Capítulo 7

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Katy

Conhecer a mãe de Samuel foi muito gratificante. Ela é uma mulher incrível e maravilhosa, mas infelizmente não posso dizer o mesmo do seu segundo filho e do seu marido. Sabe agradeço por Samuel ter puxado tanto para ela e não ao pai.

Essa Mary que acabei descobrindo por acaso não me agrada e por mais que eu saiba que ela faz parte do passado de Samuel não deixo de ter ciúmes.

É claro que não vou brigar ou criar caso com ele por uma mulher que nem aqui está, mas isso não me impede de inveja-la por tê-lo conhecido primeiro.

Se no lugar de Túlio, Samuel tivesse entrado em minha vida, as coisas hoje seriam completamente diferentes, mas acredito que tudo na vida tem seu tempo.

Depois que saímos do hospital acreditei que iriamos embora, mas Samuel me levou para um dos hotéis de Airon. Nos hospedamos e passamos a noite lá. Não reclamei, pois sei que ele quer ficar mais próximo da mãe, entretanto seu irmão é irritante a tal ponto que ter que vê-lo novamente embrulha meu estômago.

Ficar no mesmo hotel que Samuel não seria estranho se cada um de nós tivéssemos um quarto. O estranho mesmo foi dividir o quarto com ele e mesmo sabendo que dormiríamos em camas separadas não consegui relaxar. Tentei ao máximo disfarçar os meus medos e nervosismos e confesso que por um momento cheguei a esquece-los, já que Samuel fez questão de organizar toda a noite com direito a sessão de filme, vinho, pipoca e muitos doces.

Claro que ele notou meus receios, mas em momento algum me pressionou ou tentou algo que eu não gostaria e quando fomos dormir bom, eu não preguei os olhos por um minuto.

Por mais que eu tentasse e me obrigasse a dormir, não consegui relaxar e acabei passando a noite toda observando Samuel na cama ao lado.

Ele se mexe pouco enquanto dorme e sua expressão relaxa é de tirar o folego, seus lábios finos e levemente rosados me fez querer correr os dedos por eles, mas apenas contento-me em observa-lo. Um de seus braços se apoia relaxadamente acima da cabeça enquanto o outro descansa sobre seu abdômen. Passei horas analisando seu rosto já que seu corpo estava coberto pelo edredom e acabei descobrindo uma pequena pinta preta no lobo de sua orelha esquerda.

Não foi ruim admira-lo de perto, mas confesso que agora sinto-me cansada e exausta. Meus olhos pesados não colaboram comigo, mas Samuel estava tão ansioso para ver a mãe que acabamos saindo sem tomar café.

Ao chegarmos somos bem recebidos pelas atendentes que liberam a passagem de Samuel após analisar sua documentação. Ao ter a certeza de que não tinha ninguém indesejável no quarto deixo meu amado homem aproveitar o pouco de tempo livre que tem com sua mãe e sigo para o refeitório do hospital para comprar um lanche para mim e para ele.

Queria comer em paz, mas percebi que ir até lá não foi a melhor coisa a se fazer já que encontrei Izac parado próximo a máquina de bebidas. Tentei inutilmente passar desapercebida, mas não demorou muito para ele notar minha presença. Sem ser convidado ele se senta de frente para mim completamente à vontade e distraído.

Entediada e sem vontade de responder as inúmeras perguntas que ele faz me mantenho ali apenas para dar privacidade a Samuel com sua mãe.

Ele faz várias perguntas sobre o que eu gosto, onde gosto de ir, o que faço nos tempos vagos e como conheci seu irmão. Dou respostas curtas na tentativa de afasta-lo, mas ele parece não se importar com minha falta de interesse e para ser sincera minha mente estava preocupada demais com a ligação que havia recebido de Jack antes saímos do hotel.

Não consegui estender nossa conversa por muito tempo, pois a ligação estava ruim e sua voz embargada dificultava ainda mais as coisas, mas pelo o que entendi a briga com George tinha sido feia.

O advogado da minha vida (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora