao abrir as portas deixei que me acostumasse com aquela visão maravilhosa. Uma cama box branca de casal no centro do quarto, uma janela acima da cama, o piso igual ao do andar de baixo, ao lado da cama um mural vazio que eu iria preenche-lo mais tarde, ao lado uma porta aberta que dava para o closet (eu iria ter um closet!), passei pela porta e minha boca se abriu em surpresa, era realmente grande ainda mais com um adicional do banheiro.
Eu estou no terceiro ano do ensino médio, as aulas começarão na segunda feira, ainda é sábado, então para que o tempo passasse rápido e eu conseguisse repor minhas energias eu caminhei até a minha nova cama e ali eu dormi.
Abri os olhos em um determinado momento e já haviam se passado das 20hrs. Levantando da cama ainda meio sonolenta eu desci as escadas e fui em direção a cozinha, estava com fome. A casa estava silenciosa, meus pais devem ter saído. Na geladeira havia um bilhete com um ima por cima.

Filha, boa noite
Você estava dormindo quando te chamei para ir jantar fora, então resolvi não te acordar.
Tem estrogonofe de frango e alguns números de restaurantes para você ligar se você sentir fome.
Se for sair nos avise. Beijos
- Mamãe

Minha mãe fez comida?
Eu ri alto, minha mãe não sabe cozinhar. Quero dizer, saber ela sabe, mas o gosto nem sempre é agradável ao meu paladar.
Liguei para uma pizzaria, ainda bem que ela deixou o número aqui. Pizza é vida.
Para matar o tempo eu saí até a varanda e aproveitei para esperar o entregador, espero que ele não demore demais. O tempo estava bom do lado de fora, era fresco e um pouco gelado.
Estava pensando quando vi uns garotos passarem pela rua em uma caminhonete preta, o carro parou e eles desceram, juro que fiquei alarmada, em estado de alerta. Mas que eram uma beleza aos meus olhos isso era um fato.
- Essa aí é nerd. Vamos seguir em frente. - Disse um dos garotos, seus olhos eram verdes e seus cabelos eram claros.
Talvez ele tenha dito isso pelo fato de eu estar com o cabelo desgrenhado parecendo uma onça e sem nada no rosto, aquilo me fez ferver de ódio.
- A única nerd que conheço é a sua avó. Otário.
Foi tudo o que eu consegui dizer naquele momento, embora eu não tenha certeza se me ouviu.
Eles entraram no carro novamente e uma batida alta saiu do carro.

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