Guardian Angel?

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Não mereces o que tens! O teu irmão morreu por tua culpa! Tudo de mal que aconteceu com a tua família foi tua culpa! Morre!

- Eles todos têm razão. Eu não mereço o que tenho o Changho morreu por minha causa e as dividas e aura negra que paira em volta da  família Ahn é culpa minha. Eu sou amuleto de má sorte. - as lágrimas teimavam em cair deixando os meus olhos e o meu nariz inchados e vermelhos. 

Subi o pequeno parapeito e encarei o chão que estava tão longe que as vertigens me atacaram. Suspirei e encarei o céu naquela cor bonita que aparece na transição do dia para a noite. As nuvens assemelhavam-se a algodão doce sorri com a lembrança do meu falecido irmão mais novo, Changho, era maravilhoso a sua fascinação pelas nuvens. Sempre que estava tempo encoberto ele obrigava-me a deitar-me com ele na relva e tínhamos de encontrar algo, todos os dias era algo diferente desde um elefante a uma romã. Infelizmente ele foi diagnosticado com cancro linfático num estado terminal e não podemos fazer nada ele apenas foi-se do dia para a noite.

- Changho doungsaeng, eu vou ter contigo. Desculpem àqueles que ainda se preocupam comigo. - Encarei de novo o chão e engoli em seco. Pensei em várias coisas e pessoas. Posso dizer que a minha vida passou diante dos meus olhos.

- Vais demorar ou quê? Se queres fazê-lo fá-lo logo. - uma voz grave masculina fez com que eu gritasse e perdesse o equilíbrio. Senti o meu corpo cair contudo em algo mais macio do que eu esperava. Levantei os meus olhos e encarei um ser de cabelos cinza, pálido como uma folha de papel e um olhar um tanto quanto intimidador. 

- Quem... és... tu? - gaguejei levantando-me do seu peito. Encarei o rapaz que rapidamente se pôs em pé. Era alto, vestia-se totalmente de branco e envergava uma expressão vazia. 

- Uhm, acho que a pessoa que te acabou de salvar a vida e acho que devia receber alguma palavra em troca como um obrigado. - falou cínico e aproximou-se de mim, devo salientar que foi demasiado as nossas faces estavam demasiado perto, podia sentir o seu hálito fresco. 

- Mas quem disse que eu queria ser salva? Eu não mereço este mundo. E donde vieste tu? A escola está vazia hoje devido a falta de água. Quem és tu? - o rapaz começou a rir mas logo parou e encarou-me com um largo sorriso.

- O meu nome é Baek Juho e eu sou o teu anjo da guarda. - desta vez foi a minha vez de rir do que ele dissera.

- Passa outra que essa cantada foi muito má. - o autointitulado meu anjo da guarda agarrou o meu pulso e puxou-me para longe daquele parapeito. 

- Cantada? És engraçada. Pensas que eu me apaixono por uma pessoa assim? - troçou da minha cara mais uma vez e obrigou-me a sentar. - Doí-te alguma coisa? A queda mesmo que em cima de mim foi um pouco brusca. - Juho começou a busca por qualquer ferimento mas não o encontrou. 

- Não. Eu estou bem, obrigada. - murmurei. Só agora tinha caído em mim e tinha percebido que me tinha tentado suicidar. 

- Ya! Porque querias fazer aquilo? - o ser alto agachou-se e encarou a minha face. A sua maneira de ser tinha mudado em poucos segundos. De um engatatão a uma pessoa preocupada. - Mesmo que tenhas perdido tudo e o planeta tenha perdido a cor aos teus olhos deves sempre seguir em frente. Temos sempre de ser fortes. Todos têm dentro de si um fragmento de boas noticias.

- Quem és tu de verdade? E porque é que apesar da tua imagem um pouco intimidadora eu me sinto tão bem perto de ti? - Encarei os olhos de Juho. Senti a sua mão quente tocar na minha face e sorriu. - Nós já nos vimos alguma vez? Eu acho que te conheço.

 As caricias que eram efetuadas pelo rapaz traziam-me uma paz corporal e mental como nunca tinha sentido.   

- Ahn Sooji, não precisas de saber quem eu sou. Apenas acredita em mim eu estou a zelar pela tua vida. - Como uma pessoa muda tanto em questão de segundos? Ele aproximou-se de mim e depositou um pequeno beijo sobre os meus lábios ressequidos. 

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Acordei sobressaltada pelo sonho e notei que tinha adormecido durante a aula de Biologia. 

Que raio de sonho tive eu agora sonho com aquela coisa irritante e ainda por cima que nos beijámos. 

É, é oficial eu pirei de vez, estou louca.

Pensava e repensava sobre este rapaz que à mais de um mês estava a frequentar os meus sonhos. Recentemente ele tinha começado a aparecer na escola e a falar comigo sobre coisas sem nexo nenhum e quando perguntava a alguém se o via diziam que eu precisava de ir a um psiquiatra. O rumor que a anti-social tinha enlouquecido já se tinha espalhado por toda a escola.  Finalmente o toque ouviu-se fazendo todos os alunos escoarem das salas de aula. Tirando eu que ficava sempre na sala de aula para evitar ser pisoteada e insultada.

Retirei os manuais de francês para rever um pouco a matéria e fazer os trabalhos de casa mas fui interrompida por aquele ser que andava-me a perseguir.

 - Anneyong. Uuuuh... estás bonita o que fizeste de diferente hoje? Operação plástica, foi isso não foi? - revirei os olhos e ignorei-o na esperança que ele se fosse embora. - Anneyong, annyeong,annyeong,annyeong,annyeong...

- Cala-te. Poxa. Que chato. - comecei a arrumar as coisas.

- Aah... que susto pensava que já não me vias. Aigo, estava com medo de me ter de ir embora e não te chatear mais. - Levantei-me e passei por o rapaz de branco, contudo o mesmo parou-me. - Está tudo bem? E os teus pensamentos suicidas acalmaram?

- Ui que delicado e indireto. - ironizei virei o rosto para o platinado encarando-o até que ele me largasse. - Uhm sim os meus pensamentos suicidas acalmaram agora tenho pensamentos homicidas e que engraçado tu entras neles. - forcei uma gargalhada deixando o rapaz alto um tanto quanto desconfortável.

- Uhm... que rude e já agora não me podes matar um anjo. - riu-se e forçou-me a sentar de novo. Ficou a encarar-me durante algum tempo até que falou. - Uhm... falta à aula hoje.

- Para quem diz que é o meu anjo da guarda não estás a zelar pelo meu desempenho escolar. - trocei do rapaz novamente.

- Em primeiro lugar eu sirvo para te manter viva e não para te levar a ter sucesso escolar e sem segundo eu ainda sou um aprendiz, ok? Dá-me um desconto. - falou. Em poucos segundos o rapaz carregou-me como um saco de batatas e saímos pela janela.

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Oi oi 

One-shot do Zuho dos SF9 espero que gostem.

Dividia em duas partes porque era muito grande passava das 1800 palavras então achei melhor dividir.

Guardian Angel // bjhOnde histórias criam vida. Descubra agora