Tentativas e Falhas

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Victor

Victor- oi querida, hoje está faz dois anos que você me deixou nessa merda de vida- lágrimas escorrem pelo meu rosto e uma angústia enorme aperta o meu peito -eu odeio saber que você poderia estar aqui comigo, que nossa filha poderia está aqui, eu queria ter a visto abrir os olhos pela primeira vez, engatinhar, andar, falar papai, tudo o que ela não pode fazer nesses dois anos, isso dói tanto- choro mais uma vez - sinto que a culpa foi minha, que eu deveria ter protegido você e a Ana, que nem chegou a esse mundo e partiu, eu deveria ter feito algo, me jogado na frente das balas, qualquer coisa, menos ficar lá parado vendo eles te matarem- choro mais uma vez - você sempre foi tudo para mim, meu alicerce e hoje estou aqui, me tornei um homem arredio e amargurado, me sinto só- tento secar as lágrimas com o braço -o motivo de eu ter vindo aqui é para te dizer que vendi nossa casa, na verdade eu não morava nela há muito tempo, tudo lá me lembra você, eu comprei um apartamento em Copacabana, fica mais perto do hospital em que eu trabalho, tudo que eu quero agora é um pouco de paz, para que talvez eu tenha uma vida melhor no futuro, se é que isso seria possível, eu já perdi tanto nessa minha vida, que agora tenho somente a mim, talvez depois de dois anos vivendo sem você, sem sua amizade, amor e companheirismo eu esteja melhorando, obrigado por tudo! Obrigado, por ter me amado-

Troca as flores do vaso como faço toda semana, beijo a ponta dos meus dedos e os depósito sobre seu nome e o da minha filha que foram enterradas juntas por exigência minha, Beatriz Alencar Cavalcante querida esposa e Ana Luiza Alencar Cavalcante amada filha. Saio do cemitério recanto da paz exausto e um pouco aliviado como toda semana, vou em direção ao meu novo apartamento, eu não o comprei com o dinheiro da venda da casa e sim com algumas economias, eu ainda não sei o que farei com esse dinheiro, mas não o desejo para mim, afinal aquela casa era mais de Beatriz do que minha, entro no meu R8 azul metálico e vou em direção ao meu novo apartamento.

Sou médico cirurgião, hoje é meu dia de folga, vou aproveitar para organizar algumas coisas, comprei o apartamento já mobiliado, mas ainda faltam alguns ajustes, antes de vim no cemitério passei em uma loja de conveniência e comprei, pratos, copos, talheres e mesmo sem vontade parei para almoçar alguma coisa, já que meu estômago reclamava de fome, mesmo após o plantão acabei não tomando café.

Cerca de uma hora depois estaciono meu carro em um condomínio luxuoso, com um único prédio de vinte andares, são dois apartamentos por andar, mas todos dois enormes, pelo o que o corretor​ falou eu tinha uma vizinha sem filhos e que pouco ficava em casa, então quase não haveria movimento neste andar e esse foi um dos principais motivos para a compra desse apartamento, por que tudo o que eu mais quero sossego, eu trabalho em dois hospitais, todos dois faço plantão de em média 24 horas ou seja trabalho em média dois dias por semana, os restantes dos dias passo em casa sozinho com minha companhia predileta o silêncio.

Saiu do carro com uma caixa, algumas sacolas e duas malas, o porteiro vem me ajudar, pegamos o elevador e ele começa a me contar o quanto é bom morar aqui, o quão são bons os moradores e blá blá blá e tudo o que eu penso é chegar no apartamento tomar um banho, me afundar na cama como um bom escroto depressivo que sou e é isso que faço em seguida, acordo um pouco desorientado, noto que já anoiteceu e eu estou suado acabei sonhando mais uma vez com Beatriz morrendo e as poucas vezes que tenho esses sonhos, eu passo o resto do dia mal, odeio ter esses sonhos, já não basta eu saber que nunca mais terei ela e minha filha ao meu lado, pior por que não pude fazer nada para impedir, me levanto e vou para geladeira, eu preciso encher a cara hoje, eu preciso esquecer ou me dopar ou tentar colocar toda essa dor que vivi me atormentando para fora, vou até a geladeira abro e nesse instante me lembro que não fiz feira ou comprei Droga nenhuma para comer, pego a chaves do carro e saiu de casa com a dúvida, vou para o bar beber ou faço compras?

