Capítulo Sweet Sixteen

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Ano 2011

Nicole Connors

Ao longo dos anos, Kaleb Thompson, baterista da nossa banda, tornou-se bem próximo a mim. Tocamos juntos, estudamos juntos e passou a ser cômodo estar com ele, sair com ele, rir com ele. Kaleb me livrava de flertes indesejados e, às vezes, até meu irmão Neil pensava que tínhamos um romance, por sermos tão carinhosos um com o outro. Nunca neguei ou assumi. Ninguém me interessava sentimentalmente, então a adulação e cuidados dele me favoreciam.

A comemoração do meu aniversário de dezesseis anos foi projetada por uma renomada empresa de assessoria em grandes eventos, mas participei ativamente da programação. Era característica do meu pai impressionar com a grandiosidade de seus eventos, mas ele evitava atenção direta sobre nós. Bloqueava publicidade excessiva para que seus quatro filhos pudessem ter uma vida fácil e discreta mesmo sendo filhos do dono do quarto maior conglomerado de empresas de mídia do país.

Costumávamos ser atendidos em casa por profissionais de estética, mas meu pai opinou que eu fosse a um famoso complexo de beleza de San Francisco no dia da festa. Prestadores de serviços e fornecedores contavam com a publicidade que o evento proporcionaria.

Depois de muita insistência, fui liberada do spar e conduzida por nosso motorista para casa. Notei, ao passar pela sala, que a porta do nosso estúdio estava encostada e pude ouvir o som de música. Não iríamos tocar à noite. Um grupo famoso tocaria na festa, então estranhei o ensaio.

— Voltei! — Surpreendi-os ao abrir a porta.

— Nikkie! — Kaleb virou-se espantado. — Você não devia estar se arrumando?

— Consegui fugir. — Sorri arteira. — Vim tocar com vocês, posso? — brinquei manhosa. — Que música tocavam? E quem cantava se Natálie não está aqui?

— Era eu. — Neil assumiu. Olhei-o com suspeita. Kaleb estava em frente ao microfone, quando deveria estar na bateria, e Neil tocava teclado, quando era um fominha por guitarra.

— Qual era a música? — Sentei em cima de um cubo.

— Uma composição minha. — Neil disse. — Estou trabalhando nela ainda. Quando ficar pronta, eu mostro — desconversou e fez acordes no teclado. Desde os nossos seis anos de idade, estudamos música na academia de Los Angeles, mudamos para San Francisco e continuamos a estudar, então éramos íntimos de quase todos os instrumentos de banda.

— Hmm, por que o Kaleb pode ouvir, e eu não? Sou sua amiga há mais tempo que ele! — chantageei e abracei, aduladora, meu irmão grandão de cabelos louro-platinado e olhos acinzentados. Neil afastou-se e caminhou para a porta.

— Na hora certa, você ouve. Vou indo. — Sorriu conspirador e saiu, nos deixando a sós.

Kaleb parou em minha frente e segurou minha mão, ansioso.

— Eu queria te pedir uma coisa.

— Pode pedir. — Eu me afastei e sentei em frente ao teclado. Ele parou ao meu lado, hesitante.

— Nikki, você é minha melhor amiga desde os treze anos. Aprendi a tocar batera para ficar mais perto de você...

— Elabore, Kaleb. — Movi as mãos, impaciente, fazendo as notas da partitura no teclado.

— Er, eu queria ser seu namorado— revelou baixinho. Parei de tocar e olhei-o surpresa.

— Quê?

— Eu adoro você. E como você não quer ninguém, fica comigo — justificou desajeitado.

— Mas eu sempre fico com você — contestei tentando evadir. Não queria dar um fora direto no meu amigo e magoá-lo.

Te Escolhi - Entre o Amor e o PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora