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Cap. 2

   Ao entrarem, foram diretamente para a sessão que lhes fora reservada, sem dar atenção à flashs ou aos olhares espantados/maldosos das pessoas.
   Dois policiais que estavam próximos à porta, abriram-na e eles adentraram rapidamente; todos os presentes voltaram os olhares para eles, o juiz não parecia estar contente porém, ele já havia sido alertado do atraso previamente. 
   Sentaram-se depressa e deu-se início a sessão.
   Algumas horas passaram-se; não pareciam ter fim! Talvez fosse por terem ido à várias outras, por estarem cansados desse "vai e vem" intermitente.
   Enquanto o promotor fazia inúmeras perguntas à Michael, ela o olhou. Ele tentava esconder, não queria que percebessem uma tristeza devastadora em seu olhar. Uma aflição tomou-lhe conta, queria apenas tirá-lo dali, daquele ambiente pesado e levá-lo para longe, cuidar dele, apenas eles e mais ninguém.
   - Olha para ele.. - disse ao acessor de Michael que estava ao seu lado - ele está quase chorando, você tem que pedir um tempo ao juiz..
   - Eu não posso, senhora. Não posso.
   - Então, eu peço!
   - Não! - falou aflito - A senhora não pode! Só quem pode é o advogado..
   - Mas não podemos deixá-lo assim! Ele está acabado, não vê?! - falou com um nó na garganta -
   - Calma..eu sei, estou vendo, mas..não podemos fazer nada! Está acabando..faltam alguns minutos apenas..calma..
   Ela se conteve e aguardou o fim da sessão, sempre olhando-o.
   Ele sentia os olhos dela fixos nele, sentia. Porém, evitava encará-la, não queria que ela chorasse. Na verdade, evitava encarar qualquer pessoa, aquela posição, como réu, era muito humilhante para ele, para qualquer um.
   Chegando ao final, ele juntou-se à ela e, envoltos por seguranças, correram para a porta de saída frontal. Passaram por fãs histéricos e paparazis e entraram no carro.
   No interior do veículo, ele acenava, ainda, para as pessoas, mandava beijos e sorria. O carro, então, conseguiu sair da multidão e pegou a estrada em direção ao rancho. Ele ficou grande parte do percurso em silêncio, olhando para a paisagem. Estava perdido em seus pensamentos.
   Safira, meio que sem pensar, tirou-o de seus pensamentos, pondo sua mão sobre a dele que estava no banco. Ele olhou-a e sorriu, apertando gentilmente sua mão, parecia que ela era a única coisa que ele tinha no mundo.
   "Eu te amo", sussurrou-o.
   - Michael..senhor.. - uma voz o chamou -