Decidir ir fazer compras, pois odeio beber em bar sozinho enquanto todos se perguntam por que estou bebendo só, logo em seguida vêm os olhares de pena e por fim uma mulher sempre senta em minha mesa para que eu pague suas bebidas ou tentem me enrolar por que estão com pena, isso me deixa maluco, eu odeio que as pessoas hipócritas sintam pena de mim, quando sabem que a vida de ninguém é perfeita, então se acham tão bonzinhos que tudo que elas enxergavam em você é "a caridade do ano", é por isso que quando estou trabalhando sou o médico centrado e profissional, nunca me fiz de coitadinho mesmo sabendo que seja provável que todos ali saibam o que aconteceu comigo, afinal saiu nos jornais e tudo mais, mas graças a Deus ninguém nunca tocou nesse assunto comigo, quer dizer só Léo meu melhor amigo e único desde criança, não tenho paciência para ser sociável e nem desejo está cercado de pessoas hipócritas, que tentam de tudo para parecer superiores, por isso não quero que se aproximem de mim, alguns me acham um ogro antissocial, mas não dou a mínima.

Léo sempre tenta me animar, ele sempre esteve ao meu lado e ainda tenta arrancar de mim esse sentimento constante de tristeza, foi ele quem me aconselhou a vender a casa e comprar um apartamento, afinal eu morava de aluguel em uma casa muito simples e sem segurança nenhum durante 1 ano e 8 meses, passei dois meses morando com ele, sem conseguir voltar para casa onde tinha muitas recordações de Beatriz e o quarto nossa bebê Ana.

Chego no mercado pego alguns produtos de limpeza que eu penso ser essencial, cerveja, Wisk, vinho e verduras, legumes e todos os mantimentos para fazer alguns pratos variados, eu sempre soube cozinha, mas agora após dois anos sozinho me aprimorei um pouco mais, na verdade isso se tornou uma terapia para mim de certa forma, durante todo o tempo que passei no Mercado atrai olhares curiosos, mas não me importei é sempre assim.

Chego no condomínio estaciono o carro já pensando no que fazer, provavelmente suflê de camarão, entro no elevador que está vazio, aperto 11° andar e olho para o relógio, já são 20:36, está um pouco mais tarde do que imaginei, quando a porta do elevador se abre me deparo com a imagem de uma mulher loira cabelos longos, um belo traseiro em uma saia preta muito justa e com a cintura desenhada em uma camisa social branca, ela ainda está de costas tentando de alguns jeito abri sua porta, sua bolsa está no chão assim como alguns pertences dela, devo dizer que caramba de costas essa mulher tem um belo corpo, eu acabo ficando com a merda de uma ereção, não que eu seja um pervertido, mas por que faz algum tempo que não sei o que é sexo, já que toda vez que eu chamava uma garota de programa e transava eu me sentia sujo, me parecia traição com minha ex mulher morta, mas essa mulher em minha frente mesmo que eu não tenha visto seu rosto, ela me deixa alterado, coloco sacolas na frente do meu pau, saiu do elevador e resolvi fazer algo que me arrependo logo em seguida.

Victor- você precisa de ajuda?- ela estava tão focada em abrir a porta que nem havia me notado, então quando ela gira e me fita, eu vejo a única pessoa que eu já desejei nunca mais ver em toda minha vida, a mulher que me destruiu por inteiro por um caprichos, a demônia loiro chamada kamilly.

Começando!

Então gostaram? Pode aguardar que vem muito mais história, devo adiantar que essa é diferente de todos, vocês vão se divertir mais também se emocionar, aguardem! 😉😉

Beijinhos 💋💋

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