Dezembro 2013 #
Catarina on #
Saí de casa, estava realmente muito frio em londres... Não me apetecia nada estar a sair de casa com este frio e ter que vestir aquela roupa toda... Lá vesti o casaco e saí de casa.
As ruas estavam lindas, cheias de neve. Adoro ver as crianças completamente maravilhadas com o branco das ruas. Entro no café e sento-me no palco. Parece que estou por minha conta mais uma vez.... Aos poucos as pessoas iam chegando, mas nem assim me ia sentindo menos sozinha. Estava nervosa porque ia cantar e porque o meu patrão me tinha dito que nessa noite iam haver lá pessoas importantes. Quem seriam? Vou começando a preparar as coisas enquanto toda a gente chegava. Não via ninguém importante, pelo menos que reconhecesse então comecei a tocar. Após começar, o tempo passou muito rápido.
Quando dei por mim, já tinha acabado. A plateia estava de pé e todos me aplaudiam. Sorri e agradeci. De seguida, saí do palco. Reparei que um rapaz me seguia com o olhar e vi-o dirigir-se ao meu patrão.
Vou ter com o meu patrão e ajeito o cabelo.
Eu: Amanhã estou aqui novamente, espero que tenha gostado. Eu precisava mesmo que me pagasse hoje... Eu tenho umas coisas para pagar e preciso mesmo do dinheiro. Eu sei que parece mal...
Eu realmente precisava daquele dinheiro, tenho a renda bastante atrasada e viver em londres não é fácil de todo. As coisas estão caras e mesmo comprando o essencial, faltava sempre algo.
Patrão: Eu pago, daqui a pouco vem ter comigo e eu dou-te o dinheiro. Ah, já que estás aqui, houve um rapaz que veio falar comigo.
Eu: E?
Patrão: Ele adorou ver-te esta noite e gostava muito de te conhecer.
Eu: Hum, está bem. Onde é que ele está?
Patrão: Anda por aí, mas espera um pouco, eu vou chamá-lo.
Eu: Tudo bem.
Sentei-me numa mesa e esperei. Mas quem me quereria conhecer? A mim? Fico contente que tenha gostado de me ver e só espero que não seja um snob idiota como foram alguns. Vejo um rapaz a aproximar-se. Wow os olhos dele negros, bastante misteriosos a olharem para mim. Casaco de ganga, calças pretas, vans e um skate. À medida que ele se aproximava, o meu coração ia batendo mais rápido. Que se estava a passar comigo? Ele sorriu e um brilho apareceu nos seus olhos, que ficaram ainda mais bonitos. Ele mordeu o lábio inferior e ajeitou o cabelo. Barba por fazer e lábios feridos. Este rapaz era um autêntico bad boy.
xx: Posso sentar-me?
Eu: Claro - ele pareceu um pouco tímido. Sentou-se e inclinou-se para a frente, ficando mais próximo de mim. Instintivamente, cheguei-me ligeiramente para trás, de modo a criar de novo mais espaço entre nós.
xx: Bem, queria dizer-te que gostei muito de te ver esta noite! -sorriu.
Eu: Obrigada - sorrio - é bom ver que as pessoas valorizam o meu trabalho.
Ele possuía um cheiro a tabaco irresistível. Infelizmente eu também fumo e aquilo estava-me a dar uma vontade tremenda de o fazer naquele momento.
xx: Não tens de agradecer! Já agora, como é mesmo o teu nome?
Eu: Catarina... e o teu?
xx: Zayn, prazer! - estendeu a mão e eu agarrei-a. As suas mãos conseguiam ser ásperas e macias ao mesmo tempo. Senti a sua força a apertar a minha mão, arrepiando-me.
Eu: Tive todo o gosto em conhecer-te, eu agora tenho de ir para casa mas gostei imenso deste bocadinho - sorrio.
Largo a mão dele. É estranho pensar que me custou largar a sua mão. Senti muita ternura e carência da parte dele. Aquele rapaz tinha ar de quem tinha muito segredos. Antes de me dirigir a casa, fui ter com o meu patrão, tal como combinado. Ele deu-me o dinheiro e assim pude ir para casa. À medida que ia caminhando, acendi um cigarro, continuando a pensar nele. Como seria bom ter a sua companhia neste momento... Mas em que é que eu estava a pensar? Nem sequer o conhecia... Os olhos dele são absolutamente lindos e quando sorri, acende-se um brilho no seu olhar. Ele parece ser uma pessoa bastante carinhosa. Porque é que ainda estou a pensar nele? O que me está a passar pela cabeça? Atiro o cigarro para o chão e entro no prédio.
Zayn on #
Saí do café logo a seguir a ela. Sem ela se aperceber, segui-a ao longo do caminho, reparando no seu corpo. O que se estava a passar comigo? Ela também ficava bonita de costas, essa é a verdade... Vi-a acender um cigarro e o meu interesse por ela aumentou. Será que ela tem namorado? Claro que tem, pensei. Uma rapariga como ela não passava despercebida a nenhum rapaz, não mesmo! Perguntava-me quem seria o namorado dela. Isto é, se tivesse. Mas como já referi antes, era quase impossível ela não ter.
Olhei para a janela e observei uma sombra a tirar a camisola. Calculei que fosse ela, o cabelo encaracolado e a forma do corpo eram os mesmos da rapariga que conheci no café. De repente sinto umas mãos fortes nos meus ombros.
xx: Tu estás-me a assustar. - olho logo para trás e vejo o Liam.
Liam: Segues a rapariga até casa? Isso nem parece teu, geralmente são elas que te seguem - ri-se.
Eu: Desta vez foi diferente. Ela disse-me que vinha para casa e quis certificar-me que ela chegava bem.
Liam: Estás bem?
Eu: Ótimo, porque perguntas?
Liam: Isso não é nada teu...
Eu: Deixa lá, foi só desta vez.
Liam: Veremos... Lá que ela é bem gira, isso é verdade.
Eu: Sim.
Liam: Admite que te sentes atraído por ela.
Eu: Nada disso! Já te expliquei porque vim.
Liam: Por causa dela até te esqueceste de mim, deixaste-me no café...
Eu: Desculpa.
Liam: Tudo bem! E eu não vou insistir mais porque sei que és demasiado misterioso para falares dos teus sentimentos.
Eu: Eu conheci-a hoje, como posso sentir-me atraído por ela? Ela pareceu-me frágil demais para ir a estas horas da noite sozinha, só isso.
Liam: Se assim o dizes, vamos agora para casa. Estou esfomeado.
Concordo com a cabeça e esfrego as mãos por causa do frio.
Eu: Daqui a nada neva e já sei que vou ter telefonemas lá para casa da Safaa a dizer o quão fixe é. - ri-se. De repente a porta do prédio dela abre-se....
