Capítulo 8: Lay Me Down

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21h e 30min

Estávamos comendo batatas fritas em uma mesa com bancos daquele estilo sofá, perto da nossa pista. Quando me surgiu uma pergunta:

- Você gosta de viajar? - questionei.
- Ué, mas por que uma pergunta tão aleatória? - riu Skylar.
- Porque eu notei que você tem chaveiros de vários lugares. Tipo a torre Eiffel e a Liberty State. Sabia que eu sou apaixonada por chaveiros?! - falei remexendo na da chave de sua scooter.
- Hum... não sabia, não. Que legal! E que reparadora. Sim, minhas duas paixões são fotografar e viajar. - respondeu.
- Mas espera, você tem só 17 anos! - falei.
- É mesmo. - falou comendo mais uma batata - Mas meu pai é piloto de avião. Acho que eu também nunca perguntei a sua idade, hã? Aquele dia no Starbucks não deu tempo.
- Faço 17 segunda-feira. - falei.
- Ah, melhor ainda! - brincou.
- O que você quer dizer com "melhor ainda", Sky? - falei pegando a batata que estava em sua mão e dando uma risada.
- Que se em um futuro próximo ocorrer de ficarmos juntos, não haverá problemas de idade. - e deu uma piscadela.
- Um futuro próximo, é? - falei dando um sorriso.
- Isso. - e ele foi se aproximando mais e mais até que...
- Com licença, pediram duas coca-colas? - uma garçonete interrompe.
- Hum, é, pedimos sim. Obrigada. - falei desanimada.
- Não acredito! - e Sky riu - Agora perdeu todo o clima, poxa! -
- Que tal tentarmos outra hora? - falei abrindo a coca sem tirar os olhos dele.
- Pode ser my lady - e ele brindou comigo.

22h e 30min

- Agora que eu venci, vamos embora? Está chato de mais ganhar de lavada assim. - disse Sky, desligando o sistema de pontos da nossa pista.
- Hum, convencido, vamos sim. Está chato de mais ver você se gabando. - falei, dando um empurrãozinho nele com o quadril.
- Está bem. Vou pagar e já volto. - e ele saiu andando. Como gosto de observar as coisas, naveguei meus olhos pelo local. Adolescentes rindo. Famílias unidas. Alegria espalhada pelo lugar. Meu celular toca. E aí, meus caros, alguém ainda não apresentado aparece.

Ligação On


Xx: Alô?
Catharina: Oi?
Xx: Filha? Que saudades!
Meus olhos se encheram de lágrimas. Que saudades, mesmo.
Catharina: PAI? Ah, Deus, que saudades!
Pai: Sim, querida! Estou voltando da minha viagem. Como estão indo as coisas?
Catharina: Não dá para te dizer pelo telefone. - enxugo uma lágrima - Quando você volta?
Pai: Amanhã à tarde! Avise sua mãe e seu irmão! Amo você, formiguinha!
Catharina: Também te amo, monstro!

Ligação Off

Meu pai, Adrian. Voltando!
Ele não foi um pai muito presente na minha adolescência. Depois que foi promovido no trabalho, vive viajando. Já faz seis meses que não o vejo.
Meu companheiro está de volta! Sky me tira de meus devaneios.

- Caty? Está bem? - pergunta, preocupado.
- O que? Sim, estou! - e dou um sorriso.
- Certeza? Por que está chorando? - fala, analisando meu rosto.
- Meu pai... Ele vai voltar! Faz tempo que eu não vejo ele, estou muito feliz! - e dou um abraço nele, por algum motivo.
- Ei, que ótimo! - diz, retribuindo o abraço - Só vai com calma, pequena, está me deixando ser ar! -
- Opa! Desculpa. - solto-o.
- Não esquenta. Vamos? - fala pegando suas chaves.
- Para onde? - e vou seguindo.
- Surpresa. - pega minha mão e sai comigo do local.

Não sei porque, mas eu confio tanto neste garoto!

- Pronta? - questiona.
- Pronta. - respondo. Ele dá a partida na scooter e avançamos. Para algum lugar que eu ainda não sabia qual.

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- Chegamos. - ele estaciona a scooter e me ajuda a descer. Uma praia.

- Ah! Há quanto tempo eu não andava em uma praia, de noite! - falei rodopiando e, em seguida, tirando meus sapatos.
- Que bom que eu acertei! Pegue. - me estende um fone de ouvido e conecta o mesmo no celular.

- Me concede esta dança? - ele estende a mão para mim.
- Claro. - e coloco minha mão sobre a sua.
Ele põe uma de suas mãos em minha cintura e a outra ainda está junto à minha. Eu, sigo, colocando a outra mão em seu ombro. E dançamos. Dançamos muito. Dançamos ao som da música que, agora, é a minha preferida: Lay Me Down. (procurem leitores, é linda!)
Ele me olha nos olhos e me sinto incendiar por dentro. Encosto minha cabeça em seu peito e continuamos a dançar.

Quando a música acaba, tenho certeza. Eu me apaixonei de novo.

CatharinaOnde histórias criam vida. Descubra agora