Acordei 16:22 da tarde meu celular tocando e vibrando, parecia que ia explodir de tanto vibrar. Deslizei meu dedo sobre a tela e atendi. Ouvi uma voz maravilhosa, era Lucas:
-Amor? -pergunta Lucas.
-Oi -perguntei ainda rouca, já que eu acabara de acordar.
-Desculpa, te acordei?
-Que? Não, não! Eu já estava acordada a um tempinho.
-Ok então, então abre a porta aqui pra mim, já chamei várias vezes e ninguém atendeu.
Oque? Como assim ele estava na porta? Corri pro banheiro, me olhei no espelho e eu estava um trapo. Fiz um coque despojado, escovei rapidamente os dentes e corri até a porta, percebendo que a casa estava vazia. Antes de abrir a porta, me controlei e fingi que nada aconteceu.
- Então, quer entrar?- perguntei.
- Não sei, se você quiser a gente pode ir até a praia conversar.
- Então vamos, vou só escrever um bilhete pra minha mãe, caso ela volte e não me encontre.
Corri até a mesinha de centro, que tinha um bloquinho de avisos e escrevi "mãe, dei uma saída rapidinha com o Lucas não se preocupe, beijos". Peguei minhas chaves de casa e tranquei as portas.
Peguei na mão do Lucas, no primeiro momento juro que senti como se ele estivesse rejeitando minha mão, mas depois ele segurou ela e fomos até a praia a pé mesmo, já que ficava a duas ruas depois da minha.
- Então, está tudo bem na sua casa? - Perguntou.
-Está sim, e como estão as coisas na sua casa?- perguntei.
- Estão ótimas!
Ficamos em silêncio por alguns instantes, e ele não parecia nem um pouco feliz. Chegamos a praia e nos sentamos no banquinho do calçadão de frente pro mar.
- então, sobre o que iríamos conversar? - perguntei finalmente.
- então... Eu não vou enrolar, vou falar logo. - disse ele, já enrolando e parecia nervoso. - Eu queria te pedir um tempo.
- O que? Por que? - perguntei confusa.
- sabe, estamos no meio do ano empinas notas estão baixíssimas na escola, eu preciso focar nos estudos, sem distrações. Senão, não me formo esse ano.
- E eu sou uma distração pra você? - falei num tom mais alto, quase gritando já com os olhos cheios de lágrimas.
- Sinceramente, sim!
- Mas a gente só conversa por mensagem e praticamente não nos vemos. Você está sempre ocupado com alguma coisa, futebol e sabe se lá o que mais, e eu sempre respeitei isso.-E desabei no choro, bem que Enzo falou.
- Eu sei, amor! Mas eu preciso disso.-falou ele calmo como se aquilo fosse mega normal.
- amor?? - falei. Ele ainda tem coragem de me chamar de amor?
-sim, você é o meu amor. só estou pedindo um tempo e nada mais, não vamos terminar, eu te amo e sempre vou te amar. Só um tempo, eu preciso... - Falou e me deu um abraço.
- Ok então, eu te dou esse tempo!- parei de chorar
- obrigada amor, eu sabia que iria entender.
Ele me levou até em casa e antes que ele fosse embora, eu o segurei.
-Lucas, eu preciso te falar uma coisa. Eu vou me mudar daqui, de cidade para ser mais específica.
- Como assim? -perguntou assustado.
- lembra, Meus pais se separaram...
- Lembro,sim.
- então, a minha mãe quer se mudar daqui.
- Realmente seria uma boa opção, acho que ela não gostaria de ter que ficar esbarrando com ele pelas ruas.- disse ele, ressaltando a ideia da minha mãe.- ficaria um clima muito estranho entre eles.
- Realmente. - falei dando um abraço nele. - beijos, até breve.
-Até, meu amor!
Quando coloquei a chave na porta, percebi que já estava destrancada e minha mãe já havia chegado...
- Oi, mãe!- Falei. Ela estava sentada no sofá assistindo um programa de culinária.
- Oi filha, vi o seu bilhete! Então o que o Lucas queria? - Perguntou.
- Um tempo...- e Comecei a chorar de novo.
