Prólogo

1.5K 59 24
                                    

Dois anos atrás - primeiro dia de aula no primeiro ano do ensino médio.

Hoje, o dia é especial. Eu irei para uma escola nova, na Califórnia, talvez essa seja a  válvula de escape para que eu esqueça um pouco do que aconteceu na Europa.

O Alfa Supremo da América, cuida da alcatéia da Califórnia, e eu descobri pessoalmente que ele é muito bonzinho. E fui aceita pela alcatéia tão bem... É uma verdadeira família...

O Supremo disse que tinha um filho... E também disse que um dia desses iria nos apresentar, estou muito ansiosa por esse dia... Talvez ele seja bonitinho...

Fui saltitando pelo caminho quando do nada, um cheiro maravilhoso prendeu minha atenção, e me fez parar no meio da rua.

Percebi que estava vindo de um parque...

Fui andando pelo parque e o cheiro parecia sempre estar mais perto, e eu estava tão concentrada nele, que acabei trombando com uma garota...

- Ah... Me desculpe. - murmurei envergonhada.

- Tudo bem. - ela disse sem fôlego e foi andando pra longe.

- Uhm... - senti o cheiro mais forte atrás de mim, e quando me virei, me deparei com um belo garoto de cabelos negros e olhos da mesma cor, com um corpo comprido, mas chamativo, sua pele era parda, e ele me fuzilava com o olhar, não sei por que...

"Companheiro", minha loba avisou.

Companheiro? Este garoto é o meu...

- Você... - ele murmurou e o meu coração começou a bater mais rápido. - Eu... Eu não te quero.

Como assim...?

- Você está... Me... Rejeitando...? - do jeito que ele falou, parecia que o meu coração estava sendo esfaqueado repetidas vezes.

- É. - ele deu de ombros.

- Porque...? - perguntei com meus olhos marejados.

- Olhe pra você! - ele exclamou enquanto andava a minha volta, como um predador (o que, de fato, ele é). - Você não passa de uma garotinha que sonha em encontrar um companheiro amoroso... Você não passa de uma garota que não desperta o meu interesse... Sabe, eu sempre sonhei com uma companheira gostosona, safada, molhadinha e prontinha pra mim... Mas o que eu vejo aqui: uma tábua, ingênua, e virgem. Você acabou com a minha fantasia... Então eu vou acabar com a sua. Vamos fazer assim: esqueça que você tem um companheiro.

Então ele se virou de costas e saiu andando.

Sentei em um banco do parque e respirei fundo.

"Ele está certo", minha loba resmungou depois de um certo tempo em silêncio "Você é muito ingênua".

- Ah... Claro... - murmurei. - Boa piada. Eu fui... Iludida pelos meus próprios desejos.

"Ah, sim... O desejo de ser amada por alguém...", minha loba murmurou.

- Como eu sou trouxa... - sorri. - Mas... É melhor rir da minha própria desgraça do que chorar por causa do desgraçado.

Atualmente - terceiro trimestre do terceiro ano do ensino médio.

Hoje vai ser um saco, de novo.

Bem minha situação atualmente é: loba solitária a dois anos (o pessoal da alcatéia era o tipo de família que puxava o saco, só aguentei um ano com eles), estou solteira (por opção, e por que todos os caras que eu conheço são idiotas, ou namoram, ou são idiotas que namoram) e não tenho amigos (só uma colega de classe que é amigável comigo).

Resumidamente esses três últimos anos estão sendo uma merda, mas eu estou bem.

"Sempre bem...", minha loba resmungou.

Me arrastei pela rua como um zumbi e parei quando senti novamente aquele cheiro maravilhoso.

- Então aquele desgraçado está por aqui...? - revirei os olhos. - Que ele morra, bêbados o estuprem, e depois urubus comam sua carcaça.

Espero que isso aconteça.

Continuei andando (me arrastando) a caminho do colégio, quando uma pergunta do nada surgiu na minha mente:

"Será que ele veio me buscar?"

Curuzes!! O Santo Lobo que me livre! Esse demônio veio me buscar...?

Parei no meio da rua e bati três vezes na porta de uma casa, e um homem com barba pra fazer, abriu a porta mal-humorado.

- Hoje é segunda-feira! - ele reclamou. - O que você quer garota?

- Nada não. - dei um sorriso travesso. - Só bati três vezes na porta por que a porta é de madeira, eu tava pedindo proteção.

Ele apenas me encarou com raiva, e fechou a porta com um estrondo.

- Tudo bem, né... - dei de ombros.

Então voltei ao caminho do colégio. Estou com um mal pressentimento...

Rejeitada pelo Alfa SupremoOnde histórias criam vida. Descubra agora