Prólogo

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-Amor, eu não quero entrar nessa floresta, por favor, vamos para outro lugar.

-Não acredito. Alex Reed. Com medo?- Ele fala andando de costas e sorrindo para mim.

-Não, essa floresta é meio macabra, principalmente a noite.

Tyler para de andar, e me puxa para um caloroso beijo, colocando o braço por cima do meu ombro e me abraçando de lado, ficamos um tempo naquela posição, ele olhava as constelações e me explicava a história de  todas elas, assim, aos poucos, entre beijos ofegantes e  estrelas, o medo da floresta ,escura ,estava indo embora. No entanto, o conto de fadas não durou muito tempo, pois um estalo forte corta o silêncio que fazia.

-O que foi isso?-Falei assustada, saindo do abraço de Tyler e me levantando prestes a sair correndo dali a qualquer momento.

-Deve ter sido algum coelho, senta aí.- Impaciente, ele pega a minha mão e puxa para que eu me sentasse novamente.

Ignorando, olho em volta, no entanto,  a escuridão da floresta impedia que víssemos algo  além de algumas folhas e arbustos se mexendo devido ao vento. Tyler estava ,nitidamente, com sua paciência se esgotando.

-Já vi que você não vai sossegar se eu não for, então já volto,  vou dar uma olhada.- Ele se levanta bufando, e saí me fazendo perde-lo de vista.

Alguns minutos se passam mas Tyler não volta me deixando ainda mais receosa, pego meu telefone no intuito de mandar uma mensagem, mas escuto outro estalo, dessa vez mais forte do que o primeiro, então ligo a lanterna do aparelho e aponto para frente, na tentativa de conseguir enxergar algo. Nada.

-Tyler.-Gritei.- Tyler se você estiver fazendo alguma gracinha, pode parar agora.- Minhas mãos tremiam e eu sentia que a qualquer momento que iria desmaiar. 

Os estalos começam a ficar cada vez mais altos e constantes, e eu sentia meu corpo travado, como se estivesse em transe ,não conseguia mexer nada por conta própria. Até que, grandes olhos vermelhos , seguido de um rugido, me tiraram do transe,  comecei a correr o máximo que podia,  sentia meu coração pular para fora do peito, sentia também ,os galhos e arbustos cortarem meu rosto, e depois minhas mãos, com a minha tentativa falha de tentar desvia eles do meu campo de visão, corria rápido,  mas o que me seguia era muito mais rápido, então após a minha tentativa de fuga falha, tropecei nos meus próprios pés cansados, e a coisa monstruosa  me alcançou , desferindo um golpe com suas, enormes, garras no meu ombro. Eu sentia que ali era meu fim, foi quando ele ergueu a garra para me atingir com seu ultimo golpe, um rugido foi ouvido, mais alto e mais claro, e a coisa parou e começou a correr na direção do ruído, e eu imediatamente comecei a correr na direção oposta.
    Após certo tempo sem aguentar a caminhada para minha sobrevivência, vejo a estrada de asfalto e pego meu telefone no intuito de saber o paradeiro de Tyler, torcendo para que ele não tivesse se encontrado com a fera, mas o telefone dele não chamava. 

Após certo tempo naquela estrada abandonada, decido ligar para o xerife Stilinski , ele era um cara legal que perdeu a esposa e vivia com o filho esquisito com fortes indícios de  transtornos de hiperatividade, meu medo de ficar mais um segundo naquele lugar era grande, mas só de pensar no Tyler se encontrando com aquela "coisa" me dava calafrios. O xerife chega rápido e começa a me fazer uma série de perguntas, explico tudo, menos a parte do monstro, eles não iriam acreditar em mim.

-Alex, vou pedir que uma viatura te escolte até um hospital para checar como você está e se não há nenhuma lesão interna, pode deixar que eu ligo tranquilizando seus pais e pedindo para que eles te encontrem lá.

-Não, eu quero ajudar a encontrar meu namorado! tem um urso perigoso e faminto a solta enquanto ele está aí dentro. - Falo com a voz trêmula, estava tentando não pensar no pior, só que meus pensamentos só me levavam para as piores das hipóteses.

-Querida, esse trabalho cabe a mim e aos outros policiais, não posso colocar você em perigo, prometo ligar caso eu saiba de algo, por enquanto, sua preocupação vai ser ficar bem

Me rendo, realmente, não havia muita coisa que eu poderia fazer, assim que desço no hospital, meus pais já estavam me aguardando, e logo me levaram para dentro.

-Filha você está bem?-Diz meu pai

-Sim, só um pouco cansada, estou preocupada com Tyler.

- Não se preocupe, ele deve ter se perdido, com certeza os policiais irão acha-lo e trazê-lo de volta. Agora vamos deixar que os médicos te examinem.

-O que ocorreu?- Perguntou a enfermeira de cabelos encaracolados. 

-Houve um ataque na floresta, na qual eu e meu namorado estávamos, foi  um urso ,me atacou no momento que ele não estava comigo, e agora ele está desaparecido, o urso conseguiu me arranhar aqui no ombro. - aponto para meu ombro direito, falo tudo tentando assimilar toda a situação

-Bom, não sou médica, mas você não tem nenhuma lesão no seu ombro e seus sinais vitais estão ótimos, tem certeza que você não bateu com a cabeça em algo?

Franzo minha sombrancelha assustada e me levanto para olhar no espelho e como a enfermeira relatou, o arranhão profundo e que ardia e sangrava havia desaparecido da minha pele. 

-Não, eu não bati com a cabeça em nenhuma lugar. 

-Bem, vamos te dar um soro e assim que acabar você está liberada, vai dar certo, e com certeza logo teremos notícias do seu namorado e tudo ficara bem, boa noite.

  Assenti ainda com algumas lágrimas nos olhos. O que  deve ter acontecido com Tyler, será que ele viu a coisa e se escondeu? Ou apenas saiu correndo.


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