O meu nome é Lia. Tenho 18 anos e vivo com o meu pai e o meu irmão numa pequena casa nos arredores de Londres.
Como a minha mãe, infelizmente, já não está cá, sou eu que tomo conta do meu irmão, o Tommy, que como nunca conheceu a nossa mãe considera-me como se eu fosse uma para ele.
A nossa vida é difícil, o meu pai trabalha à noite para poder mandar mais dinheiro para casa e eu aos fins de semana no café aqui da rua e mesmo assim, tudo isso não chega.Uma mãe faz muita falta num lar.
_Lia podes vir aqui?
Ouço a voz de Tommy chamar-me do andar de cima. Era suposto ele a esta hora já estar a dormir.
Vou até lá e vejo -o sentado na cama com o candeeiro ligado ao seu lado._ O que se passa Tommy?
Uma lágrima escorregou pelo seu rosto. Tommy tinha 4 anos e como todas as crianças do mundo ele precisava de muito carinho.
_ Tenho medo do escuro mana.
Dei um pequeno sorriso e aproximei-me dele dando-lhe um beijo na testa.
_ Calma, eu já estou aqui - deitei-me na cama com ele e esperei que ele adormecesse de novo.
[...]
Dia seguinte
Levantei-me cedo para ir à mercearia. Não sabia ainda o que havia de comprar para o almoço mas decidi escolher lá na loja.
Calçei umas botas pretas e vesti um casaco de malha, visto que, hoje estava bastante frio. O que era natural já que o inverno tinha acabado de chegar.
Abri a porta e vi que o nosso jardim já se encontrava todo branco da neve que tinha caído ontem à noite.
Fui em passos largos e rapidamente cheguei loja mas quando me aproximei da porta vi que se encontrava fechada.
Bufei.
Aproximei-me dos vidros e observei se se encontrava alguém lá dentro, mas como os vidros estávamos embaciados não dava para ver nada então resolvi voltar para casa antes que fosse muito tarde para começar a cozinhar.
Quando cheguei, avistei um carro vermelho e com um aspeto bastante caro em frente à nossa entrada.
Achei estranho e não imaginava o porquê de estar mesmo em frente à nossa porta até que:
_ Filha ainda bem que chegaste. Tenho uma pessoa para te apresentar.
O meu pai, apenas de pijama, vem ao meu encontro. Reparo que ao seu lado estava um homem, bastante atraente por sinal, a olhar-me disfarçadamente.
_ O que se passa pai? - Falei ao não entender o porquê de tudo isto.
_Este é o Luan, ele veio nos fazer uma proposta.
Olhei para ele de novo e o seu olhar agora concentrava-se em mim também.
_Uma proposta? - Algo me diz que não vai sair boa coisa da boca do meu pai.
_ Sim, eu vou deixar os dois conversarem lá dentro - o meu pai aproxima-se do meu ouvido e sussurra algo que me pôs a duvidar sobre o assunto que o tal Luan tinha para falar comigo- Pensa em nós filha.
Dito isto saiu da nossa beira e Luan estendeu a sua mão para me levar para dentro de casa mas eu recusei indo sozinha.
Não tinha percebido o motivo do meu pai ter-me dito aquilo, como assim pensar em nós?
O que eu mais faço é pensar nesta família e tentar cuidar dela ao máximo._ Menina Lia, certo?
O rapaz falou, sentando-se do meu lado. Por momentos tentei examinar o seu perfil, encontrava-se de camisa e com um laçinho azul pendurado no pescoço.
_ Sim... Pode-me dizer o porquê de tudo isto estar a parecer algo estranho?
_ Eu via-a há um tempo para cá e tenho-a observado desde então...- Como assim ele tem me observado?- eu vi que trabalha no café dali do lado e pensei se não gostaria de trabalhar para mim, como minha noiva.
_ Noiva?? Como assim noiva?
Levantei-me e olhei especada para ele. Como assim ele queria que eu casasse com ele se eu nem o conhecia de lado nenhum?
_ Calma Lia, eu explico.
_ Não...eu não quero ser a sua noiva, eu nem o conheço...
Ele levanta-se também e pega nas minhas mãos fixando os seus olhos castanhos em mim.
_ Lia eu iria ajudar a sua família, dar-lhe uma boa vida, não se iria arrepender.
Eu não conseguia ouvir mais nada da sua boca e por isso saí dali indo para o meu quarto.
Fechei-me lá e atirei-me para a cama. Conseguia ouvir o meu pai e ele falarem os dois sobre mim até que eu ouvi uma coisa há qual não podia ignorar.
_ Eu iria vos dar 4000 € por mês e prometia a sua filha todo o carinho e amor.
Como assim tudo isso? O homem caga dinheiro ou quê? Não podem mesmo considerar isto...
Parei por um tempo. O meu pai tinha razão...
Eu tinha que fazer o que estava certo e o que iria ser melhor para o Tommy e para o meu pai e se isso fosse casar com aquele homem, então eu casava.
Abri a porta e fui até a beira de eles dois.
_ Eu aceito ser a sua noiva.
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Love all
Fátima ❤
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A Alguns Passos do Amor
Romance_ Podia ser diferente eu sei, mas assim também perdia a piada. Lia não era uma rapariga acostumada a luxos nem a riquezas, desde sempre viveu com o seu pai e o seu irmão com bastante dificuldades financeiras mas um dia isso ia acabar quando Lia conh...