E agora?

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Olá. Esse será o meu espaço de histórias e fatos sobre a maternidade. Esse texto que vem a seguir foi escrito no dia 9 de novembro de 2016, um dia antes do meu Lui chegar ao mundo. Por motivos maiores e que serão descritos aqui também, resolvi postar hoje, e enfim dar continuidade à esse trabalho.
Espero que esse espaço se torne meu diário de desabafo, tornando assim meus dias mais leves. Estou amando ser mamãe. Mas quem disse que seria fácil??
Então...segue meu dia anterior ao grande dia!

E agora? Ele vai chegar quando? Vai dar sinais antes? Ou vai chegar ao mundo no estilo "surpresaaa!".
Vai ser fácil? Vou passar horas chorando e gritando de dor? Vou ser anestesiada? Vão abrir a minha barriga???
Ok. Primeiro, deixa eu me apresentar. Meu nome é Ana. Tenho 29 anos (quase 30, mas não gosto de arredondar idade. Aliás, odeio!). Gestante. 38 semanas e 5 dias! Mãe de primeira viagem. E absurdamente surtada de ansiedade.
Desde o dia que descobri a gestação, estou todos os dias lendo artigos, fazendo cursos, estudando, me preparando... tudo isso para o dia do parto. Desde o primeiro dia eu decidi: vai ser normal. Sem intervenção. Sem analgesia. Vai ser lindo e mágico como nos vídeos do YouTube, onde crianças nascem lindas e rechonchudas, vão para o colo da mãe, e tudo se torna amor e amor e amor. Mãe chorando, pai emocionado, bebê já agarrado ao seio materno. Tudo perfeito!
Eu só não contava com um detalhe. Não adianta só eu querer. Meu bebê também precisa querer. E acho que ele não quer.
Passei alguns sustos durante a gestação. Com 35 semanas achei que ele fosse dar o ar da graça, mas na época seria cedo, então seguramos. Quando completei 37 semanas veio o alívio. Ufa! Agora ele pode chegar. E...cadê? Ele não quer mais. Se recusa a sair do quentinho.
Até que na minha última consulta, ouvi tudo aquilo que eu não queria. Ele tem uma semana para chegar "espontaneamente"...Caso contrário, cesariana. Meu mundo desabou ali.
Tudo o que eu planejei. Tudo o que li sobre "o melhor para a mãe e o bebê" ou sobre "benefícios do parto natural", ou sobre "criação de apego iniciado com o maior vínculo no parto"...Se foi para o ralo. Junto com toda a minha auto confiança.
Sabe, muitas vezes criamos expectativas sobre coisas que fogem do nosso controle. Mas nos sentimos tão fortes, e capazes, e seguras...que não pensamos que, na verdade, o mundo é muito maior do que o nosso umbigo. E aí nos frustramos e ficamos com raiva de nós mesmos. Foi assim que saí da consulta nesse dia. Com raiva de mim. Pensando...Não acredito que eu não sirvo nem pra parir meu filho! Pois é. Talvez eu não devesse ter colocado tanta certeza em mim, mas ao invés disso, ter pensado apenas na segurança dele. E ter rezado pelo melhor.
Ok. Não desisti ainda da minha força de mãe, mas hoje peço à Deus que seja feita a vontade Dele.
Digo que não desisti porque ainda estou tentando da forma como posso. Caminhada, atividade física leve, beber muita água.
Mas está muito difícil não chorar. Ou não me angustiar. Ou...Não me culpar.
Então, decidi escrever. Aprendi com um amigo meu que escrever alivia. E aqui estou eu, juntando palavras e tentando passar à algo tão frio, os meus sentimentos tão reais.
Tentarei escrever sobre a minha nova vida o máximo que eu puder, e contar todos os meus erros e acertos. Quem sabe, um dia eu olhe pra trás e pense...uau! Virei uma super mãe! Ou talvez sirva só pra dar umas risadas. Ou pra mostrar pra ele que tentei. Tentei muito. E vou tentar sempre. Pq ele já é o grande amor da minha vida e a maior razão de todas pra estar aqui fazendo isso.
Espero conseguir.

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