Lágrimas e lágrimas desciam pelo meu rosto sem parar, não conseguia contê-las, só de pensar que nunca mais veria minha vó novamente...
-Pare de chorar! -O comandante falou e apertou mais Ainda meu braço.
Tentei engolir o choro, mas era praticamente impossível.
-Por que fazem isso ? -Perguntei em voz baixa.
-Por que ? Não sabe ? -Ele perguntou meio surpreso. -Aquela velha com certeza não contou... A cada sete anos, pegamos jovens com de 16 anos para servir ao palácio, ao rei e a rainha.
-Servir ? -Perguntei Ainda chorosa
-Sim, boneca, servir! -O comandante se irritou e eu fiquei quieta até chegarmos ao nosso destino.
Era uma praça pública, cercada de guardas, tinha outros jovens ali, homens e mulheres, alguns chorando, outros simplesmente de cabeça abaixada.
-Você fica aqui até seu transporte chegar. -Ele falou arrogante e me empurrou com tanta força que cai no chão, machucando minhas mãos com as pedras que tinham ali.
As lágrimas que eu já tinha cessado, voltaram, pois ali, naquele chão, estava me sentindo um nada, como seria agora daqui pra frente.
-Venha... -Olhei para cima e vi uma garota de cabelos pretos me estendendo a mão.
Segurei sua mão e ela me ajudou a levantar.
-Sinto muito por você. -Ela falou com uma voz doce. -Também fui tirada de minha família.
-S-sinto muito. -Falei e limpei minhas lágrimas.
-Me chamo Tália. -Ela sorriu de lado mas estava como eu, destruída.
-Amora. -Falei e baixei minha cabeça.
-O que será que vão fazer conosco ? -Ela falou com uma voz assustada.
-Não tenho ideia. -Continuei com minha cabeça baixa.
Ficamos assim até ouvir a voz do comandante soar alto na praça.
-Escutem! -Ele falou e todos olharam pra ele, havia carros abertos ali, com grades ao redor, como se fosse prisões. -De hoje em diante, suas vidas serão somente para servir vossas majestades, e aqueles que se rejeitarem serão punidos, com a morte, por traição!
Estávamos no fim, na ruína, não estaríamos mais vivendo, estaríamos sobrevivendo.
-Agora, os guardas irão escoltar vocês até os carros, e os levarem até o palácio! As 12 mulheres irão nesses dois carros, e os 12 homens irão naqueles dois carros. -Ele apontou os carros e os guardas vieram em nossa direção.
Agora não havia para onde correr, os guardas colocaram seis em cada carro. E Tália veio no mesmo carro que eu.
Eles nos empurravam algumas chegavam até a cair, olhei para o outro lado, o lado dos homens e havia guardas que tinham chicotes nas mãos, olhei aterrorizada para os guardas do nosso lado e somente um deles estava com o chicote.
-Andem logo! O serviço não espera! -O comandante tornou a falar.
Era minha vez de entrar, um guarda apertou minha cintura mais do que deveria para me ajudar a subir e sussurrou em meu ouvido:
-Delícia! -E me jogou no carro com grades.
Me coloquei em um canto e encolhi meus joelhos, que nojo daquele homem, que nojo de todos aqueles homens!
-Amora ? -Tália me chamou e eu levantei o rosto. -Vai ficar tudo bem, não se preocupe!
-Por que está dizendo isso ? -Perguntei pois ela estava sendo gentil em um momento tão inoportuno.
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O Segredo
RandomEm um Brasil futurista, agora não mais democrático, que fora invadido por ingleses que decidirão reencarnar a monarquia e dar um fim em todos os tipos de meios tecnológicos existentes. Com o tempo, o povo brasileiro cedia aos caprichos dos membros...