Capítulo 2 - Garota de Fogo

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     Gabriel olhou para o grande corredor escuro. Acima dele um relógio repetia que estava quase perto das onze, em uma sequência de bipes completamente irritantes. O garoto continou a andar, indo em direção a única luz que vinha da penúltima sala antes do fim do corredor. Enquanto andava, sentia um enorme frio na barriga, como se um monstro de gelo estivesse mastigando o seu estômago sem nenhum tipo de . Parou de andar apenas quando uma ventania forte derrubou ele no chão, logo depois sentindo uma mão molhada enforcá-lo, tirando o ar dele lentamente, enquanto Gabriel debatia-se no chão. E então ele olhou para o agressor: um grande rosto coberto de lama, com apenas olhos dourados. Sua voz era estridente, mesmo em sussurros, sussurros que diziam apenas uma palavra para Gabriel: morte.

     O garoto piscou algumas vezes antes de voltar a realidade. Percebeu então que estava no meio do refeitório, como antes, mas não estava em sua mesa. Estava no centro de todas as mesas, com uma cara de choro. Seu rosto estava ensopado de suor, até que então ele viu todo o ambiente explodir em risadas. Seja lá o que tenha acontecido fora bastante humilhante para ele, fazendo com que o mesmo corresse ao banheiro masculino, onde lá se trancou.

     Segurou o celular com a mão trêmula, colocando-o no silencioso, estava cansado de receber tantas mensagens falsas. Abraçou os seus joelhos e ficou sentado, de costas para o espelho, tremendo a cada vez que ouvia passos se aproximando. Obviamente todos queriam um "bis" do que acontecera no refeitório - Gabriel nunca mais poderia ficar em paz novamente. Não naquele lugar.

     Gabriel: Pai, por favor, venha me buscar.

                                ☾☾☾

     — O que aconteceu? — Marco perguntou assim que Gabriel entrou no carro, três horas antes da hora normal do garoto sair. Impaciente, Gabriel apenas suspirou e colocou o seu sinto, obrigando Marco a refazer a sua pergunta, agora de uma maneira maia dura: — Gabriel Nille, o que aconteceu?

     O garoto então virou o seu olhar para o pai, dando mais um longo suspiro e cruzando os braços, parando para observar uma estranha criatura negra saindo de uma lata minúscula, na lixeira próxima. Estava em um formato menor mas, com certeza, ele sabia que era o homem-de-lama. Quase que automaticamente o rosto dele ficou pálido, fazendo com que o pai tivesse motivos para mais uma pergunta.

Lua De Prata (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora