Capítulo 2. ❤

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Emilly on.

Acordo com alguém me batendo com o que eu acho ser um travesseiro. Me levanto atordoada e olho a bendita pessoa, é claro que não podia ser nada mais nada menos que minha querida amiga, Ju. Que daqui a cinco segundos matarei.

- O que você quer, sua louca?! Dá pra me deixar em paz pelo menos dormindo?!... - eu falo a olhando feio.

- Não mesmo, acabei de ligar para meus pais... - ela fala séria.

Rolo os olhos, odeio suspense.

- E então?... O que disseram? - pergunto receosa.

- Eles deixaram!!! - ela fala ( grita ) pulando no meu pescoço e me abraçando. Claro, fiquei mega feliz. Mais realmente ela não precisava me enforcar. - Para onde vamos? - pergunta toda animada. - Meus pais disseram que contanto que eu termine minha faculdade lá para onde vamos e mantenha contato com eles tudo bem. - ela fala. Me sento na beirada da cama. Eu e Ju tivemos de dormir juntas já que só havia uma casa no apartamento todo. É claro que eu não iria dormir no sofá né.

- Pensei em irmos para Nova Iorque, é um ótimo lugar para começar uma nova vida... - eu respondo pensativa com um sorriso amarelo no rosto.

- É um ótimo lugar mesmo... E quando iremos? - Ju senta ao meu lado e recomeça seu interrogatório.

- Vou sacar o dinheiro hoje a tarde, passarei no aeroporto e já comprarei nossa passagem para o vôo mais perto possível. É claro que ficaremos num hotel até acharmos um apartamento para nos mudar... Espero que essa loucura dê certo. - falo suspirando no final.

- Tenha fé, amiga. Esse bebê terá a melhor mãe que ele poderia ter, que foi capaz de abandonar a própria família, só por ele. Você é uma guerreira Milly, tem que reconhecer isso. Que ele ou ela nasça com saúde pra dar e vender, e que essa criança que você está esperando seja a pessoa que vai mudar completamente a sua vida e a minha. - minha amiga diz me olhando nos olhos.

- Grata... E então? Fez café? - pergunto depois de sentir minha barriga roncar.

- Com uma amiga como eu você não precisa de mais ninguém, querida. Já tá lá na mesa. - ela avisa se levantando. - Vou terminar de ler minha revista, enquanto você dá um jeito nessa sua cara amassada. - ela ordena me fazendo mais uma vez rolar os olhos. - Sabe, você parece muito com aquela carinha do Whats'App quando faz isso. - ela fala rindo. Se vira e sai do quarto fechando em seguida a porta.

Me ponho de pé e pego a minha toalha reserva seguindo banheiro a dentro. Faço minha higiene pessoal com a escova lacrada que concerteza Ju reservou para mim e em seguida tomo um banho de no máximo 15 minutos. Saio do banheiro enrolada na minha toalha e sigo até o closet da minha amiga.

Opto por uma de suas calças jeans azuis rasgadas e um croppet preto, também dela. Pego a calcinha que da última vez que estive aqui esqueci e visto, também ousei roubar um de seus sutiãs pretos. Visto tudo e calço por último uma de suas sapatilhas nudes. Agradeço aos céus por minha amiga vestir e calçar igual a mim. Passo um de seus perfumes, pego seu brilho labial e passo-o. Pego uma das suas bolsas, mais precisamente uma azul escura e coloco meu telefone dentro da mesma.

Saio do quarto sentindo de longe o cheiro de bolo de chocolate, panquecas e café fresco. Sigo o aroma e acabo vendo uma cena um tanto cômica. Ju estava tentando virar uma das panquecas em total desastramento. Começo a rir da situação e Ju me olha feio.

- Dá pra você ao menos tentar me ajudar aqui? - ela perguntou chateada.

- Nem vem, sou um desastre na cozinha você sabe... - respondo me sentando no balcão que separa a cozinha da sala.
Minha amiga consegue virar a tal panqueca e em seguida desliga o fogo.

- E eu posso saber o que você faz com a minha bolsa que ganhei lá em Paris? - ela pergunta cruzando os braços.

- Desculpa, amiga. Prometo não estragar ela... - falo.

- Tá, tudo bem... E então, o que vai querer? Minhas panquecas estão divinas. - ela se gaba me fazendo rir.

- Eu aceito só um pedaço desse seu bolo tentador aí, e uma xícara de café. - peço e vejo ela colocar uma fatia do bolo em um pires e preparar uma xícara de café colocando a minha frente. - Obrigada, amiga. - agradeço e começo a comer.

- Quantas semanas você está? - ela pergunta séria em relação a minha gravidez.

- Duas. - respondo continuando a comer.

- Ele que tirou sua virgindade né?! - ela pergunta e eu apenas concordo com a cabeça. - Você quer o quê? Menino ou menina? - pergunta com um sorrisinho de lado.

- Contanto que venha com saúde, isso já basta... Mais confesso que eu sinto ser uma menina, uma princesinha. - eu respondo sorrindo.

- Intuição de mãe ninguém discute... Só sei que vou ser a tia mais babona desse mundo inteiro! - ela afirma tomando um gole de seu café.

- Já estava prevendo isso mesmo... - falo rindo.

***
C

oloco o dinheiro sacado dentro da bolsa e saio discretamente. Ando pelas ruas movimentadas de São Paulo a procura de algum táxi. Até que depois de muita insistência um para e eu adentro o mesmo. Um senhor gordinho barbudo pergunta o meu destino enquanto boa parte do meu cérebro está aéreo, será mesmo que essa é a coisa certa a se fazer? Jogar tudo pro alto e viver sozinha em uma cidade totalmente desconhecida? E Victor? Ele é o pai, precisa assumir tal papel... Não! Eu vou fazer isso sozinha! Vou lutar pelo meu bebê e nunca vou deixa-lo saber sequer da sua existência. Preciso recomeçar com meus próprios pés. Lutar pelo que é meu! Vou lutar por essa criança, e por mim ao mesmo tempo. Eu vou conseguir! Eu tenho que conseguir.

- Para o aeroporto, moço. - respondo e percebo o carro começando a se movimentar rumo ao meu destino. É agora, ou nunca. Penso fechando os olhos e respirando fundo incontáveis vezes.

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⏰ Última atualização: Dec 01, 2016 ⏰

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Uma mãe solteira.Onde histórias criam vida. Descubra agora