Capítulo 1

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     Me chamo Maria (nome comun, eu sei) e vou lhes contar a história da minha vida ou melhor, como conheci o amor da minha vida. Isso tudo vai parecer um grande clichê adolescente, mas que se foda ok ? Foi assim que eu me tornei a pessoa mais feliz do mundo, pelo menos por um grande tempo datado da minha vida.
     Tudo começou num verão de novembro...

***

     Porra, em plena seis horas da manhã me arrumando para mais um dia de trabalho. Eu amo o que faço, mas as vezes confesso que enche o saco, mesmo sabendo que trabalho pra mim mesma. Moro em um apartamento no São Caetano do Sul, mais conhecido como ABC paulista, modestia parte, sou dona de uma das maiores galerias de arte de São Paulo.
     Tomo um banho e finjo que arrumo o cabelo, ja que é curto não preciso fazer muito esforço e nem perder muito tempo. Antes de sair do quarto, pego meus comprimidos e vou para a cozinha, tomando os mesmos. Pego uma maçã só pra não dizer que sai de estomago vazio, já que estou atrasada o suficiente para tomar café por algum motivo que não sei (talvez demorei demais no banheiro). E já são exatamente sete horas e oito minutos.
     De última hora resolvi não ir de carro, preferi pega um ônibus, o que não facilita nada no quesito atraso. Me julguem se quiserem, mas acho eles um ótimo lugar para organiza a mente e exatamente o que eu estou precisando. Não demorou muito e o ônibus que eu pegaria chegou, depois de muito tumultuo como de costume em horarios de pico em São Paulo, consegui entrar. Fui observando a paisagem turbulenta pela janela do ônibus, enquanto minha cabeça se perdia em pensamentos sem sentido, fui tirada dos mesmos quando avistei meu ponto de decida. Fui caminhando lentamente em direção a minha galeria (o que ainda não ajuda no quesito atraso) que já estava proxima, quando de repente uma moça esbarra em mim, o que me deu um baita susto porque estava distraída.

-puta que pariu.

-Me desculpe- disse a mulher na minha frente enquanto tentava enxugar as lagrimas com as costas das mãos.

-Não, ta tudo bem- dei um sorriso fraco pra ser simpatica.

     Ela me olhou nos olhos por alguns segundos, desviou seu corpo da frente do meu e continuou andando rapidamente sem olhar para trás. Eu queria poder ter lhe perguntado o porque daquele estado ou se estava precisando de algo, mas eu nem a conheço e foi tudo rápido demais, não tive nem a chance de saber seu nome.
     Fui mais uma vez tirada dos meus pensamentos quando ouvi a Ângela e o Heitor me gritando, os dois me esperavam na frente da galeria junto com os outros funcionários (nem si quer havia reparado que ja tinha chegado ao meu estabelecimento, estou realmente destraida hoje.

-Ei!!! Mudou de galeria foi dona Linzmeyer - disse Amanda.

-Alguém aqui anda pensando demais, em- Heitor alfinetou mais um pouco.

-Ah não encham meu saco em plena... - olhei para meu relógio de pulso - sete e quarenta e sete da manhã, vamos ao trabalho- disse rindo enquanto abria as portas da galeria.

     Assim que aberta, todos começaram  a organizar o local, já que as coisas estão meio fora de ordem por conta da exposição da noite anterior.
     Fui direto para o meu ateliê, que está totalmente bagunçado após as pinturas dos quadros de dias anteriores (confesso que não sou muito organizada as vezes) e assim começa mais um dos meus dias normais.

Pra sempre com você - Romance Lésbico (Volume I e II)Onde histórias criam vida. Descubra agora