Prólogo

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Nenhum ser humano pode desfrutar das belezas de Verdâtre e sair de lá vivo. A sobrevivência dos seres místicos que têm lá sua morada depende do segredo de sua localização. Essa é a mais fundamental das regras.

Foi um cervo quem os guiou até lá.

Era óbvio que Kim Namhyuk não deveria levar seu filho pequeno para uma caçada na floresta, coisa que poderia demorar dias e se tornar perigoso em certa altura. Mas, com sua mulher em casa, ainda sofrendo os males do parto de sua filha mais nova, o homem não viu alternativa senão colocar o pequeno Minseok em um pônei e o levar, acompanhado dos cachorros da família, atrás de alguma carne para a semana.

A família deles era grande, além dos adultos e Minseok, contava com mais quatro filhos e a bebê recém-nascida. Era complicado colocar comida na mesa, ele precisaria da ajuda do pequeno para aquilo.

Kim Minseok era o filho do meio, mais novo que Jongdae e Junmyeon, mas mais velho que Jongin e Dahyun. Tinha completado oito anos há pouco tempo, e já era grande demais para ficar embaixo da saia da mãe, porém ainda era novo demais para trabalhar com os irmãos no vilarejo próximo. Pare ele, sobravam as tarefas chatas de casa, como colher hortaliças para o almoço ou ordenhar a vaca e recolher os ovos para o café. Não gostava daquele tipo de trabalho, era coisa para Jongdae, que tinha medo de todas as coisas. Minseok era um garoto grande, corajoso, e merecia uma tarefa a sua altura. Como ir caçar com o pai.

Ele havia reunido toda a coragem que conseguira, montado naquele pônei peludo com uma bolsa de pãezinhos que a mãe tinha assado e um cantil cheio de suco de uva, e seguido o pai naquela aventura que prometia ser épica. Afinal, não havia tanta caça aos arredores da pequena fazenda dos Kim, os animais já haviam aprendido a ficar longe de lá, o que significava que os dois teriam que ir profundamente na floresta, até o pé da montanha, para encontrar algo que valesse a pena.

Ou, talvez, o pai resolvesse levar a carroça cheia de esquilos e coelhos. Minseok odiaria aquilo, não conseguia comer animais fofinhos que o lembravam dele mesmo.

Não opinaria, embora. Sabia que apenas estava ali para fazer companhia e não irritar sua mãe, que sempre ficava sensível após dar à luz a um filho, ainda mais agora que havia tido sua primeira menininha... os nervos em casa estariam mais exaltados que o normal, então era melhor aliviar o fardo da pobre mulher.

E Minseok estava feliz em acompanhar o pai. O ar na floresta era mais puro e ele sempre esbarrava em frutinhas doces para dividir com o pai, e também era bom aproveitar aquele silêncio quase místico da floresta, entrecortado apenas pelo som da brisa passando pelos galhos, ou pelo assobio de um passarinho. Em casa, Minseok tinha sempre que aguentar gritos dos mais velhos e o choro dos mais novos, nunca tinha experimentado tanta paz na vida.

Foi do nada, em um momento, o canto de todos os pássaros cessou e o vento parou de assobiar. Os coelhos entraram em suas tocas, e os esquilos pararam de escalar os pinheiros altos. A floresta toda pareceu prender a respiração quando o cervo apareceu.

Ele era branco como as nuvens do céu, e tão grande que ultrapassava o cavalo do pai em muitas vezes. Seus chifres pareciam reluzir como madeira recém-polida, e eram tão grandes quanto os galhos do salgueiro que ficava nos fundos da fazenda. Era o animal mais belo em que Minseok já colocara os olhos, o ar em volta dele até parecia brilhar, quase como mágica.

Os devaneios infantis dele foram interrompidos pelo click da besta do pai, que teria acertado o animal, caso Minseok não tivesse gritado tão alto para ele não machuca-lo.

Maldição, Minseok! — o mais velho gritou, guardando a besta ainda carregada nas costas, e colocando o cavalo a galope. — Vamos! Precisamos encontrar esse cervo.

O pequeno tentou acompanhar o pai, apressou o pônei até que suas botas machucassem o animal e seu chapéu ficasse preso em um galho de uma das árvores, mas logo se viu perdido e sozinho numa floresta tomada pela escuridão da noite. Minseok havia saído da trilha e de perto do pai, estava literalmente abandonado no meio de uma floresta perigosa, a noite, sem material para se esquentar ou proteger, e nenhuma comida além do baozi que a mãe havia lhe dado.

O garoto nunca esteve tão assustado.

Não havia jeito de encontrar o caminho de volta para casa; já se encontrava numa pequena subida que dava início a primeira de uma série de montanhas, e o mais longe que havia chegado sozinho era uma macieira, pouco depois dos limites da fazenda. A noite, com um pônei cansado e feridas nas coxas e nas palmas das mãos, não havia qualquer maneira de voltar.

Então, com frio e medo, o pequeno se colocou a procurar um abrigo para passar a noite. Dormiria encostado no pônei, para lhe emprestar calor, e pela manhã voltaria para casa. Bem, ao menos tentaria.

Começava a cogitar dormir aos pés de um enorme carvalho quando o avistou, aquele mesmo cervo branco, caminhando por entre cipós para o que parecia a entrada de uma caverna. Se o cervo achava aquele lugar seguro, bem, deveria ser um bom lugar para Minseok passar a noite.

Amarrou o pônei em um galho baixo, dando-lhe uma maçã em seguida. Havia um pouco de mato ali, que ele poderia comer caso sentisse muita fome.

E, rezando para nada dar muito errado, seguiu o cervo para dentro da caverna.

Oi! Meu nome é beatriz e eu sou a mulher mais xiuhan shipper do Brasil.

Essa fanfic vai ser basicamente centrada em fantasia, e todos os seres contidos nela vão ter saído da minha imaginação, não tendo ligação com qualquer outra obra fictícia. Tudo sobre o país de Verdâtre será explicado no decorrer da obra.

Apenas para deixar registrado, Verdâtre significa esverdeado em francês.

Espero que gostem dessa fanfic, meu coração está nela!

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⏰ Última atualização: Dec 14, 2016 ⏰

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Verdâtre ❂ xiuhanOnde histórias criam vida. Descubra agora