Faz hoje cinco anos desde a morte do meu pai, ainda não me acostumei a ausência dele aqui em casa, a minha vida era tão mas tão mais alegre, ele era a minha metade.
Lembro-me tão bem de todas as nossas palhaçadas, ele era o único que me entendia, defendia e cuidava.
Agora eu vivo com a minha mãe, nunca me dei bem com ela, desde que os meus pais se divorciaram, raramente me ia visitar, foi como se esquecesse completamente de mim.
A minha vida deu uma grande volta, sei que não sou a única no mundo a sofrer, mas eu estava tão bem porque tive de passar por isto tudo? Mudei de casa três vezes, o que significa que andei em três escolas diferentes, estou todas as semanas no psicólogo para falar sobre o que me deixa estar assim neste estado.
Não sei se vou ficar muito tempo aqui em Denver, já estamos cá há uns três meses.
É difícil ter que arranjar novas amizades, mas desde que sai de San Francisco, nunca mais falei com pessoas da minha idade, nem me esforço para fazer novas amizades.Depois de alguns meses sem ir às aulas, hoje é o meu primeiro dia.
Estou muito nervosa porque nunca sei o que vestir e muito menos as pessoas que vou encontrar.-Aurora, porque estás assim vestida?
-Mãe, hoje faz cinco anos que o pai partiu, é normal eu querer estar de preto.
-Tu vais para a escola não para um funeral !
-Como podes ser assim tão insensível? Espera, tu estás muito feliz pela morte do pai, sempre o desejaste!
Assim que parei de falar, senti uma mão pesada no meu rosto, ela tinha acabado de me dar uma bofetada, não fiquei surpresa, até porque ela o tem feito muitas vezes ultimamente. É a forma mais fácil de ela reagir, ela pensa que eu não posso dizer o que penso, e agora vai proibir de me vestir de preto, ela nem sonhe com isso.
Naquele momento, eu olho para ela e solto-lhe um sorriso como sinal de satisfação, podiam-me bater á vontade, eu não o iria sentir, o que me doí é interiormente e nada me consegue aliviar essa dor.
Peguei na minha mochila e apanhei um táxi para a escola. Não foi a forma mais "fancy" de chegar ao primeiro dia de aulas, estava horrível, tive que prender as lágrimas para não me escorrerem pelo rosto e estragarem a minha make up, com o lápis preto nos olhos, um pouco de rímel nas pestanas, e um batom vermelho escuro, estava com uns jeans preto, uma t-shirt preta estampada com o logótipo da banda Guns and roses, e as minhas creepers pretas.
Assim que entro na escola sinto-me completamente perdida, nem sei por onde é a primeira aula, vejo todo o tipo de alunos, dos betinhos aos mais populares.
Uff, odeio passar pelos cacifos há sempre casais encostados a eles aos beijos, é nojento ter que ver isso todos os dias de manhã e á tarde.
Quando entrei na sala de aula, as raparigas populares lá estavam a julgar o meu outfit de baixo para cima, os rapazes que se acham engraçadinhos estavam lá atrás, e os geeks na fila da frente, e o meu lugar é na fila da frente.
- Bom dia, então turma já conhecem a vossa nova colega?
- A betinha aí da frente?
Não sei quem é aquele idiota de cabelos pretos, com os olhos castanhos e com aquele sorriso rasgado, mas deve ser um dos populares da escola que acham que tem o direito para dizerem o quer que seja das outras pessoas.
- Ronaldo, olha como falas dos teus colegas! Então queres te apresentar minha linda?
Naquele momento eu estava tão vermelha, nem sei como não explodi na hora, as minhas pernas tremiam e as minhas mãos transpiravam, o pior foi ter todos aqueles olhares virados a mim, tive que respirar fundo e acalmar o meu coração que não parava de bater tão rápido.
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AURORA.
General FictionAurora, aos doze anos perde o seu pai, o seu fiel e único amigo, e teve de voltar a viver com a mãe depois de uns longos anos separadas pela falta de interesse da sua mãe, que ainda não tem casa definitiva. Em Denver, Aurora vai conhecer pessoas...