O sorriso

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Não acredito que estou aqui. Não tem como ser mais feliz do que agora. E então olho para ela. Seus olhos estão nos meus e, como sempre, o mundo para. Somos só nós dois e todas as memórias que construímos juntos, dos maus aos bons momentos. Em todos eles ela esteve ao meu lado, para a mais insignificante das coisas, ela estava lá.
E como eu tive sorte. Ainda me sinto nervoso quando ela me olha, todas as vezes. Ainda sinto as borboletas todas as vezes que ela sorri. Cada vez que eu olho, me perco. O sorriso dela não era real. A mesma coisa com seus olhos. Me perco sempre que ficam em mim. Entre mil olhos azuis prefiro o abismo escuro dos seus. A cada vez que fala algo que ama, me sinto olhando o céu estrelado de uma noite escura.
Tudo nela, cada coisa, até mesmo seus defeitos, tudo a deixa perfeita do jeito que ela é. Foram por essas simples e pequenas coisas que eu me apaixonei. Suas sardas que, por mais que sejam poucas, insiste em esconder. Seu cheiro, me deixa desnorteado cada vez que passa por mim. E eu ainda me lembro de tudo da nossa infância naquele quintal. E como me lembro.
Mesmo que o mundo inteiro esteja vendo, eu ainda a escolho. Todas as minhas lembranças voltam para ela.
Vejo sua boca pronunciar a palavra que eu tanto esperava seguida por um sorriso, sinto as borboletas novamente e então é a minha vez.
- Sim.

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