Capítulo 1

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Frustrada, não imaginei que seria assim tão ruim. Olhei-me mais uma vez no espelho pra ver se tinha algo de estranho no meu corpo, e até agora parecia tudo normal. Fui para o quarto colocar a roupa, havia saído do banho e ia jantar.

Cheguei a cozinha e meu irmão estava com seu amigo de longa data, Heitor, não lembro quando se conheceram, mas lembro de quando meu interesse por ele começou, e sinceramente, era impossível não ter desejo por aquele homem, quando o conheci tinha 13 anos e ele 24, agora estou com meus 17 e ele 28, é alto e forte, tem um sorriso que acaba comigo da cabeça aos pés, olhos verdes hipnotizantes e a pele bronzeada. Era frustrante ter ele sempre por perto e não receber nenhuma atenção, algumas vezes pensei ter flagrado seus olhares sobre mim,  mas foi apenas minha mente iludindo-me.

Tentei evitar a presença de ambos e comi silenciosamente.

— Helena, tá tudo bem? Você não costuma ser tão calada. — Meu irmão questionou. Sentia o olhar dos dois sobre mim,  mas não os olhei.

— Uhum, tá tudo bem. Só tô cansada, já vou dormir.  — Terminei de falar e levantei-me para ir em direção ao meu quarto. 

Só eu sabia o quanto não estava bem, minha noite foi péssima, aceitei sair com um idiota da minha escola e nós transamos,  foi minha primeira vez e foi horrível de todas as formas. Não senti prazer em nenhum momento, agora só queria dormir.

O sábado amanheceu ensolarado, meu irmão queria ir à praia, como eu precisava tirar essa cor pálida, aceitei o convite. Coloquei um biquíni preto, e fiz a bolsa com protetor e tudo que precisava. A namorada do meu irmão surgiu entrando no meu quarto. Ela era bem mais velha, mas ainda sim éramos amigas.

— Oi Hel. — Bia deitou na minha cama, estava bonita com um biquíni branco e uma  saída de praia também branca por cima de sua pelo negra.

— Oi bia. — Beijei seu rosto e já fomos saindo.

Cheguei na sala e meu irmão e o Heitor já nos esperávamos.

— Hel, você vai ter que ir na Garupa do Heitor. — meu irmão disse subindo na sua moto e Bia logo atrás.

Eu apenas assenti, não seria muito sacrifício, e nem a primeira vez, seria torturante a viagem. Meu irmão foi na frente, eu subi na moto do Heitor e coloquei o capacete.

— Segura firme hein. — Falou de um modo brincalhão e abriu um lindo sorriso. Apenas suspirei e abracei o corpo dele, sentindo os músculos do seu abdômen por cima da camisa. Ele colocou o capacete e deu partida.
40 longos minutos depois nós chegamos a praia, ele estacionou a moto e descemos. Fomos em direção a praia e já estavam todos lá, e eu digo isso por que tinham mais três garotas. E uma em evidência chamou minha atenção, era a ex peguete dele, e eu sabia que ela não gostava muito de mim, o sentimento era recíproco meu bem. Ela estava com um biquíni microscópico e exibia seu corpo malhado, ela podia ser mais gostosa, mas era uma mentirosa e infiel. Como ela teve coragem de trair um homem como o Heitor?

Tirei minha saída e fiquei de biquíni,  apenas disse um "vou pra água"  e fui. Estava uma delícia, a água gelada e o sol quente eram revigorantes. Mergulhei e assim que emergi, Heitor me encarava.

— Não deveria usar esse biquíni. — Ele disse com raiva na voz.

Levantei a sobrancelha o desafiando, será que estava com ciúmes? Um sorriso brotou no meu rosto.

— E o que você tem a ver com isso? — Não pude deixar de ser Petulante.

— Me preocupo com você, os caras estão todos te olhando, e você pra mim é como minha irmã mais nova.
Aquilo não pode deixar de me machucar, eu apenas assenti e me afastei dele, não era obrigada a nada.
Se ele iria invadir meu espaço,  então eu sairia dali. Fui para a areia e Bia estava deitada, sentei e dei um longo suspiro.

— O que foi Hel? — Bia perguntou.

—Nada. — Dei de ombros. Encarei o lugar em que Heitor estava e a ex dele estava indo para lá. Ela sorria e jogava seu charme para ele, mas o mesmo nem dava bola.

— É o Heitor? — Bia perguntou de repente.

— O que?! Claro que não. — Respondi, visivelmente na defensiva. —Ele é o melhor amigo do Caio...

— Aham, sei! — Ela revirou os olhos.

— Ele ser amigo do seu irmão não impede nada. E eu duvido que ele também não tenha interesse por você.

—Eu não disse que estou interessada nele. – Ainda tentava,  sem sucesso, me defender.

— Tudo bem Hel. — ela sorriu.
A Piranha se agarrou no pescoço dele, e ele envolveu sua cintura, aquele toque mexeu comigo, eu queria está é o lugar dela.

Por mais que minha primeira vez tenha sido ruim, eu tinha curiosidade sobre o sexo, e eu sabia que não era tão ruim quanto fora comigo. Os pensamentos que eu tinha com o Heitor sempre me fizeram dormir um pouco mais tarde, e sinceramente, ansiava pelo toque dele, para sentir aquelas mãos em todo meu corpo. Só tinha medo de que nunca acontecesse.

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