Ana
Escolhas. Passamos toda a nossa vida fazendo escolhas que podem mudar completamente o rumo da nossa história, a todo segundo.
Esse processo inicia-se antes mesmo de nascermos. Como, por exemplo, a escolha do nosso nome.
Meus progenitores nunca foram um exemplo de casal normal, que dirá pais normais. Eles eram... excêntricos. E, levando em conta esse detalhe, foi uma dura batalha na decisão de como eu seria chamada.
Durante o final da gravidez, cada semana eles testavam um nome diferente, e, por fim, pensaram em colocar todas as opções juntas. Daisy Ellen Mary Dinkle. Não, Dinkle não era nosso sobrenome. Eu, provavelmente seria a única bebê no mundo, não pertencente a realeza, com quatro nomes próprios.
Mas no momento em que minha mãe me olhou pela primeira vez foi como se um anjo tivesse sussurrado em seus ouvidos: Ana. Simples assim, Ana! E ela se apaixonou.
Hoje entendo que esse anjo, na verdade, era o bom senso. Inclusive, serei eternamente grata por esse lapso de lucidez que surgiu a minha mãe.
Influenciada ou não por esse acontecimento, eu me tornei muito cuidadosa com cada decisão minha, e, até mesmo, um pouco perfeccionista. Desde a uma simples escolha de roupa, a qual faculdade eu seguiria.
Esta última citada me custou quase um ano de análise e preparo, mas finalmente me decidi e eu estava pronta para iniciar essa nova jornada. Cursaria Direito, seguiria os passos do meu pai. Toda a família esperava isso de mim, e eu não costumava desapontá-los.
Primeiro dia. Eu sentia o nervosismo gelar-me o estômago, medo do desconhecido. Porem, um sentimento mais forte chamou minha atenção. Ansiedade. Ela não veio de forma negativa, era muito boa até. Ela me dava uma vontade absurda de desbravar toda aquela novidade.
Estava certa de que, com muito planejamento, tudo daria certo.
Antes de entrar, verifiquei minha roupa mais uma vez. Usava um conjuntinho de saia branca e blusa de seda rosa pastel que havia separado três semanas antes para essa ocasião. Meus cabelos castanhos longos estavam devidamente alinhados, e no rosto, apenas um pouco de maquiagem para realçar. Eu queria dar uma boa primeira impressão.
– Então, é isto. Obrigada por terem vindo. – Me aproximei dos meus pais para abraçá-los.
– Ah, Clark, nossa menininha está crescendo. Mal posso suportar pensar naquela casa tão quieta e vazia sem você. – Minha mãe choramingou para meu pai enquanto me esmagava nos seus braços.
– Só estaremos em lados diferentes da cidade, mãe. Sempre que tiver uma folga prometo ir em casa ver vocês.
– Como pode dizer isto? Meu coração já está vazio, e ainda nem te deixamos realmente. – Rainha do drama, como sempre fora, encheu os olhos de lágrimas.
Eu estava prestes a rir quando ela completou:
– Sabe o que isso significa? Está na hora de começar a me dar netos!
– Netos? – quase gritei, perplexa.
– É o primeiro dia de faculdade dela, Sheron. – Interveio meu pai.
– Curso natural da vida, gente. Filhos saem, netos entram.
– Tenho 18 anos, mãe. Sente e espere uns bons anos até ver algum neto entrar. Vou me dedicar inteiramente à faculdade. Ou seja, nada de namorados, muito menos filhos. Agora tenho que ir.
Abracei-os mais uma vez e me despedi, assistindo eles entrarem no carro logo em seguida e partirem.
Ok! Agora era pra valer.

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O jeito que me Olha - Disponível na Amazon
RomanceAna Riley é uma mulher com uma missão: conquistar seu melhor amigo. Cansada de esperar dia após dia que seu conto de fadas aconteça naturalmente, ela decide dar uma forcinha ao destino ao traçar um plano: fazer com que o homem que ama perceba que s...