A verdade é que, embora em pouco tempo eu realmente pudesse me tornar o diretor-geral, durante um bom período continuei sendo só o filho-geral. Não era uma situação agradável.
Um acontecimento de alguma importância, lembro-me bem, me marcou muito: o dia em que meu pai foi capa da revista Construção Moderna. Para mim, foi motivo de muito orgulho.
Eu sempre ficava imaginando que no futuro o que eu mais queria conquistar era justamente o mesmo tipo de prestígio e de admiração das pessoas - uma admiração que combinasse o respeito pela capacidade profissional com o reconhecimento por um trabalho socialmente relevante. A matéria sobre ele e a própria capa da revista atestavam que meu pai não era só respeitado por ser um grande profissional - mas por seu papel e sua função na comunidade. Era com esse tipo de respeito que eu também sonhava.