Eu não sou louca [PAUSADO]

PILOTO

Quando o professor da faculdade passou um trabalho de reportagem sobre algo da região, Luce teve a idéia de pesquisar sobre o mânicomio presente em Boston. Foi, então, à biblioteca procurar saber mais sobre o lugar.

"Que cheiro de livro velho maravilhoso!" Ela pensou. "Mas em qual ala procurar?" Deu uma olhada nos livros da parte adulta, mas não encontrou nada. Viu uma senhora andando na sessão religiosa e resolveu perguntar-lhe.

- Com licença, a senhora poderia me ajudar? - mas no instante em que Luce tocou de leve o ombro da senhora, a idosa virou o pescoço anormalmente para trás e começou falar rapidamente em uma língua desconhecida. Luce caiu para trás e começou a gritar. A velha, de repente, parou de falar e desapareceu no ar antes de mais alguém presenciar o acontecido.

- Que bagunça é essa?!! - a bibliotecária perguntou.

***

- Já é a quinta vez que isso acontece, Luce, e mais ninguém ao seu lado vê...

Assim que Luce saiu correndo da multidão que a cercava, fugindo de perguntas e mais perguntas, foi correndo para seu psicólogo Anthony, a única pessoa em que ela confiava, já que mora sozinha desde que seus pais morreram em um incêndio.

- Mas é porquê a ala religiosa estava vazia!!! - Luce interrompeu-o - Será que você não consegue me entender?! - continuou falando ainda mais alto.

- Claro que te entendo, Luce, mas vamos precisar tomar uma certa atitude... - ele fez uma pausa, pensando no que dizer. Depois de alguns minutos de silêncio, retomou - Já ouviu falar de Blisammy?

A expressão de terror de Luce assustou Anthony. Ela começou a suar e seu rosto empalideceu. Blisammy era o manicômio que situava-se em Boston, ele não podia estar falando sério.

- Eu não sou louca, está bem? Eu não sou louca! Eu NÃO sou louca! EU NÃO SOU LOUCA!!!

- Luce, CALMA! Serão apenas alguns dias - Anthony começou falar enquanto Luce continuava gritando que não era louca em seu escritório de consulta - Mas eu preciso que fique calma! Você vai precisar confiar em mim. - Ele segurou seus braços e ela parou de gritar - Você confia em mim, Luce?

Ela assentiu, olhando profundamente em seus olhos, como se tentasse desvendar o enigma presente neles.

- Em quem mais eu confiaria, se não fosse você?

Anthony sorriu e os dois ficaram alguns segundos se encarando.

- Vá para casa e tenha uma boa noite de sono, Luce. Amanhã vou mandar a equipe do hospital leva suas coisas para logo em seguida você ir.

Os dois se despediram e Luce foi para casa, não contendo suas lágrimas em seus olhos. Mas em quem mais ela confiaria se não fosse ele? Anthony a ajudou sempre que ela o procurava. Ah! E como ela sentia saudade dos tempos de escola, quando os dois sentavam juntos no recreio e ele a acolhia em seus braços, limpando suas lágrimas e fazendo-a esquecer de suas angústias. "Um dia você vai virar o melhor psicólogo de todos!" Ela dizia. E olhe para ele hoje...

Luce chegou em casa, trocou de roupa, e dormiu, tentando esquecer suas mágoas e angústias, mas desta vez sem Anthony.