Oxigênio

um

E então você se foi, como uma nuvem de fumaça levada pelo vento. Afastando-se aos poucos, matando-me vagarosamente.

Agora apenas sinto saudade. Tanta saudade que dói o peito, tanta saudade que me leva o ar, o oxigênio.

Saudade do tempo em que você me olhava nos olhos e dizia verdades ou mentiras bonitas.

Saudade do tempo que nossas conversas iam muito além do meu singelo Oi.

Saudade do tempo em que nossos dedos permaneciam entrelaçados a qualquer custo.

Saudade do tempo em que eu fazia parte de seus sonhos e você me acordava para contá-los.

Saudade do tempo em que o amor não precisava ser pronunciado.

Saudade de quanto você entrava por aquela porta sem bater e me assustava com sua imitação horrível de um fantasma.

Saudade de quando você estava aqui, ao meu lado, falando sobre todas as coisas, ou não falando nada.

Saudade do tempo no qual a distância não era nada se não um pretexto para nos abraçarmos mais forte assim que nos víamos.

Saudade de você.

Saudade de nós dois.

Saudade.