O Anjo da Batalha (one-shot)

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O céu estava negro como ébano. Uma noite sem lua estendia seu véu de mistério por sobre a pequena instalação montada às pressas. Apenas suas asas brilhavam fracamente contra a escuridão. Seu rosto era uma máscara fria de concentração. Seus olhos azuis eram como piscinas profundas contra sua pele de mármore. O apelido de Anjo da Batalha não viera à toa. Seu rosti era como uma estátua esculpida com esmero, cada linha perfeitamente alinhada e simétrica. Angela ZieGlee era o que podia se chamar de escultura. Alta e esguia como um chicote, os cabelos louros caindo como uma cascata por sobre os ombros.

Ela jamais poderia imaginar que estaria em um campo de batalhá quando se tornou chefe da Ala Médica de um proeminente hospital suíço.
Ser notada pela Overwatch foi a pior é a melhor coisa que lhe acontecera.
Graças a isso pudera alavancar sua pesquisa sobre cura na linha de frente.
Entretanto os holofotes não apenas iluminam mas podem cegar.
Meses após começar sua pesquisa sobre Nanobiologia Aplicada um grupo de rebeldes contrários à  Overwatch atacou seu laboratório em Zurique. Por sorte ninguém se feriu e a pesquisa fora salva por seus companheiros antes que caísse nas mãos dos rebeldes ou de quem pagasse mais pela informação.

A falha na segurança obrigou-a a desenvolver um traje de combate que lhe permitisse fugir facilmente de uma emboscada.
Com esse intuito nasceu o traje Valquíria.
Feito de um tecido quinze vezes mais resistente que Kevlar e placas de metal leve e reforçado que lhe asseguravam proteção e mobilidade no campo de batalha, tanto para lutar quanto para socorrer seus aliados caídos.
Sua pesquisa fora utilizada para o desenvolvimento de um báculo que transportava sua tecnologia nanobiológica para onde quer que fosse.
Mas isso não era suficiente. Por ser a responsável pela cura dos feridos em batalha Mercy era frequentemente vítima de emboscadas no campo de batalha.
Matar nunca fora seu objetivo primário, mas sua sobrevivência em batalha era o que garantia a sobrevivência de vários soldados. Por isso ela desenvolveu uma pistola especial que era obtida a partir da transformação de seu caduceu. A arma disparava seus nanorobôs a uma velocidade altíssima que os fazia penetrar a pele dos adversários e cortar a ligação de alguns músculos e tendões por tempo suficiaente para que fugisse ou que seus aliados dessem conta do atacante.

Mas nessa noite ela estava sozinha. Havia desligado os feixes de luz de seu traje.
Era a primeira vez que entrava em batalha com o intuito de derrotar um adversário. Mas o futuro da Overwatch dependia de sua discrição e sucesso.
Nada mais importava.

Um leve movimento na periferia de seu campo de visão chamou sua atenção. Manteve-se imóvel, ciente de que qualquer movimento, por menor que fosse alertaria o invasor de sua presença.

O vento soprava frio naquela noite escura, como um mau agouro vindo do além.

A silhueta escura se movimentava por sobre os telhados. Era uma mulher. Corria a passos largos por sobre os telhados. Seus saltos mal tocavam o chão. Ela se movia diretamente em direção à instalação à Oeste.

O Centro de Desenvolvimento Bélico da Overwatch.

Quem quer fosse aquela mulher ela sabia o que procurava e estava decidida a obter.

Angela respirou fundo e pulou do telhado. As asas de seu traje emitiam um leve chiado enquanto cortavam o ar e impediam sua queda vertiginosa.

A mulher ainda corria por sobre os telhados quando a primeira sIrecê tocou. Talvez algum guarda tivesse visto a silhueta se movendo por sobre os telhados em sua direção e soara o alarme.

Um imprevisto que colocava em risco toda sua operação. Essa era sua chance de capturar um inimigo e descobrir algo sobre as técnicas curativas dos adversários.

Meses de preparação iriam por água abaixo se não fizesse nada.
Com um toque em seu traje e uma ligação rápida o alarme fora parado a tempo.
Seu alvo parara sobre um telhado a cinqüenta metros de sua posicão. Se pudesse chamar a atenção dela o suficiente para que pudesse planar silenciosamente até suas costas talvez conseguisse capturar a adversária.

Com um assovio agudo Angela chamou a atenção de uma sentinela.

O alvo retirou uma arma das costas. Parecia um rifle de assalto personalizado, mas com um toque em sua lateral um cacno maior se projetou do interior. Era uma arma excepcional mesmo para alguém que não entendia de armas.
Mas ela teria tempo para admirar a arma quando capturasse sua portadora.

Angela se moveu na direção oposta planando silenciosamente sobre as pedras do calçamento.

Passou por debaixo da sacada em que seu alvo se preparava para atirar como um fantasma branco.

As portas da parte de trás do prédio estavam trancadas. Mas ela não precisaria de escadas.
Com uma mão colada à parede Mercy subiu pelo prédio lentamente.

Suas asas mecânicas chiavam às suas costas. Mas ela estava distante demais para ser ouvida por aquela mulher.

Retirando sua pistola do coldre ela mirou. Sua respiração era lenta e inaudível. Aprendera a manter a calma nas salas de cirurgia e o campo de batalha moldara seu comportamento para que fosse uma médica silenciosa, como um anjo.

Porém ela era perigosa e letal quando necessário. Apenas nunca houvera motivação e oportunidade para mostrar suas habilidades escondidas.

Agora seus olhos exibiam a calma fria de uma cirurgiã de olhos treinados.

Dois disparos ecoaram na noite.

Seu alvo caiu com um turl no pescoço e o alvo de seu inimigo caíra morto em seu posto.

Uma vida por várias. Era uma pena. Mas agora não poderia se preocupar com uma morte pois havia um interrogatório para começar.

Mercy se aproximou de arma apontada para o corpo imóvel.

Atirou três tiros de sonífero nas costas da mulher apenas por garantia.

Amarrou-a e carregou a presa até o QG da Overwath.

Cinco dias depois a vítima acordou. Seus olhos brilhavam de contentamento.

- Doutora Angela Ziegler! Faz ideia do que tive que fazer para conseguir esse encontro ma cherry?!

Seu sotaque francês tornava as frases divertidas em sua boca.
Mas o sorriso em seus lábios era perigoso e cruel.

A prisioneira se levantou lentamente. Seu corpo esguio era musculoso apesar de tudo. É parecia sugerir uma força maior do que o normal.

Angela respirou fundo e sorriu antes de desmaiar.

A prisioneira caminhou até seu corpo inconsciente e tocou seu rosto.

- Você tem um rosto lindo ma cherry! Um anjo, eu diria.

Seu sorriso embaçado desapareceu sob as luzes vermelhas e o som das sirenés. Algo estava errado. Mas o sono a chamou antes que pudesse compreender o que acontecera.

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⏰ Última atualização: Nov 22, 2016 ⏰

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Mercy - O Anjo da BatalhaOnde histórias criam vida. Descubra agora