Capítulo 1. ❤

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Emilly on.

- Eu não vou tirar o meu filho, pai! Isso é loucura! - grito passando as mãos pelo meu cabelo.

- Loucura foi o que você fez Emilly! Abandonou seu futuro brilhante para se tornar mãe aos 19 anos! Isso sim é loucura! - meu pai grita de volta me olhando com total desprezo.

- Você sabe muito bem que eu não queria isso! Eu não escolhi estar grávida! Mais agora já foi, não da mais pra voltar atrás! - eu grito ainda exaltada. A essa hora metade das coisas do meu quarto já estão todas quebradas e estilhaçadas pelo chão.

- Eu não posso apoiar uma safadeza dessas, Emilly. Você é a minha filha, mais eu não posso mais fazer nada pra te ajudar. Quero você fora da minha casa ainda hoje, viva a vida que você mesma plantou. - meu pai fala me deixando boquiaberta. Já estava bem claro que ele não me apoiaria, mais ouvir isso da boca dele foi como se me dessem uma facada no peito.

- Tudo bem, eu já esperava essa sua reação. Sairei da sua casa de cabeça erguida, por que isso que está aqui dentro, - aponto pra minha barriga - não define quem eu sou. - falo e saio andando a passos firmes e largos para fora do meu antigo quarto.

Passo pelo quarto dos meus pais e uma mão me puxa lá para dentro. Vejo os olhos vermelhos e inchados da minha mãe, ela estava chorando. Seu cabelo loiro estava uma bagunça assim como o brilho de tristeza que havia nos seus olhos.

- Eu te amo mãe. - falo e junto seu corpo ao meu. Choramos juntas ali, abraçadas. Meu coração já estava em pedaços e ver minha mãe chorar daquele jeito fez tudo piorar. - Prometo mandar notícias... Eu vou ficar bem, prometo. - afirmo e nos soltamos.

- Ah filha, você não faz ideia o quanto eu quero ver você feliz. Cuide dessa criança, ela ou ele não tem culpa de nada. Eu te amo tanto minha menina... - ela fala cada palavra com uma delicadeza que ninguém nunca falaria comigo. Seu polegar acarecia minha bochecha limpando as lágrimas que incistiam em cair.

- Adeus mamãe, prometo dar sempre que puder notícias. Espero que um dia você conheça seu netinho ou sua netinha. - eu falo sorrindo tristemente.

- Eu também espero, minha querida. Adeus minha princesa, vá com Deus... Se cuide. - ela se despede.

- Obrigada mãe. - agradeço e dou por fim nosso talvez, último abraço. Nos desvencilhamos e eu saio, sem olhar para trás. Desço as escadas de dois em dois degraus, chego na porta central e olho em volta pela última vez. Abro a porta e saio.

***

- Sua cara está horrível, amiga. - Julia fala assim que adentro seu apartamento.

- Obrigada por me dizer o que já sei... - respondo me jogando no sofá branco de couro do centro da sala.

- Você contou a eles, não foi?! - ela pergunta sobre a gravidez e meus pais, apenas concordo com a cabeça.
- E o que pretende fazer agora? - ela pergunta o que eu ainda procuro pela resposta.

- Sair daqui o mais rápido possível, não quero ver Victor nem pintado de ouro. - falo indiferente fitando o teto.
Meu celular começa a vibrar no bolso da minha calça jeans e eu rapidamente pego-o. Olho no visor que contém o nome: "Victor amor". Acabo atendendo só pra ver o que esse canalha vai falar.

Uma mãe solteira.Onde histórias criam vida. Descubra agora