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18 anos depois.

-Diana! Vais chegar atrasada ao autocarro!- gritava a minha mãe já há quase 10 minutos.

-Vou já!

E bem. Cá estou eu. Pronta para ir apanhar o autocarro e começar o meu curso de 4 anos em psicologia. Devem se estar a perguntar como consegui sendo cega. Tive apoio especial, tinha aulas com os meu colegas de turma mas fazia os teste em braille. Consegui ter boas notas na mesma e decidi candidatar me a psicologia. Adoro tudo o que seja relacionado com o cérebro sendo que é dai que vem o meu problema.

Consegui ter vida social apesar das minha deficiências. Tenho a minha melhor amiga Rachel e o meu grande amigo de infância Thomas. Ambos vão para jornalismo mas todos para a mesmo universidade, apesar de um cursos diferentes.

Agora tenho que me ir despachar para ver se não perco o autocarro para Michigan. Tomei banho, vesti-me e coloquei os meus óculos escuros. Peguei na minha bengala e fui andando. Ao fim de tanto tempo a frequentar o mesmo espaço, que é a minha casa, já nem preciso dela mas vai sempre ser a minha companheira.

-Cheira-me a ovos e bacon mas não me cheira ao café do pai.- digo quando entro na cozinha. Posso não ver as coisas mas de cheiro nada me escapa.

-Ainda não o fiz querida. Já tens tudo arrumado?- responde a minha mãe. Pelo tom de voz achou piada. Acha sempre que consigo adivinhar o que é a comida.

-Já senhora! Não te preocupes que fico bem. A Rachel vai partilhar o apartamento comigo.

-Eu nem disse nada!- tenta defender-se.

-Mas eu sei como a senhora mãezinha preocupada é. Acho que até o pai está menos preocupado.

-Acho melhor também não me usares como exemplo. Nem acredito que te deixei ir para tão longe.

-E eu agradeço tudo o que fizeste por mim.- oiço o meu pai a dar um beijo à minha mãe- Vocês importam-se de não fazer isso à minha frente? Ainda sou menor de idade.

-Não por muito tempo. Como vais fazer no teu aniversário? São dezoito anos, vens a casa ou passas na universidade?- pergunta a minha mãe.

-Sinceramente não sei. Ainda tenho um mês por isso logo decido.

Sinceramente não sei mesmo o que vou fazer. Não sei se me vou relacionar com mais gente durante 1 mês de universidade e nem sei se ao ser assim se as pessoas se vão relacionar comigo.

Neste momento oiço a campainha e pelos som dos sapatos, aposto que foi o meu pai que foi abrir.

-Cheira me a morangos. Rachel trouxeste fruta para a nossa viagem certo?

-Mas tu achas que eu me ia esquecer dos morangos da minha melhor amiga universitária?- diz Rachel enquanto se ri. Os avós dela têm uma estufa e desde do 5ºano, ano em que a conheci, que eles me costumam trazer nos inicio das aulas.

-Ainda bem que não! Já é tradição. O Thomas?

-Já está a nossa espera na paragem para a qual nós vamos agora. Para o inicio das nossas vidas.

Os meus pais foram buscar as minhas malas enquanto a Rachel me leva para o carro dela. Cheira mesmo ao carro dela. Gajos. Ela é uma maluca no que toca a rapazes e eu que o saiba. A quantidade de vezes que ela me vinha falar deste e aquele. Só espero que ela, se encontrar algum na universidade, não os leve para o apartamento.

-Bem já está tudo.- diz o meu pai quando acaba de pôr as malas na bagageira. Eles entram no carro com a gente para depois ficarem encarregues de o levar de volta aos pais da Rachel.

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