Com toda situação resolvo viajar, respirar ares mais puros. Ir para minha cidade natal uns 20 quilômetros de casa era o melhor a se fazer, mas para isso só existia um caminho: A ciclovia apelidada por todos de Buraquenta, já que surgia sempre um novo buraco na estrada e nunca resolvia-se o problema. Acredite, ir de bicicleta era "mais fácil" do que de carro.
Por um momento chego a pensar que minha história estava contida ali,
tudo o que sentia estava na minha frente,
uma estrada cinza, e de difícil travessia.
Por que pela primeira vez havia se perdido algo...
Cabeça pensativa demais, que nem me lembrava onde estava e como chegava a tal lugar.
Logo a frente avisto alguém...
Era uma mulher, resolvo perguntá-la onde poderia encontrar Maringá.
Ela disse que mostraria o caminho,
subiu na garupa da bicicleta e seguimos caminho a frente.
Não sou muito de fazer longos trajetos como este sem conversar com alguém, por isso resolvo puxar assunto e quando ela se sentiu segura com a minha história houve a troca. Ao ser questionado do porque a viagem, respondo-a: Sair um pouco para "respirar".
Ela por sua vez contou que aconteceu algo semelhante ao ocorrido comigo.
Que a pessoa que amava sofreu um acidente e foi levada para o hospital. Felizmente se recuperou mas nunca mais voltou. A deixou muito triste, mas já haviam passado quatro anos.
De repente aquela ciclovia cinza e sentimentos destruídos, passamos por um bosque colorido que desperta o melhor nos dois. Bons sentimentos vieram a tona e explodiram naquela zona chamada escuridão, extinguido-a e deixando uma ligação.
Mas nada são somente rosas, em um ato de desatenção tombamos a bicicleta em uma pedra grande que continha no chão.
Rimos da cena hilária, já que só percebemos quando estávamos deitados nele.
Naquele momento Ana e Robert trocam olhares...
Então... ainda falta alguns quilômetros, não é melhor continuarmos?
Vamos! -responde Ana
30 minutos depois Robert chega ao seu destino e se despede de Ana. Sua casa era simples mas bem cuidada, e acima disso lhe trazia uma energia boa.
Dentro de casa
Nossa essa viagem me deixou um caco, é melhor eu tomar um banho e ir deitar. Acho que amanhã vou perguntar para Ana se posso conhecer sua residência, espero que ela aceite.
No outro dia no telefone...
Claro, vai ser muito bom receber a sua visita. Eu te busco ou você vem só?
Vou só mesmo, só me passar o seu endereço...
Chegando em seu endereço que era próximo de onde eu me abrigava, toco a campainha e sou recebido por ela, nos cumprimentamos e entro.
Me pergunta se gostaria de algo, e respondo que talvez um suco já estava bom, então me sento no sofá.
Alguns minutos depois ela retorna e serve ambos. A Tv até estava ligada passando algo legal, mas como nos conhecemos em um período melancólico não foi exatamente 100%.
Fomos direto a conversa. O que gostávamos, odiava e afins, conversas normais.
Até que de fato assumo, depois de um tempo tão triste que ambos já viveram, que ficaram só, sem alguém do lado porque não tentarmos? Porque carregar por mais tempo as nossas cinzas sendo que temos uma paleta de cores em nossa frente?
Ana surpresa com o pedido responde: Será que vai dar certo?
A troca de olhares agora foi diferente, o negativo saiu e virou tapete vermelho para o positivo.
Robert não chegou a pensar que encontraria outra pessoa, e que a convivência solitária seria por anos, mas pelo visto foi apenas pensamentos pessimistas...
A frase clássica nunca foi tão verdadeira como hoje:
"Como prova de que o amor não escolhemos,
o coração que nos mostra a hora e data,
mas não onde iremos encontrar."
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Poeta Viajante
RomanceEm um mundo tão colorido e alegre terá dias que estarão cinzentos... É preciso enfrentá-los e desbrotar um novo motivo para continuar sua caminhada. Robert não possui cores e sim está começando a criá-las.