Onde estão as Borboletas (Concluída)

Epílogo

"Quando o vento passa, ele leva meus medos, minha tristeza e lágrimas. E quando o vento volta, ele traz meu sorriso, minhas esperanças e o sol."

🌼🌸🌼

Falta de ar.

Era o que ela estava sentindo naquele exato momento, nunca tivera corrido tanto.

A pergunta que devesse ser feita por vocês é "Por que ela está correndo?"

Bem, para mim é fácil entender, não sei o que vocês vão pensar.

Era uma quinta-feira, dia 23 de junho desse ano. Para ser mais exata, foi ontem. Ela chegou no seu apartamento- era pequeno, um quarto com banheiro, a sala era junta com a cozinha- fazia 21ºC, sentou-se no sofá, desgastado pelo tempo, e sentiu uma coisa fofa na sua perna, era sua gatinha Sakura- ela gostava muito de Naruto, e do Japão por isso escolheu esse nome- pegou-a colocando em seu colo, respirou fundo e fechou os olhos lentamente.

Frio.

Ela abriu os olhos depois de alguns segundos, e abraçou-se. Olhou ao redor, ela não estava mais no seu apartamento minúsculo, e sim em uma varanda para a praia. Respirou fundo. Era o mesmo sonho, todas as vezes que não 'estava' na terra, sempre sonhava as mesmas coisas. Tudo era só um sonho, cada grito, cada humilhação.

"Amor? "- um belo rapaz abraçou-a por trás, dando um beijo no seu ombro.

"Hum? "- deixou um suspiro escapar, não temos a menor noção de quanto ela o ama.

"No mundo da lua, de novo? "- Riu, abraçando-a um pouco mais forte. Ele sabia como ela se sentia sozinha, mesmo sendo rodeada pela sua família e amigos. Se não sabíamos o tanto que ela o amava, imagina ele por ela.

"Talvez"- disse rindo se virando para ele, e olhou para os seus olhos profundamente azuis. Como ela amava esses olhos, era a coisa que ela mais adorava nele. Azuis tão quanto o céu no dia de verão.

"Vamos entrar, seus pais estão na sala. "- disse fazendo carinho na bochecha direita dela. Ela respirou fundo de novo.

"Daqui a pouco eu vou."- disse se afastando um pouco, e voltou para sua posição inicial.

"Tudo bem. "- olhou para sua amada, que olhava o lindo nascer do sol, e voltou para sala.

"O sol sempre volta no outro dia."- sussurrou olhando para o sol que nascia no mar.

Me afastei dela, eu não podia ficar mais tempo do lado dela, tinha outras pessoas que daria mais trabalho. Mas, de todos os sonhos, esse foi o que eu mais gostei. Ela imaginava que as borboletas- lindas e livres que são- eram as pessoas que não se importavam com ela. Tudo fruto do meu poder, mesmo boa parte daquilo não sendo real. Algumas coisas de fato ocorreram. O tapa. Naquele dia, devesse dizer que foi um dos piores dias da sua vida, de dois, seu pai não aceitava que ela era um fruto de uma traição da sua esposa. Um suspiro. O segundo pior dia da sua vida, seu ex, melhor e único amigo daquela época, fez de tudo para ganhar dinheiro se envolvendo com coisas que são além do meu conhecimento, causando uma morte de uma pessoa que ela amava muito, seu pequeno irmão. Tinha traindo-a, de todas as formas. Seu amigo lhe dera uma facada nas costas. Ele era a pessoa que mais confiava.

Ela tinha muita saudade de seu pequeno irmão. E seu maior desejo era que ele estivesse ao seu lado, a levando no altar no dia do seu casamento, a abraçando nos dias de solidão, brigando com ela por querer sai na chuva estando grávida. Um sonho. Um desejo. Uma saudade.

Ela não podia pedir para as estrelas, as mesmas só escutavam, mas não davam importância, pois estrelas não falam e nem realizam desejos. Ela não tinha, mais voz, e nem tempo, já tinha perdido quando seu precioso pequeno se foi. Perdeu tudo, por ter desperdiçado seu tempo com pessoas que não mereciam.

Ela abriu os olhos. A neve caía. Tudo voltou. Sempre o tempo parava, e voltava de novo. O mesmo dia. A mesma correria. A mesma perda.

E então, compreenderam? Você acha que as borboletas se importam com você?

Onde estão suas borboletas? 

🌸🌼🌸

Espero que tenham gostado, quem revisou esse capitulo foi minha mãe 😬

Bye, seres humanos.