2° Capítulo: Where's Tyler?

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Acordei, com uma sensação estranha, ignoro esta, e me levanto da cama. Caminho até o banheiro, sentido meus ossos e músculos implorarem por mais uns minutinhos na cama, encarando o espelho, realmente não havia nenhum sinal do ataque, como se há noite de ontem tivesse acontecido sob efeito de algum sonho esquisito e aterrorizante, com a exceção de que Tyler ainda permanece desaparecido. Tomo um banho rápido, vestindo como sempre meus coturnos e uma calça jeans preta. Descendo as escadas, o cheiro de café invadem minhas narinas imediatamente, e consigo ouvir meus pais conversando e  tomando café da manhã.

-Bom dia filha, acordou melhor hoje?

-Sim mãe, obrigada por pergunta, mas estou preocupada com Tyler, até agora o xerife não entrou em contato, e ele também não.- Falei me sentando na cadeira e me alimentando com uma só mordida em uma maça vermelha que estava arrumada na fruteira. 

-Vamos encontrar ele, filha, é só uma questão de tempo. 

Saio de casa, depois de me despedir dos meus pais com um abraço demorado, confesso que ir a escola depois de um dia traumatizante como ontem me deixa frustrada, mas preciso estar lá caso tenham alguma notícias do Tyler. Durante o percurso tenho a breve sensação de estar sendo seguida, mas não havia ninguém a minha volta, então decido apertar o passo em direção a escola. Olho para trás algumas vezes, e ao atravessara a rua, sinto algo colidir com força contra meu corpo. Um carro. O garoto saí desesperado, batendo a porta, fazendo com que minha audição explodisse mas por incrível que pareça não estava sentindo nenhuma dor corpórea. 

-Me desculpe, você está bem? Quer que eu te leve para o hospital? Venha comigo- O garoto indaga preocupado. 

-Sim, quer dizer, não precisa, eu estou bem, não foi nada. -Digo me levantando, como se eu não tivesse acabado de ser atingida por um carro.

-Não você não pode estar bem, eu estava a 60km/h e você veio do nada.

-Cara, relaxa, eu estou bem, agora tenho que ir, estou atrasada, vê se dirige com mais cuidado.- Dou de ombros e continuo a seguir meu percurso.

O garoto ficou assustado, e no fundo eu também estava. Com essa velocidade que ele dizia estar, já era para eu estar morta, ou hospitalizada, mas talvez ele tivesse distraído demais para perceber que na realidade poderia estar em uma velocidade menor. Chego na escola, e sou logo abordada por minhas duas melhores amigas, Rose e Jade, que pareciam estar bastante preocupadas.

-Alex, viu o Tyler por aí? -Diz Jade ofegante.

-Não, ele sumiu ontem, na floresta, achei que iria aparecer na escola hoje,  o xerife ainda não tem nenhuma notícia do paradeiro dele. - Falo cabisbaixa.

-Mas ele não apareceu.- Diz Rose rude.

-Você está bem, Alex?- Jade com olhar de reprovação, repreende Rose, que muda sua expressão.

-Gente, aconteceu alguma coisa sobre o Tyler que eu precisava saber, por que estão atrás dele?-Falei preocupada.

As duas se olharam desconfiada, como se estivessem escondendo algo. Revirei os olhos percebendo que não me contariam, e continuei a andar.  Onde será que esse menino se meteu? e o que minhas melhores amigas queriam com ele? Ouvi o sinal tocar, e minha preocupação aumentou. Corri até a sala do Sr.Harris que parecia estar mais rude e rabugento hoje, do que nos outros dias.

-Greenberg, será que dá para parar de ser tão imbecil e fazer está droga direito?-Ele gritava

Uma sensação estranha começou a percorrer sobre mim, como se eu não me controlasse sobre algo.

-Senhor Harris, não estou me sentindo bem, será que eu posso ir ao banheiro?

-Não, não pode, você nem começou a atividade, além de que o sinal acabara de tocar.

Prendo minha respiração, tentando me controlar, acabando por quebrar um dos vidros de experimento, e alguns cacos acabam entrando na minha pele.

-Senhorita Reed, detenção depois da aula. -Senhor Harris fala irritado.- Esses alunos estúpidos- Ele resmunga baixinho, mas eu consigo ouvir claramente.

O sangue que escorria pelo meu braço devido ao ferimento, some e se fecha, e quando algo eu estava prestes a responder de volta o professor, o xerife Stilinski adentra a sala com olhar preocupado.

-Sinto dizer aos amigos de Tyler Rogen, que ele foi encontrado morto na floresta de Beacon Hills. Meus pêsames a todos.

Lágrimas começam a embargar minha visão, e o Xerife Stilinski me chama, eu entro em transe, como se aquilo não tivesse sido verdade, como se fosse alguma espécie de show de comédia e eu fosse a atração principal. 

-Alex, sei que é um momento difícil para você, mas tem que ser sincera, me contou tudo sobre o que viu naquela noite?

Senti meu coração acelerar, ele não iria acreditar se eu falasse que vi uma criatura enorme de grandes olhos vermelhos me perseguindo, um monstro, diferente de qualquer urso, ou animal esquisito. 

- Sim, eu contei tudo o que eu sabia.- Menti novamente, só queria sair daquela escola, e entender a noite de ontem, tudo parecia ir tão bem e agora tudo estava arruinado.

Ele pareceu estar decepcionado com a resposta, como se pudesse ver a mentira estampada em meu rosto, mas o que eu poderia fazer? a verdade não era uma resposta lógica para o que estava acontecendo, muito  menos essas mudanças que estou sentindo em meu corpo. 

-Obrigada e meus pêsames.

Tyler foi meu primeiro namorado, a pessoa que eu amava e confiava, não consigo acreditar de que por um momento ele estava comigo e no outro simplesmente ele morreu.
Eu vou matar aquela coisa, nem que seja o último ato da minha vida.

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