- Tudo bem, mãe. Já entendi. - Falo tentando acabar aquela conversa no telefone.- Você está em um intercâmbio no Canadá, Marina, tem que aceitar minhas instruções. - Retruca ela, que já tinha falado mais de mil vezes.
- Eu já entendi. Eu vou te ligar assim que voltar da escola, por deus, tá bom. - Ela repete mais algumas coisas e assim desliga.
Eu entendia a preocupação da minha mãe, mas ela viajava tanto a trabalho que nem precisava de tudo isso. Sempre foi só nós duas, tirando a parte em que ela não suportava a minha presença muitas vezes porque eu lembrava o meu pai e bom, ela odiava ele, então passou a aceitar essas viagens e, por esse motivo decidiu que eu poderia ter a minha emancipação, já que atualmente tenho 17 anos e ganhei uma bolsa de estudos aqui no Canadá.
Minha mãe alugou uma casa para mim aqui e eu estava muito agradecida, morar sozinha tendo 17 anos deveria ser o sonho de muita gente, mesmo que pra mim não fizesse tanta diferença já que ela não parava em casa.
A casa onde eu agora morava tinha uma ótima localização e ficava perto da escola, o que pra mim era wonderful. Aqui o tempo é sempre neutro, apesar do frio ser mais comum, o que pra mim também era ótimo.
Faltavam apenas 20 minutos para o meu primeiro dia de aula e eu já estava ansiosa, não conhecia ninguém além de Amber, minha melhor amiga. Nos conhecemos a 5 anos atrás em Manhattan. Eu a conheci na biblioteca que sempre costumávamos ir, ambas queriam o mesmo livro, O Corcunda de Notre Dame, só havia um então negociamos e desde então não nos desgrudamos, até fizemos as inscrições das nossas bolsas juntas e, cá estamos.
Eu não acreditava em alma gêmea até conhecer a minha melhor amiga, melhor sensação.
Não tinha muito para falar sobre mim, além de ser apaixonada por livros. Mas eu escrevia. Era um modo de eu não me sentir tão sozinha, escrever sempre foi como se toda a agonia que eu sentisse dentro de mim sumisse. Quando era pequena eu criava diálogos na minha cabeça, tem um teor solitário e era mesmo, então passei a escrever pra não esquecer esses diálogos que logo após se tornaram as minhas histórias.
Após tomar um banho me arrumei, comi algo e fui esperar Amber no jardim, que não demorou para chegar. Ela parecia entusiasmada.
- Pronta para conhecer pessoas novas? - Pergunta energizante.
- Estou mais ansiosa para conhecer a biblioteca. - Digo rindo e ela me olha fazendo um semblante de sonsa, talvez quisesse me interpretar.
- Pois eu estou, e estou pronta para esquecer o Steve. - Fala com firmeza.
Steve foi seu ex-namorado que a traiu antes de virmos para cá.
- Isso é ótimo. - Dou apoio.
Chegamos na entrada do Colégio High School Foster Academy e respiramos fundo antes de entrar. Havíamos caído na mesma sala e isso era realmente maravilhoso, eu não ia me sentir tão deslocada quanto se estivesse sozinha e nem ela. Adentramos o local gigantesco e fomos pedindo informações para achar a nossa sala, que era no segundo andar. Subimos as escadas, estávamos mais perdidas do que nunca. Uma mulher que aparentava trabalhar ali nos indirecionou a sala 22 e entramos.
Ao chegarmos na sala logo notamos que aparentemente faltava apenas nós duas. Devia ter uns 20 alunos, a professora nos indirecionou a dois lugares no fundo da sala. Amber sentou em minha frente e eu atrás.
A professora se apresentou como Lola, que ensinava a Literatura Inglesa. Eu já podia ver que seria minha professora favorita. Logo ela começa a dar sua aula.
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ɪ'ᴍ ᴅᴏɴ'ᴛ ᴛʜᴇ ᴀɴɢᴇʟ EM REVISÃO
Vampirenão me deixe, agora. acredite, não pare de correr.